Hoje venerado como uma espécie de semideus da Ciência, um profeta vindo ao mundo cedo demais, Tesla é dificilmente distinguível do belo mito que o recobre. Além da invenção do motor a corrente alternada, as suas pesquisas levaram-no a registar patentes em domínios tão distantes como a robótica, as ondas de rádio, a balística, a física nuclear, os raios X, a supercondutividade. Os seus adoradores mais imaginativos creditam-lhe ainda a capacidade de gerar terramotos, a criação de um raio da morte que poderia destruir aviões a centenas de quilómetros, a descoberta de sinais de rádio extraterrestres, a refutação da Relatividade de Einstein e a transmissão sem fios de grandes quantidades de electricidade. O facto de os seus documentos terem sido confiscados pelo FBI e ocultos sob o selo “muito secreto” no dia seguinte ao da sua morte só veio aumentar a sua fama de génio maldito. Tesla foi um apoiante da Irmandade do Novo Paradigma, financiando-a generosamente nos seus dias de maior desafogo, embora nunca se lhe tenham conhecido grandes fervores religiosos. É certo que, pouco depois da sessão com os irmãos Eddy, Cutter visitou a Torre de Wardenclyffe, onde o cientista trabalhava no seu projecto de transmissão de energia à distância. Terá dali saído com um misterioso vagão coberto, carregando um “gerador de raios de partículas” ou canhão de plasma, segundo as teorias. Uma arma para matar espíritos, portanto.