E também somos muito lavadinhos

Louvado seja Deus. Finalmente, somos vistos como um povo honrado e trabalhador. Bastaram apenas dois aninhos a Passos Coelho para pôr fim à preguiça e gandulagem que já durava vai para novecentos anos. E é extraordinário, logo agora que o desemprego atingiu valores nunca vistos, que há tantos portugueses sem trabalho e que por causa disso não conseguem cumprir os seus compromissos é que nos vêem como muito trabalhadores e honrados. Talvez um dia este destemido primeiro-ministro nos possa explicar isto. E, já agora, quando tiver um bocadinho, que nos diga quem foram os governantes que nos deram fama de caloteiros por esse mundo fora, e quando é que o País deixou de pagar o que devia. Nós sabemos quem são, mas é melhor ser ele a confirmar. Entretanto, em vez de o massacrarem com sondagens e eleições autárquicas, ele não liga patavina a essas coisas, façam-lhe mas é uma estátua e espalhem painéis com a sua fotografia. É o mínimo que se pode fazer para agradecer tudo o que tem feito por nós e pelo País.

5 thoughts on “E também somos muito lavadinhos”

  1. A verdade é que nem durante o PREC o país alguma vez interrompeu o pagamento da dívida externa, numa altura em que até reconciliar as contas externas era muito mais difícil do que hoje.

  2. Sem dúvida, ignatz, que o homem anda a gozar com o pagode; só por causa desta última boca que linkaste: em Espanha, por exemplo, provavelmente já lhe tinham ido à cara. Mas aqui o povo é sereno – ou deveria dizer manso?

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