«A deputada do Partido Socialista Isabel Moreira recorreu, este sábado, 19 de julho, a uma mensagem publicada em várias redes sociais para criticar o que diz ser “um Chega infiltrado no PS”, partido que já fala a “linguagem da extrema-direita” ao se referir a moradores em habitações precárias como “infratores”.
“Adivinho um bom resultado eleitoral para o verdadeiro infrator. Escolho ficar mais tempo em minoria. Isto não é PS. Tenho direito a ter opinião. Isto é um chega infiltrado no PS. Fraco. Como explicou Helena Roseta. Os comentários, o virar de costas a crianças que a cada dia adoecem na rua, são auto-explicativos. Escrevi isto em defesa de todos nós”, publicou.
“Tenho vergonha disto (…) Sei que o estado de direito, a igualdade, a inclusão, até o amor, não são movimentos populares”, acrescentou, ressalvando que não retira "um pingo de responsabilidade ao Governo” no sucedido.»
É sempre triste ver a dondoca Moreira desapontadinha, mas é assim a realpulhitik do PS: se os botinhos e os tachos estão à direita, então vamos para a direita. É a célebre filosofia de Marx, o Groucho, não o Karl: estes são os nossos princípios; se não gostarem deles temos outros.
Não é preciso uma infiltração, o PS sempre cultivou este oportunismo, como aliás a maioria dos partidos. Só à esquerda se encontra alguma seriedade e probidade, embora também lá não faltem tachistas. O caso é duplamente mau pela miséria disto tudo: dos que vivem em barracas porque são ainda assim melhores que os sítios de onde vêm; e dos abarracados mentais que os atacam.
A verdade é que ninguém, além da esquerda a que volupis e Elias chamam ‘extrema’, nomeia o problema de fundo – o capitalismo que governa o mundo – nem tem qualquer intenção de resolvê-lo. Os tugas que hoje atacam os imigrantes pobres ficarão também cada vez mais pobres, e muitos também sem casa, para manter a espiral de ganância dos mamões do imobiliário e do capital.
Pulhíticos como este autarca do PS são meros capatazes desse capital; e dondocas como a Moreira são a confortável consciência dos que protestam sempre bem sentadinhos.
Portanto, Filipe Bastos, a dondoca da Isabel Moreira até tem razão no que diz e apenas é criticavel porque não leva o esforço até juntar-se a si na barricada armada em Loures para combater o capitalismo (não confundir com as trincheiras do PC que hoje estão reconvertidas no apoio logistico ao Chega). Talvez seja. Mas v. esqueceu-se de indicar onde fica, exactamente, a tal barricada e porque é que ela não se vê ao longe, apesar de ser tão forte e bem organizada que dispensa os apoios das (poucas) pessoas com coluna vertebral?
Boas
A dondoca devia era ter vergonha de ter feito parte do governo que criou o problema. Se a governação da dondoca não tivesse levado as pessoas para debaixo da ponte nada disto acontecia. Ter o ps infiltrado por capitalistas financeiros dá nisto.
Ver esta gente sem pedir desculpa pelo que causou e a bater em quem tenta resolver o problema é constrangedor.
Vocês querem favelas á volta das cidades? Gostava de saber.
50 anos de “democracia” , a maior parte destes anos a cargo do PS, e o país cheio da barracas. Essa é que é essa.
Nem se percebe como e que ninguém lhe atira á cara o ter aprovado uma legislação que permitiu a entrada de milhares de africanos sem ter assegurado as condições de habitação. Os melhores amigos do chega, estes hipócritas socialistas.
Eu queria morar numa favela
O meu sonho é morar numa favela
Eu me chamo de cheiroso como alguém me chamou
Mas pode me chamar do que quiser, Seu Doutor
Eu não tenho nome, eu não tenho identidade
Eu não tenho nem certeza se eu sou gente de verdade
Eu não tenho nada, mas gostaria de ter
Aproveita, Seu Doutor, e dá um trocado pra eu comer
Que trocado o quê, tem vergonha nessa cara suja, não?
Vai trabalhar, ô vagabundo!
Eu gostaria de ter um pingo de orgulho
Mas isso é impossível pra quem come o entulho
Misturado com os ratos e com as baratas
E com o papel higiênico usado, nas latas de lixo
Eu vivo como um bicho ou pior que isso
chorus
Eu sou o resto, o resto do mundo
Eu sou mendigo, um indigente
Um indigesto, um vagabundo
Eu sou… Eu num sou ninguém