Aviso aos pacientes: este blogue é antianalgésico, pirético e inflamatório. Em caso de agravamento dos sintomas, escreva aos enfermeiros de plantão. Apenas para administração interna; o fabricante não se responsabiliza por usos incorrectos deste fármaco.
Quem repudia as manifestações de júbilo no povo americano pela morte de Bin Laden, não percebeu nada do que aconteceu a 11 de Setembro de 2001.
19 thoughts on “Corolários para os carolas”
Essa vai direitinha para o Pedro Vieira e bem.
Perdão, queria dizer Bruno Sena Martins e não Pedro Vieira. Está feita a correcção.
Muitos americanos também festejam porque entendem que a missão no Afeganistão estará concluída. Querem o regresso das tropas.
Pois é – missão cumprida. Mas será mesmo?
Ora ainda bem que o Val entende o povo americano mesmo, seja lá o que isso for.
Eu, que mantenho estreitos laços na América e que já lá estive umas quantas vezes, continuo a encontrar gente de todos os credos ideais e filosofias…ea surpreender-me com o que por lá vejo e oiço!
Deve ser o meu astral que anda em saldos em China Town…
Haja quem nos represente junto dos Tea Parties!
bem visto.
infelizmente, o que eu vejo, são principalmente jovens americanos a exultarem pelo assassinato dum terrorista tal qual jovens muçulmanos a exultarem pela morte dum qualquer ocidental cristão e infiel. Dente por dente, olho por olho e assim vamos andando nisto, felizes da vida!
Justica não foi feita. Justica seria feita se o homem tivesse sido julgado e condenado.
Ou talvez seja eu que não perceba nada disto….é possível.
Talvez no sentido em que lhe dê um elemento agregador, quase fetichista, à guerra contra o terror. Tentei escrever sobre isso hoje, no meu blog.
Nuno Rebelo, e outros, claro.
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Penélope, também, pois.
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MFerrer, dá-me ideia de que algumas pessoas para além da tua já foram aos EUA e mantém relações de proximidade, até familiares, com americanos. Por isso, falares da diversidade desse povo, feito de tantos retalhos, é mesmo o que de mais certo se pode dizer. Não tem é relação alguma com este aspecto de haver uma descarga emocional profunda numa sociedade que viveu 10 anos de trauma colectivo.
__
Luís, a morte de Bin Laden foi uma acto de guerra, não o resultado de um processo policial. Por isso, nesta lógica, o interesse era mesmo matá-lo.
__
Luís Gaspar, eu não me agarraria a fetichismos para explicar o que é evidente para um americano, e ainda mais para aqueles que vivem nas zonas dos ataque do 11/9 ou na Capital: Bin Laden representava uma permanente ameaça de morte para qualquer cidadão norte-americano, estivesse onde estivesse no Mundo.
“Quem repudia as manifestações de júbilo no povo americano pela morte de Bin Laden, não percebeu nada do que aconteceu a 11 de Setembro de 2001”: toma e embrulha, pá.
Conversa da treta.
mp, larga o vinho.
É a diferença entre quem acha que no 11 de Setembro foi cometido um crime, e quem acha que foi um acto de guerra. Nos EUA, comemora-se a morte do general inimigo como se de o dia da vitória se tratasse. E fazem muito bem. A “guerra ao terrorismo” não acaba hoje, mas poderá agora, finalmente, evoluir para uma operação de vigilância global sem a retórica de guerra.
E mais importante, Bin Laden não foi morto numa caverna, ou em combate. Foi morto numa mansão onde vivia confortavelmente enquanto os restantes membros combatiam em nome dele. Creio que o significado disto será bastante mais importante que nos apercebemos.
Não sei se alguém saberá ao certo o que é isso do “povo americano”, mas o termo faz-me até sorrir. Não sei se alguém saberá mesmo, para além de umas poucas dezenas de pessoas, o que realmente aconteceu no dia 11 de Setembro de 2 001 (e pensar nisso deixa-me bastante inquieto). Não sei como é que o sagaz Valupi pode atribuír à mera incapacidade cognitiva o facto de muitos justamente discordarem das manifestações de júbilo grotesco de uma plateia de imbecilizados, por mais que sejam, que acreditam piamente ter o seu País sido alvo de um “acto de guerra”, só porque ainda nunca tinham visto no seu território acções terroristas daquela dimensão. Apenas digo que o caminho que esses jubilosos patetas trilham só pode conduzir a mais espanto por mais violência, mais injustiça e mais barbárie em todo o Mundo. Sem quaisquer antecedentes nem regras, seja lá qual for o termo, gasto ou lustroso, que decidam usar para a sua designação. Pois então, sigam lá esse vosso trilho armadilhado e vão-se regozijando enquanto podem, cientes porém de que há muito quem não vá por aí, em busca do aperfeiçoamento da Civilização. Humana, que outra não se conhece…
Desta vez, Val, não o consigo acompanhar. Mais depressa subscrevo as palavras do Marco Alberto Alves.
que nojo de pensamento: lembrei-me, ao invés de um bolo colorido comemorativo, de uma bola de carnes gigante. :-)
Marco Alberto Alves e Francisco Clamote, como descrevem o que aconteceu no 11/9?
O 11 de Setembro é a grande farsa que está a produzir uma longa agonia, tão longa que ninguém sabe ao certo como vai acabar.
A idade do ouro não acabou por ter deixado de haver ouro; a mesma leitura é valida para outros períodos marcantes da história e para outros “elementos” dinamizadores da economia, como é o caso do petróleo. A” idade do petróleo” está no fim e existe uma luta pela hegemonia de um poder assente numa realidade que começa a ser uma miragem.
Vivemos no epicentro da ruptura do modelo politico, tal como o conhecemos hoje, e na ruptura do modelo económico/social.
A grande vantagem, do meu ponto de vista, de podermos viver este momento é precisamente poder influenciar de forma decisiva o futuro. E devia ser esse o âmbito da nossa discussão.
O que se sabe como certo sobre o 11 de Setembro (e eu sei só o que “todos” sabem) apenas permite classificá-lo como um atentado terrorista, em larga escala. Podemos adjectivá-lo a gosto, mas o substantivo que fica é sempre apenas um: atentado. O maior de sempre de toda a História? Talvez. É matéria para os investigadores. Mas foi um atentado. Reivindicado e tudo. Um atentado. Provocado por quem? Contra quem? Com a colaboração (ou o conhecimento prévio) de quem? Tudo boas questões, sem dúvida, mas sobre o atentado. Mostraram-no (“venderam-no”) ao público americano e à opinião pública internacional como se de um bombardeamento nuclear soviético (o tal que nunca existiu) se tratasse? Assunto da esfera da propaganda e do “marketing” político e diplomático. Mas não é por isso que deixa de ser um atentado.
Como os de Londres e de Madrid. Todos eles, incluindo o que vitimou Carrero Blanco. Nova Iorque também pode não ser uma Cidade como as outras (quais delas serão?), mas é uma Cidade. Os seus atentados e os seus crimes não deixam de o ser, só por serem lá cometidos…
Bem, toda a matéria social pode ser analisada mais tarde pelos investigadores. Todavia o facto actual também pode (e deve) ser analisado aqui e agora. Tratar-se -à de uma leitura mais emocional, menos distanciada, e portanto susceptível de maiores distorções. Ou não .
Se por ocasião das atrocidades praticadas pela santa inquisição alguém as tivesse escalpelizado, talvez a barbárie não tivesse durado tanto.
Mas vou a factos mais objectivos. O DN noticiava ontem que com o anuncio da morte de Ben Laden, o preço do petróleo tinha baixado, e eu que não faço a menor ideia da forma de calculo do preço do barril de petróleo, pergunto, que espécie de sentido isto faz?
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Este blogue é antianalgésico, pirético e inflamatório
Essa vai direitinha para o Pedro Vieira e bem.
Perdão, queria dizer Bruno Sena Martins e não Pedro Vieira. Está feita a correcção.
Muitos americanos também festejam porque entendem que a missão no Afeganistão estará concluída. Querem o regresso das tropas.
Pois é – missão cumprida. Mas será mesmo?
Ora ainda bem que o Val entende o povo americano mesmo, seja lá o que isso for.
Eu, que mantenho estreitos laços na América e que já lá estive umas quantas vezes, continuo a encontrar gente de todos os credos ideais e filosofias…ea surpreender-me com o que por lá vejo e oiço!
Deve ser o meu astral que anda em saldos em China Town…
Haja quem nos represente junto dos Tea Parties!
bem visto.
infelizmente, o que eu vejo, são principalmente jovens americanos a exultarem pelo assassinato dum terrorista tal qual jovens muçulmanos a exultarem pela morte dum qualquer ocidental cristão e infiel. Dente por dente, olho por olho e assim vamos andando nisto, felizes da vida!
Justica não foi feita. Justica seria feita se o homem tivesse sido julgado e condenado.
Ou talvez seja eu que não perceba nada disto….é possível.
Talvez no sentido em que lhe dê um elemento agregador, quase fetichista, à guerra contra o terror. Tentei escrever sobre isso hoje, no meu blog.
Nuno Rebelo, e outros, claro.
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Penélope, também, pois.
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MFerrer, dá-me ideia de que algumas pessoas para além da tua já foram aos EUA e mantém relações de proximidade, até familiares, com americanos. Por isso, falares da diversidade desse povo, feito de tantos retalhos, é mesmo o que de mais certo se pode dizer. Não tem é relação alguma com este aspecto de haver uma descarga emocional profunda numa sociedade que viveu 10 anos de trauma colectivo.
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Luís, a morte de Bin Laden foi uma acto de guerra, não o resultado de um processo policial. Por isso, nesta lógica, o interesse era mesmo matá-lo.
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Luís Gaspar, eu não me agarraria a fetichismos para explicar o que é evidente para um americano, e ainda mais para aqueles que vivem nas zonas dos ataque do 11/9 ou na Capital: Bin Laden representava uma permanente ameaça de morte para qualquer cidadão norte-americano, estivesse onde estivesse no Mundo.
“Quem repudia as manifestações de júbilo no povo americano pela morte de Bin Laden, não percebeu nada do que aconteceu a 11 de Setembro de 2001”: toma e embrulha, pá.
Conversa da treta.
mp, larga o vinho.
É a diferença entre quem acha que no 11 de Setembro foi cometido um crime, e quem acha que foi um acto de guerra. Nos EUA, comemora-se a morte do general inimigo como se de o dia da vitória se tratasse. E fazem muito bem. A “guerra ao terrorismo” não acaba hoje, mas poderá agora, finalmente, evoluir para uma operação de vigilância global sem a retórica de guerra.
E mais importante, Bin Laden não foi morto numa caverna, ou em combate. Foi morto numa mansão onde vivia confortavelmente enquanto os restantes membros combatiam em nome dele. Creio que o significado disto será bastante mais importante que nos apercebemos.
Não sei se alguém saberá ao certo o que é isso do “povo americano”, mas o termo faz-me até sorrir. Não sei se alguém saberá mesmo, para além de umas poucas dezenas de pessoas, o que realmente aconteceu no dia 11 de Setembro de 2 001 (e pensar nisso deixa-me bastante inquieto). Não sei como é que o sagaz Valupi pode atribuír à mera incapacidade cognitiva o facto de muitos justamente discordarem das manifestações de júbilo grotesco de uma plateia de imbecilizados, por mais que sejam, que acreditam piamente ter o seu País sido alvo de um “acto de guerra”, só porque ainda nunca tinham visto no seu território acções terroristas daquela dimensão. Apenas digo que o caminho que esses jubilosos patetas trilham só pode conduzir a mais espanto por mais violência, mais injustiça e mais barbárie em todo o Mundo. Sem quaisquer antecedentes nem regras, seja lá qual for o termo, gasto ou lustroso, que decidam usar para a sua designação. Pois então, sigam lá esse vosso trilho armadilhado e vão-se regozijando enquanto podem, cientes porém de que há muito quem não vá por aí, em busca do aperfeiçoamento da Civilização. Humana, que outra não se conhece…
Desta vez, Val, não o consigo acompanhar. Mais depressa subscrevo as palavras do Marco Alberto Alves.
que nojo de pensamento: lembrei-me, ao invés de um bolo colorido comemorativo, de uma bola de carnes gigante. :-)
Marco Alberto Alves e Francisco Clamote, como descrevem o que aconteceu no 11/9?
O 11 de Setembro é a grande farsa que está a produzir uma longa agonia, tão longa que ninguém sabe ao certo como vai acabar.
A idade do ouro não acabou por ter deixado de haver ouro; a mesma leitura é valida para outros períodos marcantes da história e para outros “elementos” dinamizadores da economia, como é o caso do petróleo. A” idade do petróleo” está no fim e existe uma luta pela hegemonia de um poder assente numa realidade que começa a ser uma miragem.
Vivemos no epicentro da ruptura do modelo politico, tal como o conhecemos hoje, e na ruptura do modelo económico/social.
A grande vantagem, do meu ponto de vista, de podermos viver este momento é precisamente poder influenciar de forma decisiva o futuro. E devia ser esse o âmbito da nossa discussão.
O que se sabe como certo sobre o 11 de Setembro (e eu sei só o que “todos” sabem) apenas permite classificá-lo como um atentado terrorista, em larga escala. Podemos adjectivá-lo a gosto, mas o substantivo que fica é sempre apenas um: atentado. O maior de sempre de toda a História? Talvez. É matéria para os investigadores. Mas foi um atentado. Reivindicado e tudo. Um atentado. Provocado por quem? Contra quem? Com a colaboração (ou o conhecimento prévio) de quem? Tudo boas questões, sem dúvida, mas sobre o atentado. Mostraram-no (“venderam-no”) ao público americano e à opinião pública internacional como se de um bombardeamento nuclear soviético (o tal que nunca existiu) se tratasse? Assunto da esfera da propaganda e do “marketing” político e diplomático. Mas não é por isso que deixa de ser um atentado.
Como os de Londres e de Madrid. Todos eles, incluindo o que vitimou Carrero Blanco. Nova Iorque também pode não ser uma Cidade como as outras (quais delas serão?), mas é uma Cidade. Os seus atentados e os seus crimes não deixam de o ser, só por serem lá cometidos…
Bem, toda a matéria social pode ser analisada mais tarde pelos investigadores. Todavia o facto actual também pode (e deve) ser analisado aqui e agora. Tratar-se -à de uma leitura mais emocional, menos distanciada, e portanto susceptível de maiores distorções. Ou não .
Se por ocasião das atrocidades praticadas pela santa inquisição alguém as tivesse escalpelizado, talvez a barbárie não tivesse durado tanto.
Mas vou a factos mais objectivos. O DN noticiava ontem que com o anuncio da morte de Ben Laden, o preço do petróleo tinha baixado, e eu que não faço a menor ideia da forma de calculo do preço do barril de petróleo, pergunto, que espécie de sentido isto faz?