Putin adiou a segunda invasão da Ucrânia a pedido da amiga China que não queria distracções nos seus Jogos Olímpicos de Inverno, eis uma tese candidata à medalha de ouro da verosimilhança. Seja ou não verdade, podemos imaginar o que se teria passado caso a invasão tivesse ocorrido no início de Setembro de 2021. Nesse universo paralelo, vamos supor que Jerónimo de Sousa diria então o que disse a partir de 24 de Fevereiro de 2022, e que João Ferreira apareceria na campanha para as autárquicas a culpar os Estados Unidos e a União Europeia por aquilo que nem sequer considera uma “invasão”, e que o PCP, chegado a finais de Outubro, chumbava o Orçamento de Estado.
Nesse cenário, duas consequências parecem certas: João Ferreira teria muito menos votos em Lisboa, levando a que Medina ganhasse; nas legislativas, o PCP teria ainda menos deputados, talvez apenas três ou nem lá chegando. Porquê? Porque os comunistas iriam a votos em choque contra aquele fundo moral comunitário que em Portugal foi adiando, ao longo de décadas, a extinção há muito ocorrida na Europa dos outros partidos comunistas. O PCP, após o 25 de Novembro, deixou de querer a revolução para passar a explorar comercialmente a sua museologia e solenidades feirantes. Consideravam-se ainda cercados pelos inimigos mas aceitaram aproveitar as oportunidades e até as benesses oferecidas pelo imperialismo capitalista e seus capachos. Daí o posicionamento ruralizante e popularucho que Jerónimo de Sousa, no novo longo ciclo após Cunhal e continuando a “perestroika” iniciada com Carlos Carvalhas, tão bem vendeu como imagem de um comunismo simpático, integrado, acomodado, inócuo, mesmo útil ao patronato (quando havia sindicalismo e dava jeito que ele apenas berrasse para o ar e se portasse bem). Contudo, esta fórmula implicava que o PCP continuasse alinhado com a matriz sociologicamente conservadora que funda no universal senso comum a sua interpretação moral da realidade.
Ora, é moralmente evidente que quem invade um país sem ter o seu território atacado é o único responsável pela invasão. Ao se pretender justificar tal acto com alegadas ameaças que não passam de exercícios de diabolização e de redução ao absurdo, quando não se entra mesmo no intencional ou patológico delírio, abre-se uma radical separação que começa por ser moral e se transforma inevitavelmente em anátema político. Há neste momento um PCP que se tornou irreconhecível. Como poderá o putativo futuro secretário-geral João Ferreira recuperar eleitorado para os seus camaradas voltarem a ter salários e auto-estima se aceita aparecer como propagandista da estratégia de Putin? Para quem irá falar a partir desta humilhação auto-infligida e qual a sua credibilidade política seja lá qual for o assunto em que toque?
Parece misterioso o deslaçamento da relação com as evidências a que os comunistas se entregaram assim que toparam com a destruição da Ucrânia e o massacre de civis. Porém, esse processo já tinha começado espectacularmente quando os mesmos comunistas nos vieram explicar que chumbaram o Orçamento de Estado porque o mauzão do Costa queria a maioria absoluta. O nó cego na lógica que o argumento consagrava era tão imbecil que se pensou estarem apenas a usar o esquizóidismo como táctica retórica. Não acreditávamos que os aturados estudiosos de Marx tivessem expulsado a racionalidade do partido. Eis que vieram os resultados das legislativas, abrindo a maior crise na história dos comunistas portugueses – bem pior, num certo sentido histórico, do que aquelas ocorridas no tempo da ditadura – e as dinâmicas depressivas e caóticas à solta na Soeiro Pereira Gomes agarraram-se com o desespero dos afogados à réstia de identidade que a Santa Rússia ainda permitia tornar tangível.
Quando existia a União Soviética existia concomitantemente um nexo intelectual, por ser ideológico, entre o PCP e tudo o que Moscovo se lembrasse de fazer e dizer. Tal podia causar repulsa a muitos mas justificava-se pelo anseio messiânico e utópico. Agora, no estertor de se verem tão violentamente desprezados pelo eleitorado, e não tendo perspectivas de reverter a tendência, aceitam estar do lado de um criminoso plutocrata e carniceiro para se poderem lançar numa última carga de cavalaria contra a metralha e os canhões da “América”, da “Europa”, do “Ocidente”.
Assim se vê a tragédia do PCP.
na sua percepção distorcida talvez o PCP, eu a meter o PCP como persona, por que não, se tudo é possível então eu também posso possibilitar disso, como estava a dizer, talvez o PCP tenha pegado na baía dos porcos para emporcalhá-la nisto de ter a violação da Ucrânia como a rapariga que merece ser violada por conta de ter meloas fartas e empinadas e o decote as fazer notar um pouco, talvez na cabeça do violador a porca seja a dona das meloas e o próprio decote, como estava a dizer, talvez a baía dos porcos invertida e pervertida deva desaguar na baía do seixal, irem buscar salvação ao passado do futuro, passado do futuro por se tratar da liberdade que lhes furtou a clandestinidade, baía do seixal, senhor PCP, carvalhesa, cor, limpeza cerebral, pode ser que me leiam e tal.
E a propaganda acéfala continua… junta-se uma pitada de anticomunismo e, voilá!
Confesso que só vou piando, por aqui, graças ao anonimato. Tenho a certeza que estes democratas, humanistas, piedosos e solidários já me tinham enforcado no poste mais alto que encontrassem por não pensar como eles. É que eu não sou herói.
Nem uma duvidazinha? É assim, preto no branco?
Desdolarização, mudança de paradigma, nada? Visão mais abrangente além da cortina merdiática de preocupação humanitária e soberania dos povos, rien?
Achas mesmo que isto tem alguma coisa a ver com os ucranianos?
Não conseguem ir além dos “sound bites”?
Ah, então o “Mundo” é muito mais simples do que imaginei, o Pai Natal (da CocaCola) espreme a pança pela chaminé abaixo, os bébés são transportados por cegonhas e o Sócras criou a “bancarrota” e roubou vinte malhões que tem guardados num cofre na Suíça. Ufa, assim é mais fácil, não sei porque complico.
Desculpem, estava enganado.
!ai! que estou a ver o Vieira a mijar, sim, a mijar, para um post na via pública. porque o Vieira é anónimo. porque se o Vieira não fosse anónimo não mijava contra um post – se o Vieira não fosse anónimo metia a tringalha de fora em casa para urinar na retrete e limpava as pinguinhas. !ai! que riso.
se nem a escolha de israel -estado invasor hácanos.-por parte do zelinsky para mediar a sua invasão, não lhes faz confusão , está tudo dito.
ai o médio oriente , ai o mar de azov , ai tudo tão bom , tantos negócios , tantos tampões .
Se, se, se…Se eu jogasse no euromilhões e me saisse o primeiro prémio ficaria rico…
os da nato foram por as fragatas no mar do norte para fazer barreira , pelo sim pelo não , caso haja III . dá ideia que acham que a china se vai juntar à rússia , pesadelam eles . pergunto eu : a china???? vai vender a quem depois ? aos africanos ? quem compra a tralha deles é o ocidente , quem mete lá as fábricas é o ocidente , não vão matar os clientes , daaa.
O mais incrível da posição do PCP é que o regime russo não é comunista, mas sim ultra-nacionalista, como Trump e Steve Bannon. Os amigos e suporte de Putin são os oligarcas que enriqueceram à custa das riquezas do país e vivem à grande e à francesa em grandes negócios do capitalismo mais selvagem. É nisto que “os trabalhadores e o povo” se devem rever?
Muito bem FG. Um partido que se esta cada vez mais a parecer com uma igreja evangélica. Uma tristeza…
Boas
“É que eu não sou herói”, diz o anão cínico vieira. Neste truismo do cínico vieira temos, em primeiro lugar, a confissão dum facto que não constitui novidade nesta casa: a sua cobardia. Mas também a denotação do peculiar egocentrismo paranoico observável em todos os que se presumem excessivamente relevantes, ao ponto de julgarem viver sob ameaça de morte. O anão cínico vieira pode ficar descansado. No que depender dos democratas, humanistas, piedosos e solidários, está garantida a sua longevidade, e, com isso, a continuidade da sua produção intelectual tão supérflua quanto enviesada por má-fé essencial e indigna de remissão.
Em qualquer democracia, vieira é demasiado medíocre para chamar a atenção, demasiado patético para ser levado a sério e demasiado cobarde para ser ameaça. Desta excepcional privação de qualidades pode justamente o anão cínico vieira retirar a conclusão de que a sua vida está coberta pelo melhor dos seguros.
” Confesso que só vou piando, por aqui, graças ao anonimato. Tenho a certeza que estes democratas, humanistas, piedosos e solidários já me tinham enforcado no poste mais alto que encontrassem por não pensar como eles. ”
fazes bem jogar à defesa, a tradição dos xuxas enforcarem comunistas vem de longe e o zélensque já lhes comprou o manual para aviar russos.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Incidente_da_Marinha_Grande#/media/Ficheiro:Mw-1024_(minimized).jpg
esse quasimodo anão é horroroso , dá calafrios.
os oligarcas ocidentais fazem exactamente o mesmo , exploram os povinhos , com uma diferença , ninguém os controla , são eles que controlam os políticos que compram…ao menos o putin tem mão nos seus oligarcas…
estes senhores dos partidos são engraçadissimos.
“Ora, é moralmente evidente que quem invade um país sem ter o seu território atacado é o único responsável pela invasão”
Subscrevo, tudo certo, nada contra. Exceto na perspetiva anacrónica do que significa invadir um território, ou ter um território atacado, por estes dias. A noção de pais é, ela própria – e também – refresco para cús – geoestratégica e regionalmente – portugueses.
Joaquim O, para cus é a sua pontuação – se precisão eu faço-lhe refresco de lição. !ai! que riso
Quando se invade um país sem ser atacado. Aperta um gato contra uma parede e logo vês o que te acontece.
Putin como um gatinho, Winchester; Winchester como um cabrão.
Eu só não diria Santa Rússia, mas Mãe Rússia.