Meu Bairro, terra queimada
Campo de batalha perdida
Minha lágrima tão isolada
A quem não respeita a vida
Viver era uma aventura
Hoje o medo é distribuído
Sacos cheios de amargura
Passam, não deixam ruído
São Bombeiros Sapadores
Câmara, Junta e E.M.E.L.
Que se curvam os senhores
Para nos darem taças de fel
Quando os dísticos trocados
Veio a E.M.E.L. ao lugar
E fomos todos burlados
Passar não é estacionar
Bairro Alto é Tarrafal
Onde a vida amaldiçoa
E a Polícia Municipal
Devia ser de Lisboa
E não de certos senhores
Que ocupam um espaço
Comos se fossem favores
Nascidos no velho abraço
Quando passa a carrinha
Em frente a este lugar
Fecham os olhos em linha
Só pensam em bloquear
Nos muros dos Calafates
Há lugares não há vontade
Sapadores dos disparates
E bombeiros sem verdade
Irmãzinhas do Convento
Que vivem do outro lado
Os lugares são o tormento
Se fica tudo bloqueado
Rua dos Mouros mentira
Há espaço e ainda sobeja
O bombeiro ainda retira
Um lugar que se deseja
Junto a um respirador
Onde não vive ninguém
Para o pobre sapador
O lugar é mais além
Travessa da Boa Hora
Perdemos oito lugares
Ninguém veio rua fora
Compensar os populares
Meu Bairro, terra queimada
Mapa dos tristes sarilhos
Ali viveu despreocupada
A geração dos meus filhos
EMEL, Bombeiros e Junta
Mais Câmara Municipal
São origem da marabunta
Numa cidade só de mal
Onde o bem era o preceito
Sardinheiras na varanda
Agora queimam a eito
A vida de quem cá anda
Belas quadras de S.João. Pode ser que ganhes prémio na Junta de Freguesia ao lado.
Neste caso, até são quadras para o S.António.
Deuses! A inspiração poética que para aqui vai!
Não tentes fingir que és má.Eu só quero ser tratado com respeito e foi por esta falta de respeito e por esta mentira que abandonei o meu lugar na Assembleia de Freguesia. Não se brinca com coisas sérias.
Ó pobre gente do Bairro que quer deixar o piano de cauda no espaço público onde bem lhe apetece, se for à porta de casa, melhor. Ter um automóvel é um direito humano, e ocupar o espaço público com ele, gratuitamente, ainda mais direito é.
Qual é a percentagem de moradores no bairro alto que tem automóvel? Em Lisboa são 30%.
Os outros 70% não estarão satisfeitos de não terem que andar a fazer ziguezagues por entre as caixas de metal?
Quanto espaço seria necessário se cada morador quisesse por o carro por perto. Façamos por menos. Um carro por fogo.
São 3000 fogos. 3000 automóveis estacionados nas ruas do bairro alto.
Seria um bairro lindíssimo.
Nos tempos do Bairro que recorda com saudade, jcf, quantos automóveis havia por lá estacionados em cima dos passeios ?
Finalmente há um executivo camarário a tentar pôr a polícia municipal e a EMEL a funcionar. Já não era sem tempo da maior parte dos Lisboetas (os que não têm carro) serem servidos.
Outros fados e outras cantigas aqui
Com o devido respeito, jcf, tenho que te dizer que não gosto das tuas quadras.
Eu também não, Cláudia!!
Não façam demagogia : eu apenas acuso os Sapadores de anularem lugares junto a muros onde não há nem portas nem janelas: muro dos Calafates, muro das Irmãs de S. Pedro de Alcantara e respirador dum prédio da Travessa de S. Pedro que dá para a Rua dos Mouros. Não me venham com tretas – eu não defendo estacionamento em passeios. Os muros são outra coisa, não são casas…
Para isso, era melhor prosares em vez de posares com tanto verso e rima.
Espero que tenhas percebido que estamos a lidar com gente terrível, gente que faz tudo ao contrário: os bombeiros são maus, a junta não defende os moradores, a câmara finge que depende dos bombeiros – quando é o contrário. Isto é um Tarrafal e a Brigada Brava é a Polícia Municipal. Topas???
Olha e se fosses paróCCaralho? :)
E tu, grande badalhoca, de onde vens e para onde vais???