Fotobiografia de José Afonso ou a nossa memória do andarilho
Falei duas vezes com José Afonso. A primeira foi na Livraria Forja no Bairro Alto a propósito de uma notícia publicada no jornal A BOLA sobre as suas ligações desportivas à Académica: «É pá, em Setúbal e em Azeitão toda a gente me falou disso. Parece que a última página é mais lida que a primeira!». A recente «Fotobiografia de José Afonso» assinada por Irene Pimentel (edição Círculo de Leitores) veio em boa hora porque a sua leitura me emocionou. Fiquei espantado em ver como, passados tantos anos, a autora conseguiu recuperar fotografias de 1950, 1951, 1952 e 1953 ou seja, as fotografias do casamento de José Afonso com Maria Amália de Oliveira, as fotos de José Manuel e de Maria Helena, filhos ambos nascidos em 1953 (Janeiro e Dezembro) numa altura em que o pai de José Afonso lhe suspendeu a mesada e ele foi incorporado no serviço militar. Na segunda vez ou seja na entrevista que me deu para o jornal «Poetas e Trovadores» falou desses tempos difíceis: foi revisor do «Diário de Coimbra» e deu explicações a alunos do Liceu. Mas a vida era muito complicada e o casamento naufragou talvez porque se tratava de um casamento de dois náufragos – ele, longe dos pais e a dar-se mal com a tia Avrilete e ela, uma costureira, órfão de 18 anos de idade, pobre mas muito bonita, a dar-se mal com a família adoptiva. Um dos aspectos que emociona neste livro é a sensação de que estamos todos lá dentro. Na página 96 revejo a capa do livro «Cantar de Novo» da «Nova Realidade» de Tomar. Esse livro obrigava as pessoas da editora a irem aos Riachos, a Ourém ou a Torres Novas enviar os livros de Zeca Afonso porque em Tomar havia um bufo nos CTT que desviava as encomendas da editora.
Caro amigo,
Tente lá dizer isto três vezes muito depressa:
– Bela vista, deliquência africana, Obama, pai ausente, Michelle, mau gosto a vestir, acabar com deliquência de negros, culpa do PS e José Sócrates.
Percebeu?
Eu juro que já tenho a cabeça em água e agradeço ajuda:
http://ovalordasideias.blogspot.com/2009/05/raciocinio-blogger-myzena-bela-vista.html
a vossa memória, claro. :-)
Não me digas Sinhá que te estás a pôr de fora. O Zeca tem aver com todos nós – mesmo quando não parece. Todos «somos filhos da madrugada»…
claro que sim, jcf. foi, apenas, uma piada matinal – as melhores. :-)
(mas posso tentar uma de fim de tarde: tenho de andar sempre por dentro – a por-me de fora o trânsito pára.) :-D