Quando escrevi este texto — Vamos deixar Ivo Rosa sozinho? — em Abril de 2021, não imaginava que fosse possível vir a acontecer o que já sabemos que aconteceu.
Pensava que este era um país de cobardes. Que o é. Agora, tenho a acrescentar traidores. Como país, sociedade, regime, comunidade, somos cobardes e traidores.
O desfecho do caso Ivo Rosa, o maior escândalo na Justiça portuguesa desde a aprovação da Constituição, seja ele qual for, vai definir o grau da nossa derrelicção.
<<<Pensava que este era um país de cobardes. Que o é. Agora, tenho a acrescentar traidores. Como país, sociedade, regime, comunidade, somos cobardes e traidores.<<<
Também entre os portugueses traidores houve, algumas vezes.
Camões, ao escrever isto nos Lusíadas, mostrou que já tinha tirado foto a esta cambada.
Mas se fosse vivo ele acrescentava ao que o V escreveu a designação ENCORNADOS.
Hoje pela fresquinha, ainda antes da hora marcada para o inicio, já havia filas para as eleições do benfica.
Comparando esta responsavel dedicação com a habitual afluencia ás eleições para as seleções nacionais, de belém, s. bento e da santa terrinha, pode-se concluir que, além de cobardes e traidores, somos também um povoado de encornados.
Um povoado de Encarnados! E bem! Tomara o Estado ter o Benfica como exemplo de grandeza.
Ó valupi ninguém quer saber do Ivo Rosa. Principalmente você. É o noivo eterno que conta, é sempre o noivo! É muito duro ser viúva, quando se amou tanto alguém em vida.
Não lhe entra na cabeça nem com um martelo: ninguém quer saber do rosa, ninguém quer saber do rosa. Mais: as tuas dores não são as nossas, as do people.