Há várias semanas, um dos canais de televisão perguntou de passagem a Manuela Ferreira Leite como iria lidar com a gripe A, caso apanhasse o vírus. Com o sorriso de quem dá uma resposta fácil, a líder do PSD disse qualquer coisa como: verifico o diagnóstico, trato-me e, três dias depois, conto estar apta para voltar a trabalhar.
A resposta é, de facto, muito simples. Não deveria sequer ser notícia e, muito menos, matéria para comentários, semanas depois.
A verdade é que, com o tempo, a gripe está mais próxima, mais frequente, mais alargada. E, de cada vez que oiço as notícias sobre a pandemia, lembro-me da resposta banal de Ferreira Leite.
O tom e o conteúdo foram úteis. Emprestam segurança ao assunto. Mostram que, olharmos para os problemas como eles são e se os tratarmos como deve ser, depressa voltamos à normalidade. Sem vídeos nem comícios. Sem artifícios dispendiosos. Sem promessas nem manás. Sem mais.
Inês Dentinho viu numa resposta de Ferreira Leite, conhecida especialista em estados gripados, a luz que nos trará rapidinho para a normalidade, de caminho acabando com vídeos, comícios, artifícios dispendiosos, promessas e manás. Apenas precisamos daquela banalidade. Temam.
Entretanto, a Inês conseguiu desenrascar o melhor título que a memória alcança para um texto de apoio ao PSD: Liderar a gripe.
É um registo digno de figurar nas biografias futuras de MFL.
Inês Dentinho diz: uma banalidade.
MFL é: uma banalidade.
Na falta da eloquência, transforma-se a banalidade em génio.
Que é essa tal de Inês Dentinho?
Qual o seu “curriculum” para além do PSD?
Agora lembrei-me que Dentinho anda pelos elevadores da AR a espiar conversas de deputados do PS.
São as ecutas do PSD.
Porque não uma assessoria em Belém?