Eu fui o enviado especial à Nazaré em 15-7-1997
Todo este vendaval à volta da péssima arbitragem de Bruno Paixão no jogo Sporting-Porto para a Taça de Portugal fez-me recordar o dia 15-7-1997 quando fui como enviado especial ao jogo decisivo Boavista-Sporting para atribuição do título de campeão nacional de juniores. O jogo disputou-se no estádio Municipal da Nazaré e o árbitro foi Bruno Paixão auxiliado por António Godinho e Francisco Mendes. Pelo Sporting alinharam: Nuno Santos, Travassos, Caneira, Valente, Orlando, Gomes, Kakinda, Assis, Gabriel, Vargas, Simão, Nuno Moreira, Alhandra e Paulo Costa. Os «leões» marcaram primeiro por Gabriel mas o Boavista na segunda parte e só com 10 jogadores deu a volta ao jogo. Segundo A BOLA de 16-7-1997 «o Boavista, em inferioridade numérica, apelou a todas as suas reservas físicas e anímicas, para operar a reviravolta. Com alguma sorte e a ajuda do árbitro que lhe perdoou uma grande penalidade aos 85 minutos (braço na bola de Nuno Gomes).» Repare-se que o jornal A BOLA foi fundado por Ribeiro dos Reis, um reputado especialista em arbitragem e trata sempre as arbitragem com luvas mas este itálico na palavra «ajuda» diz tudo sobre o caso: Simão Sabrosa fintou Sérgio Leite e o defesa Nuno Gomes desviou a bola com o braço mas o árbitro marcou, heroicamente, um pontapé de canto. Lá no alto da tribuna de honra Valentim Loureiro sorria. Cá em baixo o treinador boavisteiro Queiró dizia ao treinador dos «leões» Rui Palhares, mesmo ao meu lado, quando me preparava para recolher as suas palavras: «Pensava que eras tu a trazer o árbitro mas fomos nós!». Conclusão: as pessoas não mudam e quando por acaso mudam, mudam mas para pior…
Francamente, sô Zé, até nos tíulos dos seus postes se nota essa tendência para a vaidadezita pessoal. Olhe que não marca golos por isso. Deixa é entrar “frangos”. So lhe falta dizer: “eu é que sou o presidente da junta”!
Um enviado… espacial: ele vê o sorriso do Valentim lá no alto, ouve conversas entre treinadores cá me baixo e vê o penalty na área do Boavista com olhos de lince. Só resta uma hipótese: Zé do carmo era o enviado do Planeta Diário, o jornal do Super Homem.