Oh Senhora da Assunção
Meu lugar de ser e estar
Os andores ali no chão
Esperam quem vai cantar
No desfile em lentidão
Da música, seu compasso
Os ritmos do coração
Revelam tempo e espaço
Como esquecido brasão
Invisível para o Mundo
Há em mim a inscrição
Do contrato tão profundo
Entre o instinto e a razão
Entre a paixão e a lucidez
Dum lado o apelo do chão
Do outro a luz dos porquês
Estou dentro da procissão
Vivo de novo a verdade
São momentos de paixão
Largas horas de saudade
Na festa e na ocasião
O meu corpo nada pesa
Estar aqui é a oração
Que em silêncio se reza
Oh Senhora da Assunção
Eu canto para não chorar
Os andores ainda estão
Só agora se vai andar
Oh Senhora da Assunção
Vou dar-te a despedida
Não posso dizer que não
Aos desafios da vida
mais bonito ainda.:-)
A bucólica a século rançoso continua…
JCFrancisco, apesar do tema de hoje ser a ‘devoção’, e este estar longe de ser um dos meus temas preferidos, li o seu poema com o mesmo prazer com que o costumo ler todos os dias. :)
ai claudinha, que invejosa. :-D
Sinhã, caracá, vai à missa.
prefiro a lentidão, claudinha. :-)
Os desafios da vida: sempre a mesma desculpa.
:)
Oh Lenor então é mesmo assim: primerio a obrigação, depois a devoção… Não é uma desculpa, é a ordem natural das coisas.
Ser uma ordem das coisas, será, mas ser dessa maneira – por essa ordem – é ser tudo menos natural. Ou não? Ou sim?