Luciana num balcão
Debruçada no sorriso
Empresta calor da mão
Quando café é preciso
No combate à tristeza
Derramada pela rua
No centro duma mesa
Seu sorriso continua
Não havia o adoçante
Adoça com seu olhar
Simpatia no instante
Faz do balcão o altar
Onde a nova liturgia
Como se numa oração
Celebrando a alegria
Do encontro no balcão
À esquerda é o Chiado
E o Castelo é à direita
O sol bate no telhado
A tarde ficou perfeita
Quando olha para o Rio
Não repara na distância
No nevoeiro mais frio
Recorda a sua infância
Em baixo as duas linhas
Além é a Sé de Lisboa
Não há mesas sozinhas
Quando o café se povoa
De gente que não repara
Na pressa, no seu bulício
Luciana então já separa
As tarefas do seu ofício
Tomou o sabor profundo
Do café que nos vendia
Trazendo do seu Mundo
Um grão de pura alegria
*Por lapso publiquei primeiro a terceira balada. Entretanto sem net, não pude corrigi-lo antes.
Susana
Il y un quatrain un peu tiré par les cheveux.
Il est des femmes compliquées.. enfin un peu comme les mecs à la recherche de la poésie perdue.
Boa, senhor Zé. Agora é só esperar pelo peneirento de braço-dado com o nik poetique. Isto promete muita crivação….
Caro José do Carmo Francisco, em verdade lhe digo que por diversas ocasiões tive que reprimir o impulso de o cumprimentar pela sua poesia.
Hoje, com esta ode à harmonia, este hino à amizade, ouso finalmente comentar um texto seu e dizer-lhe, do fundo do coração, que fazer do balcão um altar é das imagens mais sublimes que posso conceber.
Também eu, tal como o meu caro, sou um homem de cultura e tive o raro previlégio de privar com os maiores das nossas letras(e aqui lembro as tertúlias em que também participava o meu bom amigo Zé Maria a quem falei tanto de Paris que o Zé Maria acabou por dar à estampa “A Cidade e as Serras”).
Um grande bem-haja, José do Carmo Francisco. Um grande bem-haja.
TUDO BEM SUSANA QUE TODOS OS PROBLEMAS FOSSEM ESSES. O QUE CONTA É QUE OS TEXTOS FORAM COLOCADOS.A ORDEM NÃO É UMA OBSESSÃO