Deve-se ouvir estas palavras do actual Presidente da República com toda a atenção: Dissolução da AR? Marcelo pede a partidos para garantirem estabilidade e evitarem “más notícias”
Nelas, ele discorre sobre dois assuntos, e apenas dois. Quanto ao primeiro, é impossível descobrir do que se trata. A expressão “factores de instabilidade” carece de senha ou intérprete oficial para se dar ao entendimento. Ignorando do que se está a falar, ignoramos as referências conexas e complementares presentes nas suas declarações — destacadas, e enfatizadas, pela comunicação social com o obsceno intento de espalhar alarmismo. O segundo, consiste na repetição de que ele, se lhe apetecer, obriga o País a eleições legislativas antecipadas.
Para darmos conta do contexto das suas palavras é necessário o exercício de memória relativo ao número de vezes que, nos últimos 6 meses, Marcelo verbalizou (e mandou verbalizar) exactamente o mesmo, isso de os Presidentes da República terem o poder de dissolver a Assembleia da República. Ajudaria muito nesse exercício dispormos de um mapa com o calendário dessas ocasiões. O primeiro resultado de tal análise seria o de se constatar que estamos perante um fenómeno inaudito. Nem Cavaco, no auge do seu combate e boicote aos Governos de Sócrates, teve este comportamento, optando antes por assassinatos de carácter e golpadas (bem pior, vai sem discussão). Logo a seguir, interessava recuperar o que antecede este ciclo, o período do início do Governo maioritário onde Marcelo se afundou num desnorte posicional súbito e imparável. Para além da perseguição patareca a ministros, foram os casos do Qatar e dos abusos sexuais na Igreja Católica portuguesa, em que Marcelo não esteve à altura das suas responsabilidades institucionais, a suscitar polémicas públicas de profundo mal-estar sociológico, deixando a direita em pânico. No Expresso apareceu a temática do “cansaço” de Marcelo, como justificação para a perplexidade da sua inépcia, e chegou-se a falar no comentariado direitola em “renúncia” ao mandato presidencial. Nisto, caiu do céu o caso TAP.
A TAP transportou Marcelo e Montenegro para uma ilha paradisíaca onde se podem fantasiar como os decisores do destino político de Portugal. Levados ao colo pela imprensa unanimemente ao serviço do ataque ao Governo e ao PS, um repete sem parar que está quase a rebentar com a maioria e o outro incha o peito a dizer que vai ser tudo dele. Se fosse apenas farronca e folclore, não apareceriam sinais de alarme relevantes (vindos de Santana Lopes, Rui Moreira, António Barreto, outros) onde se apela a Marcelo, e a quem o influencia, para acabar com a degradação institucional da Presidência, a qual é activamente um factor de instabilidade política.
Uma instabilidade política já tão inconsciente e inimputável que acaba a representar a denúncia do que é e faz. A serpente a engolir-se a si mesma.
por acaso ainda hoje, enquanto grelhava douradinhas, ouvi isso que disse o Marcelo, na rádio, e pensei: anda este gajo sempre a atirar postas de pescada pré cozinhadas e ninguém lhe deita a mão, a demência é galopante. mas agora, depois de ler o texto que ilumina o título, diria tratar-se de uma miserável sibila que sibila para o lado – para o lado como quem diz todas as frentes.
È notório que, o presidente Celito está a perder qualidades pois, não se entende a repescagem
das “alegorias” de Cavaco sobre Lula da Silva! Talvez, tudo se resolva com algum descanso e,
ficar-se pelos jardins do Palácio de Belém, sob pena de perder alguma da credibilidade que ainda
possa ter perante os portugueses!!!
Que o comentador Marcelo é a maior fonte de instabilidade política, isso até um ET recém chegado de um mundo distante poderia constatar.
A constituição determina que o PR apenas pode dissolver a AR quando estiver em causa o normal funcionamento das instituições. Ora a AR, que legisla conforme quer e faz as CPI que bem entende, está a funcionar normalmente, os tribunais estão a funcionar normalmente e até o Governo está a funcionar normalmente, bem, mal ou assim-assim, é questão de opinião e as opiniões são como os chapéus, há muitas.
A única instituição que não está a funcionar normalmente é precisamente a PR e isso acontece porque Marcelo comenta e alvitra diariamente a possibilidade de dissolver a AR. Deveria Marcelo dissolver-se? Penso que sim, mas na verdade também não sei como isso se faz…
A acontecer a dissolução da AR, será uma enorme irresponsabilidade que nos colocará a todos nas mãos do menino André, que será então muito provavelmente o fiel da balança da futura solução de Governo direitola. Mas se o comentador Marcelo é assim, verbo fácil, sem nunca tropeçar na vichyssoise e sempre mas sempre sob as luzes da ribalta, pode ser que o presidente Marcelo não se deixe arrebatar pela emoção que varre os jornais e os telejornais e não se atreva a lançar o país numa aventura desprovida de sentido.
«Uma instabilidade política já tão inconsciente e inimputável que acaba a representar a denúncia do que é e faz. A serpente a engolir-se a si mesma.»
«A única instituição que não está a funcionar normalmente é precisamente a PR e isso acontece porque Marcelo comenta e alvitra diariamente a possibilidade de dissolver a AR. Deveria Marcelo dissolver-se?»
São expressões de opinião de sentido equivalente que acertam ma mouche do alvo da atual política caseira. A serpente a engolir-se a si mesma equivale à dissolução de Marcelo são, certamente, o caso e a preocupação maior dos portugueses que recentemente deram ao atual governo uma maioria absoluta.
E tal maioria absoluta foi dada contra a opinião publicitada pelos mesmos que agora, novamente fabricam um dramalhão na tentativa de provocarem em Marcelo a ideia de uma dissolução. A dramatização dum quase nada elevada à potência do tudo da vida política conduz à percepção do ridículo no entendimento das pessoas mesmo para quem apenas pensa com o senso comum.
E já são tantos os visíveis potenciais pretendentes a candidatos a PR que faz pensar que, no fundo, talvez queiram mesmo é a dissolução ou o engolir-se a si mesmo do Marcelo o mais cedo possível.
“A constituição determina que o PR apenas pode dissolver a AR quando estiver em causa o normal funcionamento das instituições. ”
isto também devia vir naquele parecer que o medina garantia aos restantes ministros que tinha e depois afinal não tinha, porque na constituição da republica portuguesa não consta que venha. Ou a expressão “parecer jurídico” carece de senha ou intérprete oficial para se dar ao entendimento? ou talvez a expressão “constituição da republica”?
Nem tudo o que parecer é
Éu não venho aqui para aturar malucos, apenas de vez em quando para os alimentar. Escusas de agradecer.
assim ficam explicadas as mentiras que tentas propagar, pedróm.
é caridade!
Nem tudo o que parecer é, queres NIF pra descontares no IRS
Ó barrasco, para ruminares. E escusas de agradecer.
Constituição da República Portuguesa
Artigo 195.º
Demissão do Governo
2. O Presidente da República só pode demitir o Governo quando tal se torne necessário para assegurar o regular funcionamento das instituições democráticas, ouvido o Conselho de Estado.
pedróm,
vê lá se consegues entender a diferença entre “está em causa o regular funcionamento das instituições…” e “eu acho necessário para assegurar o regular funcionamento das instituições…”
consegues?
Nem tudo o que parecer é, queres NIF pra descontares no IRS, parece parecido.
Ex-Barrasco,
Entregaste-te filho.
Pronto… o positivo (?) é que deixaste de ser Barrasco. É que o Barrasco é um animal inteligente e tu lindo és pleno de intelijumencia.
entreguei-me porque tu não consegues perceber a diferença entre uma frase que IMPLICA a demonstração de que o regular funcionamento das instituiçoes está de facto em causa e outra em que mesmo que eu considere que efectivamente não está apenas é necessário que eu ache que hipoteticamente poderá quiçá no futuro vir a estar e quero garantir que isso não aconteça?
se há coisa que eu gosto é de burros arrogantes, divirto-me tanto