Fiama, essa ilustre desconhecida (1938-2007)

INFÂNCIA

Todas as árvores apaziguam
o espírito. Debaixo do pinheiro bravo
a sombra torna metafísica
a silhueta de tronco e copa.
Em volta da ameixoeira temporã
vespas ensinam aos meus ouvidos
louvores. As oliveiras não se movem
mas as formas da essência desenham-se
cada dia com o vento.

Na sombra os frémitos
acalentam o pensamento
até ao não pensar. Depois
até sentir a vacuidade
no halo de flores que o envolve.
Sob as oliveiras, por fim,
que não se movem contorcendo-se,
concebe o não conceber.

Três Rostos

6 thoughts on “Fiama, essa ilustre desconhecida (1938-2007)”

  1. Valupi
    Tens razão.

    Susana
    Fiquei a viajar pelas árvores da Fiama e esqueci-me de Netar. Por isso, obrigada pela ajuda.

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