Talvez aprender. Talvez pensar. Há um espaço vago, enorme e disforme, que os partidos não habitam e a escola não alimenta, que os agentes económicos ignoram e a academia despreza. Esse espaço chama-se tu e eu, chama-se nós.
Nós estamos cheios de falhas, preconceitos, medos, ilusões. Nós queremos e não queremos ter protagonismo político, porque nós somos e não somos cobardes e valentes. Nós atacamos os poderosos com gritos, os vizinhos com palavras e os miseráveis com silêncios. Nós deixamo-nos andar, mas não estamos a fazer caminho, não chegamos a lado algum se continuarmos à nora.
A paixão pela política é a paixão pela aprendizagem. Por isso a política nasce historicamente quando se abre um espaço nas cidades para o pensamento. O pensamento, pela sua natureza, é sempre um exercício de liberdade. A paixão pela política é, na sua essência, a paixão pela liberdade. A liberdade daqueles que a defendem juntos nas muralhas de pedra ou de leis.
Este espaço não é de esquerda ou direita, porque antecede, envolve e transcende qualquer concretização ideológica. Antes se constitui como o fundador do estádio mais complexo e humanista da civilização. É para este espaço que temos de convidar aqueles que não gostam de política. É neste espaço que nos vamos encontrar e falar. Aprender e pensar. Tu, eu e nós.
Filosofar, portanto…
http://lishbuna.blogspot.com/search/label/pensamento%20filos%C3%B3fico%20portugu%C3%AAs
é verdade: aprender e pensar e falar. mas paixão pela política – pelo menos pela política do poder – não tenho. e é por isso que cá venho. não é paradoxal – é verdade. :-)
(e só te livras do erro porque ele é, emprestado, do abrunhosa) :-)
Então o Valupi desgostou-se da política? E está a estudar filosofia aonde?
Estou de acordo. Todos temos de aprender o modo de defender a Liberdade com a arma da palavra e da inteligência. Bem haja pela chamada!
Sá me pronuncio definitivamente quando chegarem os resultados do Taco ao corpo do manifesto.
O sonho comanda a vida. O teu texto remeteu-me para Gedeão. Bem metido, Valupi, na hora do triunfo efémero da politiquice mais rasteira. Na hora em que a infâmia canta vitória e ergue a taça a transbordar de veneno. Quando beber, vai cair do pedestal e vai ter de enfrentar, novamente, o sonho dos homens da polis. O futuro pertence aos que sonham. E não parece.
Este texto fez-me recordar dois aforismos que escrevi faz tempo:
1º preso à liberdade de pensar
2º entre eu e a minha sombra quantos eus?
No caso que apresentas: entre eu e tu, quantos nós?
(não pretendo uma resposta, apenas que possa servir para uma eventual reflexão)
estou a tentar pensar , sério. mas encravei no “estádio mais complexo” , só me vem à cabeça o anatole e a ilha dos pinguins.´bom , será pq a biologia e etologia vãoi ser muito imp. para uma sociedade humanista , que isto de sermos só alma anda a dar cabo de nós.
para já conviver um pouco,