1ª O preço dos combustíveis baixa todos os dias.
2ª A oposição anda tão encantada com o Governo que se confessa sem palavras.
3ª O Porto perdeu em casa e ficaram a ver a qualificação por um canudo.
4ª Dois meses depois do acidente na Linha do Tua, os peritos não fazem ideia do que aconteceu. É possível que venham a concluir pela inexistência de acidente.
5ª O Presidente não precisa de concordar com as leis que promulga.
6ª O dinheiro é tanto que se fala em voltar a ser possível entregá-lo aos partidos embrulhado em papel pardo ou dentro de sacos de plástico do Rei dos Frangos.
7ª Roubaram o computador ao Miguel Sousa Tavares e o único ficheiro do seu próximo romance, quase acabado, estava lá.
E agora, Caro Valupi, imagine um país em que:
1ª O preço do Cartuxa tinto baixasse todos os dias.
2ª A oposição andasse tão encantada com o Governo que fizesse um favor a todos nós e imolasse de vez o Santana Lopes em Lisboa.
3ª O Porto perdesse o próximo jogo da Taça de Portugal.
4ª Dois meses depois do acidente na Linha do Tua, os peritos não fizessem ideia do que aconteceu e que decidissem de vez que a linha havia se refazer todinha e havia de acabar em Bragança, como tem que ser.
5ª O Presidente, não precisando de concordar com as leis que promulga, promulgasse uma lei que colocasse os Cohiba Lanceros ao mesmo preço do SG Gigante.
6ª O dinheiro fosse tanto que se falasse em taxas Euribor negativas, de tal forma que enchêssemos os voos todos para as Caraíbas e ainda nos ficavam a dever dinheiro.
7ª Roubassem o computador à Não Sei Quê Rebelo Pinto e estivessem lá dentro os livros que há-de lançar por altura do Natal e dos próximos Verões.
Incontestável, Dispendioso Comendador. Especialmente recomendável a mais do que justa equiparação dos Cohiba ao SG.
Eu estou triste com o que fizeram ao Miguel Sousa Tavares. Espero que descubram o que se passou e, sobretudo, que ele volte a recuperar o que estava a escrever.
Vive-se cada vez melhor em Portugal. É, é.
Obviamente, claudia. Mas como não fomos nós a roubar, pode-se brincar com a coincidência; a qual também revela – se tal for verdade, embora me pareça truque para recuperar os emails… – bizarro descuido ao não ter pelo menos outra cópia algures.
Tens razão, Valupi. Eu até acho que deveríamos ter uma cópia de nós mesmos para nunca nos perdermos.
A história do Tareco jr faz-me lembrar vagamente uma outra, guardadas as devidas proporções, neste caso desproporções. Thomas Carlyle escreveu uma grande História da Revolução Francesa e emprestou o manuscrito, de que obviamente não tinha cópia, ao seu amigo Stuart Mill, para que ele o comentasse e debatesse. A criada do Stuart Mill julgou que aquilo era material de lareira e queimou tudo. Carlyle, que Mill indemnizou pecuniariamente, teve de reescrever de memória toda a obra, que saiu melhor do que antes, segundo o próprio autor. Com o Tareco jr talvez se venha a passar o mesmo. Há males que vêm por bem.
Mas preocupa-me, Val, o teu maligno regozijo pelo acontecido. Será que já estás contaminado pelo instinto incinerador de livros do Pachecão?
claudia, a vantagem de ter cópias de nós mesmos talvez seja a oposta: a de nos permitir uma ou outra perdição.
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Nik, incinerador? Essa agora. Eu desejo é que o sábio assaltante se dirija imediatamente a uma editora e publique a coisa como estiver. Obras com final em aberto sempre foram manifestações de modernidade.
Se o ladrão for picuinhas e cínico, espera que o MST reescreva a obra para depois comparar as duas versões…
Mas os ladrões hoje já só querem é dinheiro prá droga.
“…o sábio assaltante se dirija imediatamente a uma editora e publique a coisa como estiver.”
Ninguém aprova aquilo para publicação. A não ser que se identifique o autor ( a marca MST vende bem). Mais aí o ladrão não ganharia nada com isso.
Há uns anos trabalhava numa empresa. Coisa grande, séria e cotada na bolsa. Pegaram numa estagiária para fazer uma série de tarefas repetitivas e aborrecidas numa base de dados. Tempo estimado: 8 meses. E ela lá andava toda contente, portátil para aqui, portátil para acolá. A meio do sexto mês roubam-lhe o portátil. Contra todas as regras da empresa não havia cópias de segurança. A moça foi despedida e o caso arrastou-se para Tribunal de Trabalho. A empresa ganhou e todos aprendemos a lição de que em termos laborais isso era um erro semelhante a um cirurgião deixar uma tesoura dentro de um corpo que operou.
O Miguel Sousa Tavares deveria despedir-se a ele próprio. Sobretudo porque não tinha lá um livro em fase final. Tinha dois.
Seven Dub, estás certo.
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Durga, um romance e uma peça de teatro, sim. E pensar que tudo poderia estar guardadinho no gmail, ou noutro lado qualquer…
e o sr. Rendeiro paga quanto?
http://www.agenciafinanceira.iol.pt/noticia.php?id=1005162&div_id=1729
as ratazanas que paguem a crise!
Valupi, :-))))))))))))))))))))))))))))))) LOL