Vejo passar um avião cada minuto
Por cima da bandeira desfraldada
No limite mais à direita e absoluto
Rectângulo da cidade na esplanada
São Roque é a mais alta perspectiva
Uma igreja concebida para a batalha
De quem pela sua fé daria a sua vida
Na guerra onde se reza e se trabalha
À esquerda o pórtico da Margueira
Estaleiro onde se acolhem os navios
Tão doentes da viagem e da canseira
Na doca onde os cascos estão vazios
Da vida que atravessou os oceanos
Quando o combustível era a lentidão
Num instante passam cinquenta anos
O tempo de hoje é o tempo do avião
bué de fancaria meu
Foi o teu neto quem escreveu?
eheheh, fazer rimas e chamar-lhes poesia! grande obra! ó pá, olha aí
era uma vez um gato montez
cagou-te na boca
não sei o que lá fez
tás a ver, isto também é rima!
a poesia, pá, pede um tema, ligação, é como um fio que nos transporta a algo, e só o verdadeiro poeta o consegue. O que é isto pá? «Rectângulo da cidade na esplanada »??
E isto?
«Da vida que atravessou os oceanos
Quando o combustível era a lentidão
Num instante passam cinquenta anos
O tempo de hoje é o tempo do avião »
Num instante passam cinquenta anos, claro pá, os minutos tão sempre a caír, mas olha que o tempo de hoje não é o do avião, pá, mas o do foguetão, da nave espacial, tás a ver, pá? até há um idiota que quer vender terenos na lua, pá, e olha que de avião não chegas lá, depois, pá, não te esqueças que já no tempo do sacadura e do gago pá, a coisa já andava no ar, depois evoluíu, etc, ó pá, não consigo encontrar qualquer ligação entre as escritas carpinteiras, fogo, impinge-nos isto? trambolho, bandido, vai ler m capricho, olha l~e um clássico, o «simplesmente Maria».
a lentidão como combustível. gostei muito desta imagem. :-)
LITANIA DA RUA DOS FANQUEIROS
Ó porque será este chulé ibérico
Em Espanha é pitoresco mas aqui é pindérico
Ó Rua dos Fanqueiros
Ó Salazar com teu rebanho de sacristas
Pensar que isto já foi terra de sardinha assada e de fadistas
Ó Rua dos Fanqueiros
Ó Lisboa ó Lisboa enjoada e indecente
Ó cidade sifilítica, são carochas ou gente?
Ó Rua dos Fanqueiros
Ó Portugal minha pátria de meia-tigela
-Aqui para nós, passa-se tão bem sem ela!
Cristovam Pavia,
in ” Cem Poemas Portugueses do Riso e do Maldizer”
o contraponto. a mostra da poesia. a realidade, a verdade de uma época, de um lugar, um nexo, uma ligação, sentimento, ehehheh, ó zeca galhão, tás feito, vens com os teus rectangulos da aldeia, e olha pá, disparas a ida ao sótão, com vontade na busca de algo tão verdadeiro quanto irónico.não sei se percebes pá, o objectivo educacional, pedagógico, pá. o gajo de cima devia fazer-te pensar meu. ehehhe, até o nick pá e olha que os holandeses também, ó carocha.