Pela calada

Que me lembre, o Lucas Galuxo começou a comentar neste blogue por causa de Sócrates, dizendo-se apoiante desse cidadão vítima de graves abusos, e de crimes, nascidos intencionalmente de agendas políticas de governantes, magistrados, patrões de imprensa e jornalistas. Muitos anos mais tarde, ficou claro que não percebia patavina do que é um Estado de direito democrático, o que fazia do seu suposto apoio a Sócrates apenas uma expressão de fanatismo. O mesmo fanatismo que o leva, actualmente, a ser defensor de Putin, Trump e Bolsonaro. QED.

Esta introdução só para enquadrar o seu comentário acima pendurado. Resolvi usá-lo porque ele é paradigmático de incontáveis outros comentários que se têm feito desde que o Chega apareceu. São, numa leitura superficial, apelos a que não se reaja à violência dos populistas de direita. Em comum, o mesmo argumento de serem essas reacções um factor de crescimento dos chungas. E, como neste exemplo do Galuxo, podem chegar ao ponto de verbalizar a sua finalidade, a sua motivação principal: “ficasse calada”. É só isto, de facto e em síntese — querem calar as vítimas através da sua culpabilização.

Podíamos fazer teses de doutoramento em múltiplas disciplinas a analisar os mecanismos mentais e sociais que originam este fenómeno. A pessoa que na Internet se apresenta com a identidade de “Lucas Galuxo”, que não faço ideia quem seja nem essa informação teria qualquer utilidade para o caso, gasta uma parte da sua vida a expor a sua cumplicidade com a degradação das instituições democráticas. A lógica da sua atitude consiste em apoiar aqueles que pretendem tomar o poder através da violência. Como não é assim que se concebe, precisa de deturpar a realidade para conseguir manter a integridade psicológica. A partir da sua crassa ignorância (o Galuxo não faz ideia do que seja uma república ou uma constituição, nem quer perder um segundo a pensar nisso), usa na sua cognição o que consegue perceber. Eis que consegue perceber uma manipulação básica do Ventura sobre a Isabel Moreira, produzida em 2024. Pois então é isso mesmo que vai usar para bolçar uma inanidade acerca de um episódio de Setembro de 2025.

Ocorrendo isso neste pardieiro, não tem qualquer importância. Nada do que se passa neste blogue tem importância, seja para o que for, no seu ambiente exterior. O que releva é ser sintomático do que acontece na sociedade com centenas de milhares ou milhões de portugueses. As expressões de ódio, quando não contestadas sistematicamente, começam a parecer opiniões válidas entre outras. Os cidadãos comuns, especialmente os mais jovens ou com menor literacia política, passam a incorporar estes discursos como parte legítima do debate democrático. Como se vê no comentário acima, os cúmplices dos fascistóides agitam serem apenas “excessos de linguagem”. Mas ai de quem reaja, quem se indigne, quem queira poder discursar sem ser alvo de assédio machista, racista, xenófobo, pois aí vem o Galuxo explicar que tal defesa da decência, das leis e do humanismo é que está a alimentar o monstro. Comam e calem, é a bandeira destes colaboracionistas.

Essa fuga para o silêncio produz consequências catastróficas. Acelera a erosão das normas democráticas, porque cada ataque não respondido torna o próximo mais aceitável. Contribui para a desmobilização democrática, porque os cidadãos comprometidos com a democracia sentem-se isolados e impotentes. Facilita a captura institucional, porque as instituições democráticas enfraquecem quando ninguém as defende publicamente. E, paradoxalmente, fortalece eleitoralmente os populistas, porque lhes permite dominar a narrativa pública sem contestação efectiva.

O argumento de “não provocar” os extremistas foi usado repetidamente nas décadas de 1920 e 1930 na Europa. As elites moderadas, assustadas com a conflitualidade social, acreditavam que ceder espaço e não confrontar directamente os fascismos emergentes levaria à sua moderação ou desaparecimento natural. O resultado foi horrendo. A ausência de resistência firme foi interpretada como fraqueza e acelerou a normalização do inaceitável. Cada provocação não respondida, cada ataque às instituições não defendido, cada expressão de ódio não condenada contribuiu para deslocar a janela do que era considerado aceitável no discurso público. A história ensina-nos que o silêncio nunca pacificou autoritários — apenas os encorajou.

Os pulhas querem assustar e calar a Isabel Moreira. Faz sentido, pois ela está nas muralhas da cidade. Sem medo e com gana.

20 thoughts on “Pela calada”

  1. Ena, tanto destaque. Muito obrigado, Valupi.
    Acho que não percebeste. Ninguém acha que Isabel Moreira se deve calar sobre temas sobre os quais tem autoridade. Nem ninguém defende a postura boçal dos deputados do Chega; nem do Chega nem de Isabel Moreira, nem de qualquer outro deputado. A cidade constrói-se com elevação de discurso e atitude de todos os membros do Parlamento, não só de alguns, e em todos os lugares da praça pública, inclusive nas caixas de comentários de blogues. Quem nas suas interacções com outras pessoas insistentemente vitupera, vilipendia, diaboliza, ad hitleriza, chama nomes e mente não deve ficar admirado de ver os mesmos comportamentos ganhar tração na sociedade e até representação parlamentar.

  2. Não percebo porque é que o Valupi ficou tão abespinhado por o Galuxo ter posto o vídeo que dá o contexto da coisa. Eu gostei de ver. Até porque também gostei do que a Isabel Moreira disse (faz parte da tradicional retórica parlamentar, e os cheganos estão bem pintados). Já ir queixar-se que lhe mandam beijinhos acho parvo (quer queiramos ou não, também faz parte da retórica parlamentar, desconfio que deve haver dezenas de exemplos semelhantes)

  3. qual boçalidade , jp ? o histrionismo é uma personalidade partilhada por muita gente . não conheces ninguém assim? :

    Busca de atenção: A necessidade de ser o foco das atenções é constante, e a pessoa se sente desconfortável ou deprimida quando não é o centro das atenções.
    Teatralidade e dramaticidade: Comportamentos e expressões emocionais exageradas, como se a vida fosse um palco.
    Aparência física: Uso da aparência e roupas chamativas para atrair olhares e se destacar.
    Sedução e flerte: Comportamento sedutor e provocador em diversas situações, por vezes inadequado.
    Superficialidade emocional: Mudanças rápidas e superficiais na expressão das emoções.

    concordarás que este tipo de pessoa é insuportável ? certo?

  4. “Filipe Melo “enviou beijos” à deputada do PS enquanto exercia funções de vice-secretário da Mesa do Parlamento”

    “Entendo que o respeito entre os deputados é um pilar fundamental do funcionamento da nossa democracia parlamentar, e os membros da Mesa têm deveres acrescidos, deveres de isenção, de urbanidade, de proteção do direito de todos os deputados a expressarem-se e, de algum modo, de nunca condicionar o debate democrático”, advertiu José Pedro Aguiar-Branco,”

    Entendem? ou é preciso fazer um desenho?

  5. Isso mesmo. O assunto não é apenas a parvoice do comentador em causa, é também o do branqueamento de uma forma caceteira e soez de açambarcar o debate politico. Os comentarios a este post mostram isso mesmo. O das 11:26 ja se declara convencido i/ que o alarve no parlamento estava a reagir ao discurso da Isabel Moreira, quando esse discurso foi proferido em maio de 2024 ii/ que os galhardetes torpes e suinos são uma forma banal de expressão de opiniões no parlamento. Falta so a Yo vir explicar qual era a “opinião” expressa no caso (“filha, eu curava-te das tuas maleitas num istante”, ou coisa que o valha…).

    Isto para não falar na confusão sabiamente entretida entre ataques ad hominem e troca de opiniões mais ou menos vivas num debate de blogue, que em regra geral decorre entre pseudonimos no universo da HTML. Não se deixem enganar, quem vive bem com esta confusão – que é muito facil de dissipar para qualquer espirito lucido e de boa fé – é quem vive bem com a poluição do debate de ideias pelo ataque ad hominem.

    Venturas e Melos ha aos magotes, sempre houve. Ninguém pode impedi-los de existir. O problema esta quando autorizamos quem lhes da voz e poder, que se comporta sempre exteriormente como quem não quer a coisa.

    Boas

  6. Lucas Galuxo, não passas de um pobre coitado. Gostavas de ser tu a decidir sobre que assuntos, e como, deve a Isabel falar enquanto deputada e cidadã. Compreendo-te.
    __

    marvl, explica lá isso de o vídeo ter dado contexto à coisa. Desconfio que não estás a entender a situação.

    O problema que tenho com o vídeo que o Galuxo trouxe não é com a parte em que se trata de um vídeo, mas sim com a peça onde aparece. E a peça é de propaganda do Chega e do Ventura.

    Como peça de propaganda, para alimárias como o Galuxo, funciona perfeitamente. Faz-se uma descontextualização, dão-se uns segundos ao alvo de forma a que pareça o agressor, e de repente a vítima é o Chega. O que está antes e depois da passagem seleccionada fica apagado. Mas quem gosta de pensar não gosta de propaganda para alimárias.

    A Isabel faz uma alusão provocatória à imagem do pénis “pequeno e murcho” não porque se tenha lembrado disso como exercício de alta oratória parlamentar, antes porque Ventura levou para o Parlamento a etnologia da taberna. Tratou-se de uma resposta aos códigos machistas, racistas e xenófobos da bancada do Chega, a qual tem essa postura sistematicamente em todas as sessões. É, na economia do discurso da Isabel que o vídeo regista, um desabafo sarcástico defensivo. Não é uma perseguição. Perseguir, assediar, achincalhar, é o que o Chega faz no Parlamento sem registo de algo igual desde o 25 de Abril.

    Ventura usou essa passagem porque a sua posição de violentador tem essa vantagem: qualquer resposta das vítimas pode ser usada para a vitimização do agressor e, portanto, legitima novos, continuados, crescentes ataques aos alvos. É a lógica de se ficar sujo ao lutar com um porco.

    É disto que o Galuxo é cúmplice feliz.

  7. ao finde alguns anos teve direito ao quadro de honra dos broncos no aspirina. agora imprimir e mandar encaixilhar para substituir o brasão do benfas por cima da telebisão. podias dar umas menções honrosas aos broncos e broncas que salivam de inveja pelo grau superlativo da xungalidade nacional, um baile aos debutantes e uma quermesse com rifas de pancartas das pancas ideológicas com mais saída.

  8. Valupi, pobre coitado, não, não gostava de ser eu a decidir sobre que assuntos Isabel deve falar. Não apoio a proibição de meios de comunicação social e a divulgação de opiniões como tu, Isabel Moreira e o seu partido fazem. Fico apenas triste por ver uma pessoa que gosta de Gorecky e Rui Nunes mostrar tanta hipocrisia. Gostava de a ver num patamar mais elevado de limpidez intelectual e cívica. Quando tudo se resume a questões meramente tribais, os nossos contra os outros, sim, desanima. Deixas claro que se a perseguição odiosa que fizeram a José Sócrates e as privações infligidas fossem dirigidas a um militante do Chega, do PSD ou do PC, em lugar de o defender, também estarias na bancada a urrar como os outros. Sim, desanima. Se os inteligentes se comportam assim, o que esperar dos outros?

  9. Lucas Galuxo, só dizes merda. Tens de levar essa cassete para as reuniões do Chega, vais fazer um sucesso a expor aos chungas o teu ideal de “limpidez intelectual e cívica” a partir dos vossos ídolos Trump, Putin, Bolsonaro e Ventura.

  10. Valupi, não te esqueças de referir os nossos ídolos Mussolini, Conde Drácula, Marquês de Sade e Tintim.

  11. «A Isabel faz uma alusão provocatória à imagem do pénis “pequeno e murcho” não porque se tenha lembrado disso como exercício de alta oratória parlamentar, antes porque Ventura levou para o Parlamento a etnologia da taberna. Tratou-se de uma resposta aos códigos machistas, racistas e xenófobos da bancada do Chega, a qual tem essa postura sistematicamente em todas as sessões. É, na economia do discurso da Isabel que o vídeo regista, um desabafo sarcástico defensivo.»

    Etnologia(?) da taberna. Um desabafo sarcástico defensivo. Aqui pratica-se acrobacia lógica de alto nível. Dum apologista xuxa e viúva do 44 não se esperava menos.

    Uma deputada usa, em pleno Paralamento, metáforas de pilas – com gestos e tudo – sobre outro partido. Nada que esse partido não mereça; mas, como é evidente, não se pode depois fazer de virgem ofendida: se o nível já estava baixo do que é que ela estava à espera?

    E porque é que a mesma deputada acha normal pintar as unhas, também em pleno Paralamento, durante o debate do Orçamento de Estado? Não é que ela entenda um boi sobre o tema; esta ‘democracia’ não lhe exige tanto. Mas o que é que ela acha que está lá a fazer? Para que acha que lhe pagam cinco mil euros por mês, mais teta menos teta? Seria interessante saber isto.

    Suspeito, e o volupi que a admira e conhece bem poderá confirmar, que a dondoca Moreira acha que até faz muito; e que até lhe pagam pouco; e que o Chega, boçal e facho como é, tem sucesso porque o povo – que lhe paga as tais cinco mil brasas enquanto ela pinta as unhas e manda bocas – é também boçal e facho; e que esse sucesso não se deve a deputados como ela.

  12. No Luxemburgo, onde o salário médio anda nos 5000 euros, uma renda de 2500 é considerada “de luxo”. Cá, com salário médio líquido nos 1200 euros, temos um governo acha que 2300 euros é uma renda “moderada”. Talvez seja altura de o PSD passar a chamar-se LSD

    Fernanda Câncio no Diário de Notícias

  13. Realmente o Lucas Galuxo apareceu aqui no Aspirina aquando do início da perseguição global pelos grupos judicial-cm-sic-media de caca rala mal cheirosa ao serviço dos poderosos, iniciaram uma perseguição nunca vista contra o homem político que os ofuscava a todos pelas suas qualidades e iniciativas inovadoras.
    Sempre denotou pouca leitura de qualidade e muito ‘saber’ de chafurdice ‘net’ donde o constante recurso à argumentação de outrem através de constantes montras de ‘videos’ alinhados para tentar explicar-se.
    Foi um espanto quando, logo na 1ª campanha de Trump, apareceu na defesa furiosa desta persona tão antidemocrática e cheia de loucura como um diabo irado à solta. Apareceu a defender Trump como protagonista contra os imigrantes afirmando mesmo que sabia, por emigrantes familiares lá residentes, que quase todos os imigrantes portugueses nos USA eram trumpistas. Logo me apercebi que a sua visão pouco democrática, neste caso, se remetia a defender o status adquirido pela emigração estabelecida contra novos emigrantes, pois que, novos emigrantes puder-lhes-iam causar problemas nas vidas dos ‘estabelecidos’.
    Afinal o mesmo pensamento e comportamento dos nossos emigrantes em França que são, hoje, quase todos Le Pen ou pior e cá votam Chega; logo quando chegaram a França eram contra as greves que lhe fazia aumentar salários e lhes dava melhores condições de vida e, hoje em dia, estando lá fora e desconhecendo a realidade do país o influenciam inclinando-o para o venturismo com o seu voto reaccionário.
    Deu-se a invasão da Ucrânia pela Rússia e o LG iniciou novo desvairado enfileiramento pelo putinismo déspota em paralelo com o pretendente a déspota americano.
    Desde então é um fartar de interpretações oportunistas ora putinistas ora trumpistas sempre em defesa da rendição europeia a Putin por ‘horror’, ora do holocausto nuclear, ora pela desgraça económica para os europeus, ora porque o invasor é a Ucrânia desde o golpe de Maidan há anos, ora por isto ou aquilo, mas sobretudo pelo gigantesco medo da guerra face ao holocausto bíblico pelo nuclear.
    Putin ameaça, por tudo e por nada, com o nuclear, o seu grande e único argumento, para ser considerado uma grande potência em pé de igualdade com os USA ou China. Putin diz que defenderá o povo russo com o nuclear caso seja atacado mas os ucranianos estão fartos de atacar a Rússia e esta ainda não decidiu disparar o nuclear. E o LG ainda não percebeu que o nuclear não é um exclusivo russo e que, certamente, frio, calculista e lógico como é Putin este sabe de ginjeira que defender o povo russo não é desencadear uma guerra nuclear; isso seria, sim, atirar para o holocausto o povo russo que diz defender.
    Esta frase de LG: «Deixas claro que se a perseguição odiosa que fizeram a José Sócrates e as privações infligidas fossem dirigidas a um militante do Chega, do PSD ou do PC, em lugar de o defender, também estarias na bancada a urrar como os outros.» é um bom exemplo do fraco entendimento e contradições de argumentação. Não se apercebe que a perseguição “ad hominem” a Sócrates não tem nada a ver com ele ser socialista mas pelas políticas implementadas e capacidades de ofuscar por largos anos políticos ambiciosos como o Pacheco e todos os outros da altura e, igualmente, por Sócrates não ir à mão dos poderosos como foi o caso do Belmiro, Salgado, Cavaco, etc. nem beijar a mão de bispos, juizes, banqueiros, etc., etc., isto é pela sua independência moral e intelectual e capacidades de inovar e fazer.
    O Sócrates não é um perseguido ideologicamente mas sim por ser muito ‘mais’ que a triste normalidade dos políticos da casa.

  14. muito divertido este ataque em matilha ao galuxo, que tem os seus problemas, não nego.
    mas aguardo ansiosamente o comentário à declaração de apoio de antónio costa ao plano de trump para limpeza étnica em gaza. noto com agrado que o neves no seu desfiar de queixas acerca dda situação internacional nada diz acerca de um genocidio que está a acontecer, deve ser porque não é importante para os direitos humanos, a lei internacional e o liberalismo político em geral.
    do valupi, só peço que me diga por favor se este apoio do costa à limpeza étncia e á lavagem mediática de um genocidio e em apoio do trump (esse malandro que nada tem a ver com a nato que o neves apoia acriticamente) é uma apoteose do seu mandato ou uma manchita?
    tally-ho

  15. Caro Neves,
    Fico lisonjeado com a atenção que tens dado aos meus comentários. Muito obrigado. Nalguns casos, parece-me que até sabes mais sobre aquilo que escrevi do que eu próprio.
    Nada me move contra movimentos migratórios. Como poderia? Durante grande parte da minha vida fui e sou emigrante. Apenas acho que ninguém está dispensado de cumprir a lei por causa da sua condição de emigrante ou pela etnia a que pertence. O crime, a ilegalidade e a irregularidade são para combater tanto no estatuto de residência, como na declaração de impostos ou no cumprimento do código da estrada. Além disso, duas coisas. Existem as leis da física. Recursos como casas de habitação, serviços de saúde ou empregos qualificados não surgem do nada nem crescem indefinidamente e a desadequação entre aqueles e o tamanho da população cria problemas para todos. Quero viver numa sociedade onde prevaleçam valores e direitos arduamente conquistados como o tratamento igual entre homens e mulheres, o combate à homofobia, a higiene e a ecologia, a sensibilidade para o sofrimento animal desnecessário ou o respeito por minorias religiosas e étnicas. Quem quiser trabalhar e viver nesta sociedade deve integrar-se nestes valores. Se estes são assuntos que apenas interessam aos eleitores de Ventura vamos mal.
    Nunca defendi a eleição de Trump. Sempre achei e continuo a achar que a eleição de Trump é uma desgraça menor do que seria a eleição de Kamala ou Biden, a partir da avaliação das guerras e do divisionismo instigados durante o seu mandato. O mundo já teria acabado.
    Nas grandes questões internacionais das últimas décadas nunca me enganei. No Iraque, na Líbia e na Síria, Ucrânia… sempre achei que a mal disfarçada vontade de agredir interesses russos embrulhada em paternalistas piedosas intenções de levar a democracia aos povos oprimidos resultaria em mais sofrimento, anarquia, destruição, mortos e menos segurança para o Ocidente. Não sei onde foram buscar a ideia de que uma superpotência nuclear que mostrou disponibilidade para sacrificar dezenas de milhões de mortos na Grande Guerra aceitará com tranquilidade ser derrotada e humilhada, depois de lhe andarem a encher o saco de provocações nas últimas décadas, sem mandar o mundo pelos ares. Acho o desfecho nuclear inexorável e inevitável, com as actuais lideranças e sem mobilização popular que imponha uma alteração de rumo. Sinceramente, espero desta vez estar enganado e que tu estejas certo, Neves.

  16. “nunca me enganei”. Pois aí está provavelmente a raiz do problema e a causa principal da tua necedade. Devias experimentar, talvez aprendesses alguma coisa…

  17. “muito divertido este ataque em matilha ao galuxo”
    uma matilha de chihuahuas de colo , não assusta ninguém.

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