«Fotografia, s. f. Arte de fixar por meio de agentes químicos e com o auxílio da câmara escura, a imagem dos objectos exteriores, quer directamente sobre chapa, quer por uma reprodução da chapa sobre papel ou sobre outra chapa.»
ARTUR BIVAR, Dicionário Geral e Analógico da Língua Portuguesa, 1948
«Fotografia é uma técnica de gravação por meios químicos, mecânicos ou digitais, de uma imagem numa camada de material sensível à exposição luminosa.»
Wikipedia
Como se pode facilmente constatar, a definição de fotografia foi, ao longo dos anos, tornando-se cada vez mais lata à medida em que foram evoluindo as técnicas que estão associadas à sua produção. Poder-se-ia, inclusivamente, esboçar-se uma definição ainda mais ampla e actual do que a fornecida pela Wikipedia: Fotografia é uma técnica de gravação por meios químicos, mecânicos, digitais ou biológicos de uma imagem numa camada de material sensível à exposição luminosa.
O que é, então, uma fotografia?
Sendo a fotografia o resultado de um processo, tentarei desmontar as suas várias fases:
1. Gravação, fixação ou impressão (suporte que conserva a informação);
2. Imagem (fonte de luz directa, reflectida por objectos ou induzida por cargas eléctricas);
3. Sensibilização (suporte sensível à exposição luminosa, isto é, material que sofra alterações físicas e/ou químicas quando atingido por fotões).
Se virmos uma transparência pintada com uma tinta translúcida projectada numa tela, não poderemos, à partida, afirmar que estamos perante uma fotografia, na medida em que não existe um suporte fotossensível, nem um meio para a sua conservação. Contudo, se utilizarmos um digitalizador, a mesma imagem anteriormente projectada adquire, automaticamente, qualidades fotográficas…
José Tim:
nã te esqueças de dzer ko opusculo tem prefácio do José Manel Fernandes
O que me impressiona mais, e mostra até que ponto vai a minha ignorância, é o facto de ambas as definições colocarem a tónica na «gravação». Eu diria (porventura mal) que o que define essa técnica é a «reprodução». Mas ainda não estou totalmente convencido…
Júlio Roriz, fico a aguardar mais entradas sobre o assunto.
Entretanto, que tal “Fotografia” igual a “escrever com Luz”? Lindo, não é?
portanto o argumento do meu amigo relativamente ao suporte fotossensível mantêm-se. nessa possibilidade que referes no fim, a da digitalização, dirias que essas qualidades são próximas em aparência, ou propriamente fotográficas? (já que as imagens não são conservadas em suporte fotossensível e sim em suporte informático ou por impressão com pigmentos, suponho que não.)
já agora, congratulo-te pelo post, já que acho que os artistas devem também ter uma preocupação pedagógica. :)
JP, a reprodução é apenas uma possibilidade entre muitas da fotografia e eu apenas a considero quando existe reprodução de uma imagem a duas dimensões. Reprodução pressupõe a existência do original, não sendo fotografia o original, de que se trata então?
Nem os nossos olhos reproduzem, eles interpretam. A retina não vê, apenas envia sinais para a carola.
Em relação à necessidade de suporte fotossensível estamos todos de acordo, o grande problema reside na sua função. A meu ver é um equivoco confundir o suporte de registo com o que interpreta os estímulos provenientes dos fotões.
Não vejo qual a diferênça entre um CCD e uma chapa sensibilizada com prata, o CCD nada é sem uma memória e impulsos eléctricos, a chapa também não nos diz nada sem a quimica.
São mesmo fotografias Susana.
Este teu «não sendo fotografia o original» é que não é nada óbvio para mim.
Se é reprodução, há cópia, implica que pode ser fotografia. Se é original, não há cópia, não pode ser fotografia.
Fotografia não pode ser original.
Não posso concordar, portanto fotografia não é só reprodução, embora a possa englobar.
Não é cópia, não. É muito mais do que isso: a mimese sofre um processo de construção inerente ao próprio processo.
uma pintura reproduzida num livro, ou num jornal, para mim não é uma pintura, é a reprodução de uma pintura. tendo a ver as coisas do desmo modo com a fotografia. claro que a escala da fotografia é decidida a posteriori, o que põe de lado parte da problemática que considero na minha apreciação relativa á pintura, em que a escala é determinante. mesmo assim, não sei…
ora bolas, era a susana, aí em cima…
olá julio reconheci-nos sou tua prima!parabens!
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