Ao terceiro arco de pedra o teu olhar
É um volume nas estantes da livraria
Livro por abrir a tua idade é um lugar
A convocar um clarim que te anuncia
Aos trinta e sete anos a idade só existe
Para quem vive de costas para os dias
O teu tempo não é um relógio triste
A marcar uma sucessão de nostalgias
O tempo é o teu olhar, o teu sorriso
Que dá títulos a livros numa estante
O tempo é o teu perfil, belo e preciso
Definido pelo teu olhar de viajante
Viagens sem sair do mesmo espaço
Livraria que é também para navegar
Ao fim do dia não mostras o cansaço
Cada livro recebe a luz do teu olhar
Gostei do que escreveste. Só gostava de saber quem esteve na base destes versos. Por mais que junte algumas peças do puzzle, não chego lá e, se calhar, nunca lá chegarei. Pode ser um ser imaginário :-P
Não não se trata de um ser imaginário, trata-se de uma mulher real e verdadeira. Simplesmente o que precipitou a escrita do poema foi uma fotografia de uma livraria em 1992. Entre o arco de pedra e o canto da foto, lá está a mulher. Assim nasceu o poema que como todos os poemas procura ligar de novo aquilo que o tempo separou. Chame-se tempo. morte ou esquecimento…
(bem vistas as coisas este jcf vai namorando com todas :)
z, LOL.
o josé é um apreciador de pormenores.:-)
(está tão giro).:-)
Ainda bem porque para fazer mal já há por ai tanta gentinha. Procuro trazer para os meus poemas alguma beleza das mulheres-meninas que tenho conhecido ao longo dos tempos. A regra é sempre a mesma: «só há uma medida para o amor, amar sem medida».
Nós por cá
José as mulheres já são poesia. E por aqui andam algumas que são mais do isso.
:-) essa consciência, josé, da medida sem medida é do que se veste a maturidade. parabéns.:-)