Um leitor (de nome Luís Lavoura, que eu não conheço mas a quem agradeço) sugeriu-me que aclarasse o meu último post, sobre o assunto em epígrafe, e eu vou tentar:
Vasco Pulido Valente escreveu há dias um post no seu blog “O Espectro” onde elenca de forma exemplar os tipos mais comuns de “negacionismo”, cada qual criado em função de um interesse político diferente. O último desses tipos é o que faz equivaler o holocausto à repressão stalinista (Auschwitz = Gulag), que teria sido criado, segundo VPV, para recuperar a reputação política da RFA (e prejudicar a da URSS), em função da lógica e dos interesses da Guerra Fria.
Estou de acordo com VPV quando ele afirma que essa comparação é uma falácia: comparando apenas elementos formais, neste caso sistemas de repressão (e deixando de lado as diferenças substanciais que existem entre os fundamentos ideológicos, os interesses sociais e os objectivos históricos dos dois regimes, que são totais) temos que o sistema dos campos prisionais existente na URSS ao tempo de Stalin pode melhor ser descrito como uma herança do czarismo e a repressão dessa época como uma variante sobre o tema do despotismo oriental, sem qualquer intuito genocidário ou sequer exterminador, enquanto, pelo contrário, “Auschwitz” (tomando o mais emblemático dos campos por símbolo do sistema de que faz parte) incarna um crime de genocídio organizado com frieza industrial e meticulosidade burocrática, executado por gente – de que Eichmann ficou como símbolo – que exterminava homens, mulheres e crianças – que obviamente não podem ser descritos como “adversários” ou “inimigos” políticos – em câmaras de gás e fornos crematórios como agora vemos na televisão eliminar aves, sem a sombra de um sobressalto moral e apenas porque havia um plano vindo “de cima” que era preciso executar: incarnam a “banalidade do mal”, na famosa expressão de Hanna Arendt; não são os únicos seres malignos existentes ao cima da Terra, longe disso, mas incarnam um malignidade nova, diferente e mais perversa: são o impossível tornado possível – e comparar isso ao “Gulag”, para além de ser uma falsificação da história, é uma imoralidade – porque ignora a especificidade de Auschwitz e as razões pelas quais ele ficou para as gerações futuras como o exemplo do mal absoluto e da desumanidade total. Até aqui, de acordo.
Onde eu acho que VPV não tem razão é na identificação da origem desta forma de negacionismo: ele diz que foi na “primeira” Guerra Fria, na propriamente dita, para melhorar a reputação da Alemanha enquanto parceiro ocidental (Hitler terá feito isto, mas Stalin fez igual) e eu digo que não, até porque nessa altura ainda não tinha sido inventado, como conceito oponível a Auschwitz, o “Gulag”: Adorno – arquétipo do intelectual alemão do pós-guerra, indiscutivelmente pró-ocidental e autor de uma reflexão ética fundamental sobre a questão do holocausto judeu e da responsabilidade alemã – diz que não pode haver poesia depois de Auschwitz – mas não do Gulag, porque, por maior que fosse o seu anti-comunismo, ele não mete tudo no mesmo saco.
O Gulag como conceito unificador, supostamente comparável a Auschwitz, e categoria da luta ideológica, nasce, paradoxalmente, muitos anos depois da morte de Stalin, em pleno desanuviamento, e num país onde a denúncia das práticas stalinistas tinha tido muito menos eco do que na Alemanha ou nos países anglo-saxónicos: esse país é a França, onde o “Arquipélgo de Gulag” – o livro de Soljenitzin que deu o nome à coisa – teve uma recepção muito mais importante do que no resto do Ocidente, e por razões de conjuntura política interna – a saber, a possibilidade que se colocou, em meados dos anos 70, do PCF aceder à área do poder. Foi esse facto que conduziu a uma levée de boucliers da direita intelectual e à constituição de uma frente “anti-totalitária” (incluindo desde Aron e Revel aos jovens turcos conhecidos pelos “nouveaux philosophes”, ex-esquerdistas como Bernard Henri-Lévy ou André Glucksmann) que se empenhou na denúncia dos traços estruturais que aproximariam a URSS (e, por associação de ideias, o PCF) das mais sinistras práticas do nacional-socialismo. Esta ofensiva ideológica teve múltiplas dimensões, mas entre elas a historiográfica não terá sido a menos importante: e aqui é impossível não reconhecer o papel fundamental de François Furet, autor de uma história do comunismo como “mal do século” que se pretende tanto a sua certidão de óbito como a sua apostasia final (ou não fosse Furet, para variar, um ex-PCF).
VPV não creio que vá nestas cantigas: quem tenha formado o seu conhecimento da história europeia do século XX na leitura de A.J.P. Taylor, nem precisa de esperar por 1980 para descobrir as maldades de Stalin, nem tende a confundi-lo com Hitler, e a esquecer que o principal sacrifício humano para a libertação da Europa do nazi-fascismo foi feito pela URSS. Mas a relação de amor-ódio dos nossos intelectuais com a França leva-nos muitas vezes a importar o pior que ela produz: neste caso, aquilo que Hobsbawm define como uma “Guerra Fria” tardia, que, se em França começou tarde, em Portugal parece que ainda não acabou.
Muito obrigado, agora já percebi melhor!
A URSS fez concerteza um esforço enorme na libertação de parte da Europa do nazi-fascismo… mas só para depois a prender debaixo de um comunismo-totalitário: venho o diabo e escolha!
Excelente texto!
Ha um impeto injustificavel (mas nao incompreensivel)que insiste em tratar o mal como se se tratasse de uma categoria metafisica, uma especie de universal platonico do qual tudo o que rejeitamos deve participar. Parece que nao se pode rejeitar Bush, os fanaticos islamicos, o comunismo, o fascismo, etc… sem recorrer a categorias religiosas de utilidade duvidosa.
Leo Strauss achava que sem categorias morais precisas existe apenas o relativismo (provavelmente o termo mais abusado e mal entendido dos nossos tempos). Mas isto aplicava-se apenas as massas (“the many”). O que temos assistido no caso da liberdade de expressao, tolerancia revela apenas que a maioria daqueles que tem escrito sobre estes temas nao se distinguem assim tanto das massas. Sacrificam a complexidade da realidade ‘a certeza da linguagem moral mais basica e redutora. Se calhar nao existe alternativa, mas eu prefiro acreditar no contrario.
Cumprimentos,
Joao Galamba
O Miguel quer explicar o que entende por “mas só para depois a prender debaixo de um comunismo-totalitário”?
realmente Miguel: essa é para rir, chorar, ou as duas coisas?
Falaram em nagacionismos?
Joao Galamba
Interessante comentário.
O “mal” é uma categoria da filosofia da tradição monoteísta. Está ligada ao “pecado”, ao “diabo” e ao “inferno”.
Não surpreende que, em países desta tradição monoteísta (erradamente designada por “judaico-cristã”, porque de facto é também a tradição islâmica), o “mal” surja como conceito filosófico.
É uma ramificação filosófica da religião.
24.02.2006 – 14h41, público-on-line
“O presidente da câmara de Londres, Ken Livingstone, foi suspenso durante quatro semanas das suas funções por comparar um jornalista judeu a um “guarda de um campo de concentração” nazi e se ter recusado a pedir desculpas. (…)
O caso ocorreu quando um jornalista do “Evening Stantard”, Oliver Finegold, entrevistou o autarca trabalhista quando este saía de uma festa, tendo na altura Ken Livingstone comparado o repórter com um “antigo criminoso de guerra nazi”. Quando o jornalista lhe explicou que era judeu, e que se sentia ofendido pelas suas palavras, o autarca respondeu: “És como o guarda de um campo de concentração”.
Ken Livingstone recusou-se ainda a pedir desculpas, apesar das petições de vários políticos e representantes da comunidade judaica e sobreviventes do Holocausto.
O comité de disciplina responsável por analisar a questão afirmou que Livingstone, de 60 anos, actuou de forma “desnecessariamente insensível” com a sua atitude de recusa em apresentar desculpas.
O autarca londrino explicou que apenas tinha expressado a sua opinião sobre a empresa editora do jornal “Evening Stantard”, a Associated Newspapers, e que jamais quis ofender a comunidade judaica.
A directora do diário em questão, Veronica Wadley, afirmou por seu lado, depois de conhecer a história, que o seu jornalista se portou “impecavelmente” e acusou Ken Livingstone de teimosia, por não pedir desculpas.”
Concordo que o comentário do João Galamba é interessante (e, do meu ponto de vista, correcto: transforma o “mal”, de um magma teológico onde cabem todos os nossos contrários, num conceito operativo e intelectualmente útil) e teve para além disso o mérito maior de me fazer descobrir o blog que ele anima e que eu desconhecia (mea culpa, mea maxima culpa); vou aproveitar a ponte do Carnaval para o descobrir melhor.
Verdadeira mistificação e manipulação da história esta concepção do carácter “único e específico” de Auschwitz. Isso serve os interesses sionistas de esconder por detrás dessa cortina de fumo os massacres, a limpeza étnica, o apartheid, a humilhação e infernização da vida quotidiana dos Untermenschen palestinianos que teimam em não ceder as suas terras imemoriais ao Lebensraum do Reich sionista. Sem a pornografia memorial do holocaustozinho, verdadeiro fond de commerce da diplomacia sionista, o mundo não toleraria um décimo do que se faz impunemente na Palestina desde a Nakba de 1948.
Logo, esta questão das dimensões exactas do holocaustozinho tem um relevância política e histórica extrema. Daí, o ela ser a única questão de investigação científica actual a ser “verrouillé” por um arsenal jurídico penal !
E isso leva a conclusões hilariantes, como aquelas com que o nosso contorcionista de serviço, A. Figueira, nos presenteia. Pretender que o GRANDE HOLOCAUSTO russo (misto do Gulague e da invasão hitleriana, que vitimaram 50 milhões de russos) é irrelevante e quase desprezível face ao holocaustozinho do “povo eleito” (sim, porque os judeus não são uns reles gentios Untermenschen como a mujicada russa…), mesmo “inchado” até à cota 6 milhões por uma verdade dogmática blindada por uma couraça legal (20 anos de cadeia austríaca fazem ter juízo ao historiador mais afoito…), é, convenhamos, o cúmulo dos cúmulos.
E no entanto esta bizarria passa (ainda) por senso comum…
As explicações dadas são mais desonestas que as de Irving, quando este no passado negou completamente a shoazinha. Diz-se que o gulague é uma sobrevivência czarista. Ora esta, num período de ataques terroristas generalizados, vitimou cerca de 6000 vítimas. Nada de comparável ao gulague e à arma da fome que causaram 20 milhões de vítimas de 1917 a 1953, a que acrescem os 27 milhões de vítimas russas dos nazis hitlerianos, vencidos nas estepes russas em batalhas de titãs, e não nas escaramuçazinhas do lado ocidental.
Fala-se em especificidade racista e sistemática da shoazinha para a singularizar. Ora, nada disso Hitler inventou. Lenine e Estaline já o tinham feito. O gulague foi a aniquilação sistemática de etnias (alemães do volga, bálticos, tchechenos,inguches, cossacos, etc.), mas sobretudo de classes sociais.
Dizia um chefe da Tcheka já em 1918: “Nós não fazemos a guerra a pessoas em particular. Nós exterminamos a burguesia como classe. Não deveis procurar na investigação documentos ou provas do que os acusados fizeram contra a autoridade soviética. A primeira questão que deveis colocar é a que classe eles pertencem, qual a sua origem, educação, instrução e profissão”
Morria-se por pertencer a uma classe, apriori “culpada” pelo simples de facto de não ser o “proletariado”. Um racismo de classe, portanto. Nisso, há equivalência como o holocaustozinho judeu. Só que não foram dois ou três milhões, como neste, foram 50 (com a II Guerra). E não falemos já do Holocausto chinês de 65 milhões e outros mais pequenos, mas que somam muitos milhões (ver o Livro Negro). Haja decoro ! Respeite-se o sacrifício de muitas dezenas de milhões de vítimas dos totalitarismos estalinista e hitleriano, de que os judeus são uma pequeníssima parte. Os sionistas querem monopolizar a compaixão e o luto mundiais pela pior das razões: ocultarem com essa manipulação histórica e emocional os horríveis crimes nazi-sionsitas que se estão a cometer no Médio Oriente !
As contas do embaixador iraniano em Portugal:
6 000 000 judeus assassinados em campos de extremínio durante a 2ª Guerra Mundial;
2 000 000 judeus assassinados por ano (entre 1942, quando começaram as deportações e 1945, quando os campos de extremínio foram libertados pelos soviéticos);
166 667 judeus assassinados por mês;
5 556 judeus assassinados por dia;
232 judeus assassinados por hora;
4 judeus assassinados por minuto.
Dados adicionais:
– Oficialmente, eram sete os campos de extremínio: Auschwitz, Belzec, Chelmno, Majdanek, Maly Trostenets, Sobibor e Treblinka II.
– Estas cálculos não entram em conta com alguns milhões adicionais de vítimas, como militantes comunistas, homossexuais, ciganos, eslavos, deficientes motores, deficientes mentais, prisioneiros de guerra soviéticos, negros e africanos, activistas políticos, Testemunhas de Jeová, alguns sacerdotes católicos e protestantes, sindicalistas, pacientes psiquiátricos e criminosos de delito comum.
P.S. Se os revisionistas não tivessem razão, ou pelo menos alguma razão, não era preciso calá-los. Aos tolos não se liga peva.
As perdas humanas da II Guerra Mundial foram as mais elevadas de todos os tempos. Na Europa o total de vítimas ultrapassou os 38 milhões.
As vítimas dos bombardeamentos atingiram quase 2 milhões, isto é, 400 vezes mais que na Primeira Guerra Mundial. Só numa noite de bombardeamento em Dresden em 1945, morreram 60 mil pessoas. As bombas atómicas sobre Hiroxima e Nagasáqui causaram entre 300 mil e 400 mil mortos.
Perdas humanas:
Total 50 milhões
Militares 21,8 milhões
Civis 28,2 milhões
Países Número de mortos
URSS 20 milhões
China 10 milhões
Alemanha 6,5 milhões
Polónia 5 milhões
Japão 3,35 milhões
Jugoslávia 1,7 milhões
França 600 mil
Itália 500 mil
Roménia 500 mil
Grécia 450 mil
Hungria 430 mil
Áustria 374 mil
Checoslováquia 340 mil
Inglaterra 350 mil
EUA 300 mil
Toda a conversa é muito floreada e muito bonita (dentro do espectro em que se envolve, e as possibilidades que levanta), mas andam todos às voltas sem no entanto chegar ao cerne da questão, sejam 6 milhões, sejam 50 milhões, porque há de um ser humano que seja, ter que ser assassinado devido ao facto da força politica preponderante não gostar dele?
Era isso que deviam discutir, não se o holocausto foi pior que o Gulag, ou as razões que levaram a cada uma das tragédias são mais aceitáveis que outras.
Quanto ao post em si, se não fosse sobre um assunto tão grave, até dava para rir.
É a esquerda na sua soberba moral, exponenciada quase à demência, sem mais comentários.
Os últimos comentários não foram intelectualmente muito estimulantes:
– o “Euroliberal” que me perdoe, mas por mais criticável que a política do Estado de Israel seja (e eu acho que é), há pressupostos de civilidade para toda e qualquer conversa – como diria Wittgenstein, qualquer diálogo implica um acordo prévio sobre a língua em que é travado – e eu, por razões que para mim são evidentes, não dialogo com quem utiliza sistematicamente a expressão “nazi-sionistas” (para já não falar de me chamar a mim, pobre de mim com a minha falta de ginástica, “contorcionista”…);
– o “Mark3r” (?), acha, por razões que ele lá sabe mas infelizmente não explica, que o meu post representa “a esquerda na sua soberba moral, exponenciada até à demência”; eu gostava muito de saber porque razão defender o carácter moralmente único da Shoa é uma posição de “esquerda” ou se o comentador arruma na dita esquerda, exponencialmente demente, os dois nomes que eu incidentalmente referi a propósito da questão(Adorno e Arendt), mas isso se calhar é pedir demais; o Mark3r diz que, matar 50 milhões ou uma só pessoa tanto faz, homem ou criança, a tiro ou na câmara de gás, é tudo igual. Poder-se-ia então dizer que todos os regimes políticos, praticamente sem excepção, tendo às suas costas a responsabilidade de pelo menos um morto (“raison d’état oblige”) são todos, portanto, moralmente equivalentes: Blair e Stalin, Bush e Hitler, Salazar e sei lá eu quem. Mark3r diz que não faz mais comentários e eu acho bem, porque me parece que ele tem muitos trabalhos de casa por fazer.
PS Já me esquecia: O “Euroliberal” inventou uma admirável categoria nova: o “racismo de classe”; parece-me um contributo muito interessante para o corrente debate multiculturalista…
O que é preciso é contra-terrorismo semântico…
O nosso bravo A. Figueira (claro que há muito pior…) está feliz. Encontrou um pretexto para não ter de responder, ou melhor, para não ter de mostrar que não tinha resposta… O velho golpe do “estão verdes”…
Nestas questões de guerras, muitos esquecem que a principal é a da legitimidade, da semântica (antes dizia-se, da propaganda…). Ora, a partir do momento em que os nazi-sionistas conseguem generalizar como “neutro” e aparentemente anódino, o tratamento de “terrorista” em relação aos movimentos de resistência à ocupação, a guerra “tout court” torna-se muito mais difícil. Porque o “terrorista”, mesmo agredido, ocupado e com a razão do direito, é necessariamente “culpado”. O que eu faço, como amigo da verdade e do direito internacional, é contra-terrorismo semântico. Não é puro acaso nem obssessão gratuita se para mim não existe um “estado de Israel” mas sim uma mera entidade de facto nazi-sionista, fundamentalista, terrorista, anti-democrática e apartheidesca, tal como para mim não há “tropas da coligação” no Iraque mas apenas terroristas cruzados. Ceder à manipulação histórica e chantagem emocional dos nazi-sionistas (designando, p.exº, o holocaustozinho judeu por “O Holocausto”, como se não houvesse, infelizmente, mais e maiores) é fazer o seu jogo, mesmo que se diga o contrário. Res… non verba. O mesmo se diga quando, mesmo defendendo abertamente a causa palestiniana, se deixa cair um escandaloso apodo de “terroristas” a propósito dos patriotas da resistência armada ao ocupante, pelo simples facto de não matarem com mísseis, Apaches e tanques, mas artesanalmente, transformando o próprio corpo em míssil ou avião…
Cedências gratuitas, sem base legal e ética, no campo semântico aos nazi-sionistas, os grandes mestres da manipulação dos midia a nível mundial, equivalem a alinhar com estes, diga-se o que se disser. Eu não alinho. E tanto pior se as marias-que-vão-com-as-outras se escandalizam. Eu não estou aqui para fazer fretes, mesmo que embrulhados em hipócritas prevenções inconsequentes. Mas nunca invoco as “diferenças de linguagem” de um contraditor para fugir com o rabo à seringa. Não lhes dou esse prazer. Rebatendo a sua perfídia semântica, ataco-os forte e feio sobre o fundo da questão, deixando-os encostados ao muro e de calças na mão, exibindo a crua nudez da sua ignorância e desonestidade intelectual… É que eu tenho argumentos… e não preciso de pretextos, muito menos dos “puxados pelas orelhas”… Chacun son truc…
P.S. Infelizmente não fui eu a inventar a categoria do “racismo de classe”. Lia-a na variada bibliografia hoje existente sobre os crimes do estalinismo. E os Holocaustos existem porque de facto existiram. E não apenas a partir do momento e com a relevância conferida pela sua divulgação no ocidente, qual nova moda, por este ou aquele intelectual, de acordo com a tese figueirina.
Se assim fosse, então teriam razão aqueles que conferem ao holocaustozinho um “carácter único”: De facto, o holocaustozinho do “povo eleito” tem mil vezes mais “trombeta” que O GRANDE HOLOCAUSTO RUSSO… Falta de humildade evidente de intelectualóides que pensam que a realidade não tem existência real e prévia à sua “autenticação” pelas suas cabecinhas…
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