Há em Veneza um outro conceito do tempo. Sem relógios.
É o sol que abre as portas das pastelarias, pequenos hotéis, mercados ao ar livre, livrarias, restaurantes e, também, dos transportes públicos do grande canal. É a sombra que fecha os taipais das bancas dos feirantes, as portas das lojas, os toldos das esplanadas e afugenta os turistas para os autocarros que os esperam do outro lado do canal, perto da estação do comboio.
Mo intervalo há tempo para tudo. Ou quase: a cidade respira, move-se, dialoga, contempla e dorme como se de um ser humano se tratasse. O tempo deu-lhe a sábia medida do que é justo, urgente e necessário. Por isso nas ruas estreitas há um sereno usufruto do tempo. Ninguém atropela, empurra ou agride aquele com quem se cruza.
Nos relógios invisíveis de Veneza é sempre tempo de viver.

ah, S. Marcos! Pois a outra é mixuruca, será para os lados do Lido? Sinto-me um priviligeado por ainda ter conseguido ver o Terreiro do Paço recuperado e bonito, monumental.
o mistério do roubo da pala d’ouro pelo cavalo marinho, deixa ver se dá um bom sonho…
Também cheira mal…
se não há relógios eu gosto.:-) nunca tive ou usei um relógio, gosto mais do tempo contado a olhos e a cheiros e a sabores.
“Há em Veneza um outro conceito do tempo. Sem relógios.”
tal & qual, não podias ter escolhido melhor legenda para o postal ilustrado surripiado em hotel mexeruco do outro lado do canal.
A “gente” vê sempre o que quer ver. Pena é que Veneza seja uma cidade desabitada, onde vivem pouco menos de 60.000 pessoas, idosas, pobres e dependentes do turismo. Pena é que Veneza se esteja a tornar num Parque de Diversões do nascer ao pôr do Sol.
A beleza da cidade desde que os turistas se vão, remete-nos para a solidão dos passos na noite e para as memórias. Não que não seja uma experiência fantástica visitar Veneza em pleno Inverno e em acquaalta.
oh deslumbrado da benedita! tiveste tempo para decorar o nome da torre em obras ou foi só mergulho & amona no canal para degustares os coliformes e curtires as fragâncias locais. ala que se faz tarde, já távam todos bêbados e ainda havia uma área de serviço para deitar abaixo antes do jogo. a luz do alqueva é parecida com o quadro que pintas, onde o sol não abre e a sombra não fecha coisíssima nenhuma porque bazaram todos à semalhança dos benezianos.
oh xico! adivinha lá onde é que esta fotografia foi tirada, até puseram um sino a fazer de cereja para avisar os aborígenes da tua chegada.
http://www.flickr.com/photos/betemaciel/4651842404/in/photostream/
Vai tentar chamar xico a alguém da tua igualha, grande cabeça de abóbora!
Belo, poeta !
É conveniente juntar ao primeiro e ler ambos ao mesmo tempo.
Entretanto, apraz-me perguntar a Olinda: oh linda, será o mesmo, o tempo de S.Marcos e o do Terreiro do Paço, “pesado” a olho, por si ?
Gosto do seu tempo estimado e do seu estimado tempo.
Jnascimento
:-) é assim, Jnascimento:
praça de rio aos pés, onde no cais se banhava nua
a república cor-de rosa
prima do outro salão, menina dos olhos de Napoleão
têm em comum a beleza: quatro cavalos para um, a trote, tempo heroína, a galope, que nos ditaram a sorte.