Um caso de moral ou de psiquiatria? Ambos.

Sempre discordei daqueles que entendem que a magistratura presidencial deve ser uma magistratura negativa e conflitual, daqueles que têm uma visão do Presidente da República como um ator político que participa e se envolve no jogo entre maiorias e oposições, na busca, muitas vezes, do engrandecimento do seu protagonismo pessoal.

Considero, pelo contrário, que o contributo de um Presidente da República deve ser dado pela positiva. Por isso, adotei como princípios-chave da minha atuação a cooperação estratégica e a magistratura ativa […]

10 de Junho de 2013, 2 anos depois de ter aberto uma crise política com o propósito de derrubar o Governo e afundar Portugal

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Não se podem pedir sacrifícios sem se explicar a sua razão de ser, que finalidades e objectivos se perseguem, que destino irá ser dado ao produto daquilo de que abrimos mão. Quanto mais se exigir do povo, mais o povo exigirá dos que o governam.

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Portugal tem de ser um País de justiça para todas as idades. Não podemos deixar que sejam os dois extremos da pirâmide etária, os mais velhos e os mais novos, a suportar os encargos sociais mais pesados das dificuldades do presente.

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Os Portugueses anseiam por limpar Portugal, aspiram a um País mais são, mais limpo, não querem viver numa atmosfera carregada e irrespirável, numa paisagem cercada de lixo e desperdício.

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Como avisei na altura devida, chegámos a uma situação insustentável.

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10 de Junho de 2010, a 6 meses de eleições presidenciais

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A abstenção deve, além disso, fazer reflectir os agentes políticos. A confiança dos cidadãos nas instituições democráticas depende, em boa parte, da forma como aqueles que são eleitos actuam no desempenho das suas funções.

Se não tivermos órgãos de representação prestigiados, será difícil aumentar a participação dos eleitores e demonstrar-lhes que o seu voto é importante e útil para a formação das decisões de interesse geral.

A credibilidade dos agentes políticos é tanto mais necessária quanto a situação económica e financeira actual representa um desafio, sem precedentes nas últimas décadas, à qualidade das instituições democráticas, à competência e visão de futuro dos decisores, e ao empenhamento responsável e solidário de cada um dos cidadãos. Da minha parte, asseguro aos portugueses que, nas boas como nas más horas, estarei aqui.

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Conforme já tenho dito, «a verdade gera confiança, a ilusão é fonte de descrença». Só uma informação correcta permite às pessoas fazerem as escolhas mais adequadas para acautelarem o seu futuro e o das suas famílias.

Temos, antes de mais, de saber extrair da actual situação as lições que se impõem.

De pouco adiantarão os diagnósticos e, ainda menos, as lamentações ou recriminações, se nada, entretanto, mudar nas atitudes e nos comportamentos.

Face às dificuldades e aos desafios que temos pela frente, é imperativo promover uma cultura de valores, uma cultura que contemple a dignidade das pessoas, incentive o esforço e o mérito e favoreça a coesão social.

[…]

Mais do que simples regras formais, terá de haver, sobretudo, uma clara presença de princípios éticos nas instituições, no mundo dos negócios e no mundo do trabalho. A justiça, a equidade e a responsabilidade social não podem ser letra morta, simples palavras de que só nos lembramos em momentos de apuros.

Tanto no Estado como na sociedade civil é preciso adoptar uma cultura de transparência e de prestação de contas.

Não esqueçamos que, na origem de alguns dos principais problemas que o mundo actualmente enfrenta, esteve a ausência de escrúpulos e de princípios por parte daqueles que abusaram da confiança neles depositada, prejudicando milhões de pessoas e acabando por comprometer o bem-estar de muitos mais.

Se há um ensinamento claro a retirar da conjuntura actual é o de que o desenvolvimento económico não pode processar-se à margem da responsabilidade social e do respeito por normativos éticos, que vinculam tanto os governos e os políticos, como os mercados, os empresários e os gestores.

[…]

Sabemos bem quais são os grandes desígnios nacionais. Resta sabermos colocar o País no rumo certo, introduzir as mudanças necessárias, reajustar os comportamentos e expectativas individuais, apostar no que é, de facto, essencial para o aumento da nossa capacidade competitiva.

10 de Junho de 2009, a 3 meses de eleições legislativas

16 thoughts on “Um caso de moral ou de psiquiatria? Ambos.”

  1. Não é palhaço, não é pinóquio, não está com alzheimer, é o que sempre foi: parolo, cínico, hipócrita, autoritário, vingativo e reaccionário.

  2. É precisamente o que diz o outeiro. Os Portugueses deviam envergonhar-se todos os dias por terem (termos) um PR desta estirpe. É este o maior vilão de Portugal, com o seu ar cínico de quem se acha superior a tudo e a todos e para quem o maior designio é servir-se a si e aos seus.

  3. Claro, o Pilatos de Belém está muito preocupado com o seu retrato na História!
    Se o des-governo vive em permanente estado de negação enleado nas suas muitas
    trapalhadas … para os lados de Belém o que está a dar é a auto-justificação das
    asneiras e má governação do passado nos tempos do OÁSIS!
    Começa a generalizar-se a idéia de que existe grave problema de saúde pelo menos,
    é o que se ouve com frequência nos programas de antena aberta!!!

  4. temos um presidente economista, um pm ministro igualmente economista e para formar a triade temos o economista do banco de portugal,que alinha com a politica desatrosa da direita.pergunto? que vantagens temos com este alinhamento ideologico e profissional? nenhumas.alem do calculismo,e do medo (saõ poucos os que arriscam na bolsa,só vão as privatizaçoes….) têm uma enorme insensibilidade social. as pessoas são simplesmente numeros.na minha empresa nos periodos bons era um fartar de bonus para os suspeitos do costume,quando vinha a recessaõ,a unica soluçao que arranjavam era despedir pessoal.fazem falta os economistas? fazem. mas na retaguarda,para verificar a viabilidade ou não de uma medida,depois cabe ao politico não economistas decidir. neste momento com um presidente e um pm não economistas mesmo de direita,não estavamos assim! se nos descobrimentos pusessem um economista marinheiro a comandar a frota nem do cais de alcântra tinhamos saido! espero que a pm e presidentes economistas tenha sido passada um certidaõ de óbito vitalicia. os que hoje andam tambem a berrar fazem-no não por convicçao mas por lhe estarem a ir ao bolso ,mesmo com contas bancarias chorudas.há economistas de esquerda? há ,mas saõ poucos,alguem explique porquê!

  5. Que os deuses da natureza nos livrem de tão vil criatura!Neste caso,a morte anda atrasada no tempo,à tempo demais…

  6. outeiro, pois que tem toda a razão, é o que sempre foi: o verdadeiro manequim da rua dos fanqueiros, com todas as qualidades que lhe atribuiu.

  7. Portugal irá ficar eternamente grato a esta espécie de professor que nos tem comido e roubado em em favor dos seus amigos e familiares desde 1980 e oitenta onde começou por ser ministro das finanças de Sá Carneiro que já deve ter dado umas quantas voltas no tumulo por nos ter deixado tal herança.

  8. oh bóbó de esquerda! já viste alguma vez o jeropinga de sousa afrontar sexa, o bolicoiso? não consta, só uns arrufos dos funcionários para enganar o pagode e tá feito.

  9. Portugal caiu de sétimo para 12.º lugar entre os países da União Europeia na representatividade económica do sector da agricultura, silvicultura e pescas.
    .
    Podia continuar com páginas e páginas de números, todos no mesmo sentido e sempre citando o elogiado estudo coordenado pelo professor Augusto Mateus para a Fundação Francisco Manuel dos Santos, “25 Anos de Portugal Europeu”, que o DN publicou há dias.
    .
    Augusto Mateus não podia ser mais assassino para as intenções e para o texto do discurso presidencial de ontem: comparada com a Europa, lê-se no estudo, “a agricultura regista o maior gap face à média comunitária e foi o único sector cuja produtividade divergiu”.

    alguém ofereça o livro ao reformado sem cheta para o adquirir.
    .

  10. dédé,não te esqueças da chupeta! quem pos cavaco silva em belem,foi o primo do gaspar,quando para mostrar o peito “cheio de ar” ,se antecipou ao maior partido da oposiçao na apresentaçao de um candidato presidencial, que não reunia o consenso nas hostes socialistas.eu não votei nele.o meu voto foi para defensor moura.

  11. Dédé, talvez um dia deste (não é preciso ser ao domingo) o Jerónimo e o Francisco nos expliquem porque puseram o Pedrito y sus amiguitos em S. Bento!!!

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