«Questionado sobre em que ponto está a reestruturação do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), Magina da Silva recusa fazer comentários. Depois das polémicas declarações em que revelou que estava a ser estudada a fusão da PSP com o SEF que deixaram o ministro da Administração Interna zangado, Magina da Silva reconhece que cometeu o "erro" de emitir uma opinião pessoal, o que classifica como um "descuido bondoso".
Para o superintendente-chefe da PSP a relação com o ministro Eduardo Cabrita não ficou beliscada. "Pedi-lhe desculpa quando me apercebi da dimensão da extrapolação que fizeram das minhas palavras, como digo: um descuido bondoso. O senhor ministro percebeu que foi um descuido bondoso e isso não afetou o nosso relacionamento institucional".»
Declarações sobre reestruturação do SEF foram um “erro” e um “descuido bondoso”
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Eduardo Cabrita é, actualmente, o maior ódio de estimação do comentariado. Esta poderia ser razão suficiente para entender mais um Fenómeno do Entroncamento do regime e da sociedade, o silêncio encardido que a pública retractação de Magina da Silva gerou. Nenhum dos que andaram aos berros a pedir a cabeça de Cabrita em Dezembro tugiu ou mugiu. E a explicação não podia ser mais simples: com estas palavras, acima expostas, o diretor nacional da Polícia de Segurança Pública acaba de ir depositar as armas aos pés do ministro. Ministro que o comentariado decretou estar arrumado, morto. Ministro que não só exibe força política como foi granítico na defesa do sentido de Estado na gestão da crise lançada por Marcelo, o que Magina da Silva deixa estabelecido numa declaração à prova de estúpidos. Momento, então, para desopilar com o que fica como chicana hilariante do Daniel Oliveira, o mesmo artista que já tinha sido um dos heróis do desconfinamento para o Natal (luta a recordar outra de antanho, então contra a proibição de fumar em restaurantes): O preço de deixar um cadáver político como ministro + Quem não tem ministro, fica com Magina
Escolho o Daniel como exemplo da inanidade prejudicial do que é o comentariado, salvo as raras excepções, porque não estamos perante um pulha. Este amigo estuda e tem ideais decentes e meritórios, não é apenas um mercenário. Porém, à maneira dos pulhas, deixa-se embriagar pelo poder mediático ao seu dispor, e depois quem paga é a honestidade intelectual. No caso, o que o motiva é a furiosa obsessão em atacar António Costa, cegueira que o levou automaticamente a colaborar com a golpada para tentar que Cabrita e Costa se assustassem e oferecessem mais um ministro para Marcelo e a direita exibirem como troféu de caça. É por isso que ele, como o seu compagnon de route Louçã, dá tanto jeito à agenda do militante nº1 do PSD: inimigo do meu inimigo meu amigo é.
O comentariado é uma fonte tóxica de sectarismo e irracionalidade, a qual se junta à miséria editorial do jornalismo português (salvo as devidas excepções, nenhuma no espaço televisivo). Todavia, e pese a deformação e atrofio do espaço público assim causados, por aí estamos apenas no domínio da política-espectáculo. Só papa disso quem quer, o tempo continua a ser livre para se gastar noutras fontes de sentido ou diversão. O que realmente nos interroga – melhor, nos desafia – no episódio protagonizado por Magina da Silva num certo domingo de Dezembro de 2020 é outra coisa. Uma coisa de arrebimbomalho: temos um Presidente da República que exibe no currículo a função de docente e presidente do Instituto de Ciências Jurídico-Políticas da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa até à sua vitória nas eleições de 2016, e, em concomitância, temos um Chefe de Estado que descaradamente, insolentemente, obscenamente, considera ser seu direito constitucional boicotar a acção governativa através de chantagens e perversões institucionais com vista a obter a demissão de ministros. E que faz o regime, o Governo, o sistema partidário e a sociedade? Aceitam, normalizam, exploram e festejam, conforme os resultados. É como se houvesse uma segunda Constituição guardada num cofre em Belém, ou a servir de calço numa cadeira manca, circulando fotocópias da mesma entre os políticos e os jornalistas para se orientarem face à conduta do inquilino presidencial.
Não, Magina, a culpa não é tua. Percebemos logo, fica descansado. É do cabrão que te enrolou.
Bom dia Val… Como sempre…análise de um facto “em flagrante” , exemplo (entre muitos), de como o inquilino actual de Belém maneja o “carrossel ” das relações com o Governo…! … E que os comentadores de serviço passaram de fininho…porque não deu os resultados esperados….
… Mas que a reformulação do SEF é uma dor de cabeça para todos nela envolvidos , lá isso é…
PS – Claro que tomo sempre todas as aspirinas que nos receita… e que me aliviam a mente, neste período, estranho a todos os níveis… Politicamente, vamos ver se a esquerda percebe o que está em jogo – aliás, sempre esteve – quando “os do costume” começam novamente a falar de “UM GOVERNO DE SALVAÇÃO NACIONAL”….
“cometeu o “erro” de emitir uma opinião pessoal.” .. o tal de magina pensa o que pensou , pensa que errou em ter pensado em voz alta , ” um descuido bondoso” . portanto , não faço ideia do que disse , mas é o que ele efectivamente acha.
bom , afinal o problema era apenas o policia ter levantado o véu antes do ministro inaugurar a cena…santa paciência , é isto uma noticia , uma guerra de pilinhas?
Peço desculpa se estou um pouco fora do tema da posta, mas existe alguma razão (que não seja a pressão psicológica) para o coordenador do programa de vacinação dar uma conferência de imprensa vestido de camuflado?
Assino por baixo tudo o que se refere a esse “prócere dos comentadeiros” que é o Daniel Oliveira.
Continuas em grande forma caro Val. Lá para os lados de Belém ainda não tiraram as imagens do altar para montar os andores e sair a procissão, mas é apenas uma questão de tempo.
Vieira
É militar, e desempenha essas funções em conjunto com outros militares, destacados para estas tarefas temporárias, continuando a estar sob a alçada da hierarquia militar no Ministério da Defesa! Não transitarm para o Ministerio da Saude em Comissão de Serviço!
Rolando:
Ok, eu percebi. Também fui militar 2anos e tive que usar farda, claro.
Só estou a questionar é a utilização do camuflado em contexto urbano. Que me lembre, têm acesso a várias fardas mais ou menos discretas: De trabalho, de saída, de gala… ( não me lembro das designações). Não precisa estar nú ou à civil.
Além de me parecer ridículo, porque só consegue passar despercebido no jardim (spoil alert: piada), cria uma sensação de alarmismo que não me parece salutar.
Entendo que tenha que exercer autoridade no seu meio, mas trata-se de uma operação logística relacionada com saúde e não guerra.
Só estava a indagar acerca do objectivo, porque estas coisas não se fazem à toa. Estão a lidar com a população, com cidadãos. É Psy Ops para dar ar de estado policial ou competência organizacional?
No entanto, se convivem bem com isso, quem sou eu…
Ah, já me esquecia.
Quanto ao post, propriamente dito:
Ámen!
Vieira
Nao sendo militar, percebe exatamente o quê sobre Regulamento de Fardamento dos Militares da Marinha? Ou se está fardado ou não…é simples!
Rolando:
Se não está a perceber o sentido do meu raciocínio, não vale a pena continuar o bate-boca.
Em fico aqui no meu cantinho sossegado a matutar na coisa.
Pode ser que, entretanto, alguém entenda.
No problemo.
tá bom de ver que se vai de camuflado é para passar despercebido e os rolandos pensarem que estão a ouvir um arbusto a falar na têbê.
vendo bem, se calhar vestiu-se para ir à caça para o alentejo, apanhou o autocarro errado e foi parar à rtp.
… ou uma táctica militar para fintar o bírus e deslumbrar rolandas com fetiche militar. o porn hub tem lá uns filmes que abordam a problemática.
Quanto ao comentador, também o meu Amen. Sobre o novo coordenador das vàcinas, acho que se tratou só de um fait divers para intimidar os que ainda alimentem ilusões de continuarem a desviá-las do braço correcto.
só passo por aqui para me rir com os postes do valupi, é melhor que ir ao cinema
Enquanto o PS se mantiver próximo dos quareeenta por cento de intenções de voto e o PSD a tentar desferrar as mandíbulas do canídeo que lhe ferrou o dentinho no artelho («- Sai! Larga! Chega!!»), bem pode o comentariado e a manada de cabrões continuar a malhar em ferro frio e a tentar ir desenterrar reforços camuflados, que a procissão continuará a passar de ouvidos moucos à canzoada do costume.
Oiçam lá bem: 2011 já era, seus viuvinhos!
o camuflado resulta da tendência tuga para a imitação: viu os médicos e enfermeiros das forças armadas da Alemanha de camuflado e pim , deve ser moda , pensou. ( as nódoas notam-se menos no camuflado , quem sabe é só espírito prático ? )