Os teus olhos são palco da fantasia
A fronte dá uma ideia de planície
Ouvidos são o registo da harmonia
Entre a profundidade e a superfície
Os lábios trazem ondas de humidade
Da água mais antiga mais essencial
As palavras que procuram a verdade
Fazem o teu mais importante capital
A tua voz é na verdade uma bandeira
Representa o teu país, o teu território
Ele não se fecha no muro de fronteira
Nem se esconde no lugar do escritório
Maior do que o cartaz de um cinema
Teu rosto acabou a diluir-se na cidade
Não cabe mais nas linhas dum poema
Passou já a ser luz, memória, saudade
Belo retrato…
(assim como deve ter sido bom regressar a Vila Franca de Xira, em tão boa companhia…)