Se isto for verdade, não está na hora da revolução? De uma qualquer. Este governo passou-se.
Duvido muito que haja algum país no mundo onde existam transportes colectivos em que não seja possível a um cidadão qualquer, rico, pobre ou remediado, comprar um título de transporte válido por um mês, com vantagem em relação a quem compra um bilhete por viagem.
Pois, moçoila, só o que não dizes, mas devias ter dito para enfeitares o ramalhete liberal e pareceres uma senhora que corta a eito para eliminar o bicho, é isto: “Nem no tempo do Salazar aconteceu uma coisa destas!” . Mas não o fazes porque receias que alguém pense que és prato de fascismo com molho reaccionário. Aliás, a pouco e pouco na Europa subdesenvolvida e superdesenvolvida, muito policiana, subliminalmente repressiva e completamente censória sem o parecer, mas “democrata” até causar fastio aos que ainda não têm o saco cheio, começa a ser óbvio que comparar democratas com a extrema direita já não surte o efeito desejado pois os ofendidos são os fascistas e nazis.
Mas, no aspecto prático das coisas que o teu post pede encarecidamente, vamos lá a ver quem é que nesta tertúlia ganha menos de 500 e tal euros para o felicitarmos por ter escapado por um triz a esta nova lei e a manjares que envolvam corvina a dois contos cada quilo. Para ser sincero, não acredito que o meu amigo Sócrates tivesse tido umas ousadia destas, nunca!, mas como não sou vidente à posteriori deixo a porta da gaiola aberta para me raspar se for preciso.
Onde estão agora os “luta camarada, luta”?
Onde estão os autocarros carregados de gente para gritarem contra as “politicas de direita”?.
Comuniquemos os rendimentos ao moçoilo V.Kalimatanos.
Kalimatamos ?
Jnascimento
O problema não est’a tanto no facto de se restringir a atribuiçâo do passe social mas no critério para a sua atribuição: a declaração do IRS e não dos bens patrimoniais, como fez o governo PS para atribuiçâo do subsidio para idosos. Para mim o problema começa aqui. Eu sou reformado e idoso (+de 65 anos) e tenho direito a desconto na compra de bilhete de autocarro e comboio. Errado! Tenho pensão de reforma e bens patrimoniais que não justificam esta benesse. Estes senhores do PSD e CDS poderiam corrigir o que vem mal de trás. Mas parece que vão no sentido de muito maiores injustiças. Flagrantes. Gritantes.
Quem os elegeu que os ature. Bem sei que foram enganados, mas é ser já um pouco burro pensar que os ricos portugueses sempre foram generosos…(alguns são) e entâo a mistura de ricos mais igreja católica dá caridade pela certa! É o que está a vir por aí. Até explodir tudo outra vez.
Podes começar por ti, Nacho.
A judiciosa medida visa:
1) trazer mais automóveis particulares para as ruas, para que pelo tamanho das bichas pareça que há um boom económico;
2) suprimir metade das linhas de autocarro, que a breve prazo deixarão de ter passageiros;
3) permitir a privatização das faixas BUS nas ruas das cidades, que serão reconvertidas em vias rápidas para automóveis de cilindrada superior a 2500 cc;
4) obrigar os utentes da Transtejo a aprender a nadar;
5) correr com os utentes do Metro e vender o espaço para discotecas, pistas de skate, caves para vinhos, bordéis e casinos clandestinos;
6) reservar os eléctricos e os elevadores da Bica e da Glória para o turismo de qualidade;
7) dificultar o acesso de manifestantes das classes médias ao centro das cidades (toda a gente sabe que os pobres não se manifestam);
8) reforçar a família e promover os bons costumes, obrigando os portugueses a ficar mais em casa.
É a “revolução tranquila” anunciada pelo Relvas.
Eu diria RELVOLUÇÃO, mas não tenho a certeza que será tranquila.
Kalimatanos: Estás confuso? É que não sei. Além de que atiras os foguetes e apanhas as canas.
Júlio: Excelente. É isso mesmo.
Mário: Assim é. Um passe, no entanto, é um incentivo ao uso dos transportes públicos. É mais do que importante que todos possam adquirir um, pelas mais diversas razões, nomeadamente, para quem tem mais posses, a redução da poluição nas cidades e do consumo de combustíveis.
Passe (anti)Social
É, no mínimo, estranho que o propósito seja torná-lo anti-social. Até farão com que a pobreza se solidarize e revele num contexto social. Tal medida, e demais, tem que ter um alcance mais cirúrgico.
A franja, que o mesmo atingirá, é a que se vai sentir incapaz (por, em parte, já estar incapacitada) de aceder a um apelo de revolta/manifestação. A fome é tanta que já nem lhes apetece dar um passo, quanto mais comprar um passe – antevejo um cenário de resistência baseado na desistência.
Mais indícios de manobras nos bastidores dos decisores políticos e económicos, impossível – o que me faz, momentaneamente, pensar que estou a ser estúpido ao colaborar com artigos deste género – como se estivesse apenas a cumprir com um desejo mórbido que conheço desconhecer. Trocando por miúdos: se não desejam uma convulsão social, não sei o que pretendem com todas estas (des)medidas. Depois da primavera árabe, o mais certo é vir por aí um inverno latino-caucasiano.
No fundo, o que aparenta não ter nada a ver tem tudo que ver (nem que seja por dever).
assim, ao dia, os bilhetes não ficam encardidos.:-)
Como eu percebo a Penélope… Já se faz tarde…
Penélope, minha querida,
Se não sabes se estou confuso, faz como eu, deita os foguetes e apanha as canas. Não há nada como aulas práticas para se aprender um negócio ao mesmo tempo que se recicla protegendo o ambiente. Já agora diz-me quando ganhas e qual o preço dum passe mensal para o Barreiro ou Amadora. Curioso, este gato.