É o soneto que mais nos aproxima – talvez.
Fiz hoje esta descoberta extraordinária
Enquanto me escondia atrás da secretária
A fazer as contas deste meu fim do mês.
Enquanto tu trazes os livros com ternura
Numa grande mala onde cabe quase tudo
Eu fico aqui sem dizer nada – quase mudo
Não sei se a fugir da rima se à procura.
No elevador da Glória sem lugares sentados
Há apenas lugares em pé na plataforma
Que é onde te fui encontrar no outro dia.
Daqui te mando dois abraços apertados
Do poeta-funcionário a pensar na reforma
Para poder andar na rua com a poesia.
E a colocar asas na alma
Para ela poder voar.
E eu convencido de que já estavas reformado! Sempre há cada uma! Afinal foste tu que num outro post o afirmaste! Tás balhelhas, ou quê???
Aleluia! Finalmente, o jcFrancisco tem a humildade de dar um título destes a uns versos seus!
Foto! A Foto! Que foto fabulosa!
Tens razão, João Pedro. É uma foto do «caraças», foi ela que me atirou para o envio do poema. Mas há poemas dele que são terríveis como aquele poema só com dois versos: « – E os crimes, meu general? – Ah, isso foi há muito tempo, já ninguém se lembra!».
lol. Tem um lado kitsch.