Dominguice

Pedro Duarte, ministro dos Assuntos Parlamentares, afirmou que o problema de saúde que levou Montenegro de urgência para o Santa Maria não passou de um “percalço”, tamanho “pequeno”, que ficou no “passado”. Acrescentou um diagnóstico holístico da sua lavra: “Acho que temos um primeiro-ministro com uma saúde rija“. A escolha do adjectivo, vinda do uso popular, não causa dificuldades de interpretação. O que é rijo tem mais saúde, é melhor, do que aquilo que está mole, garante o folclore. Mas há aqui uma ironia involuntária. É que tratando-se de patologias cardíacas, e ainda mais nas vasculares, e até nas neurológicas, a rigidez não tem essa boa fama que o Pedro ministro e facultativo achou por bem propagar. Vai, exactamente, ao contrário da metáfora o efeito resultante da falta de elasticidade, maleabilidade, plasticidade.

Mais auspiciosa teria sido uma declaração a respeito da sua saúde estar aí para o que der e vier. E até poderia rematar: “Tal como a sua lata. Ele é muito flexível quanto aos princípios éticos, um autêntico ginasta olímpico!”

5 thoughts on “Dominguice”

  1. Descarada encenação. Problemas cardíacos, Hospital Santa Maria, onde a ranhosa foi diretora nomeada pelo ex-primeiro-ministro António Costa (eu vou emigrar para Olivença), e, horas depois (problemas cardíacos!!!), dá cá a mochila e toca a andar – um episódio da tal comédia que referi há dias.

  2. Uma dupla encenação, Fernando: o achaque e a ida a um hospital público, para mostrar que ‘é uma pessoa como as outras’. Como bónus pode depois elogiar o SNS e mostrar o seu amor ao Estado Social.

    Seria giro saber quantas vezes este trafulha e a sua famelga não menos trafulha usaram o SNS nos últimos vinte anos, versus saúde privada… embora não consigam ser tão hipócritas quanto os xuxas que louvam a saúde pública e a escola pública enquanto frequentam e metem os filhotes nos mamões privados.

    Isto foi útil para uma coisa: recordar o “protocolo que permite que as altas figuras de Estado escapem às urgências”. Diz uma fonte oficial que “o tratamento protocolar e de segurança interna foi o habitual para altas figuras nacionais ou estrangeiras”. É-me difícil pôr em palavras a irritação, a revolta, o nojo que sinto pelo tratamento de excepção que esta alta escumalha atribui a si própria…. e pelos que o obedecem.

  3. ” Estou bem, podem estar tranquilos… E já agora tranquilizar os portugueses.”

    respondeu o gajo, à saída do hospital, a quem queria saber quanto pagou pela betonagem do solar minhoto de 6 andares, com 8 altares para comunicar com o divino e vistas panorâmicas para a traseira do casino.

  4. Montenegro deu entrada no hospital por se ter sentido mal. Custa-me dizer isso porque com estas coisas o melhor é respeitar. No entanto, não posso deixar de referir que este pequeno problema de saúde, passageiro, está a ser empolgado. E o primeiro a fazê-lo foi o próprio: “os portugueses podem estar sossegados”. Não é assim quer se comunica um problema deste tipo.
    Não perde a hipótese de uma habilidadezinha.

  5. vá lá o problema não ter falhado e acertar-lhe de raspão na orelha e fazer espirrar sangue como se de veia se tratasse.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *