Um bom artigo jornalístico não é aquele onde se mastiga a realidade para a servir numa papa insossa e liquefeita ao leitor, ouvinte ou espectador concebido como alimária a ter de ser alimentada à força. Um bom artigo jornalístico não é aquele onde o pavio é tão curto que apenas ilumina a jactância dos autores e a agenda editorial. O jornalismo, concebido como referência, não almeja contar a “verdade” – como aqui se vende ao patego – dado que o preço a pagar por se agarrar a “verdade” numa mão é invariavelmente usar a outra para a violência; recordando a sapiência do futurista Agostinho da Silva.
O jornalismo enquanto ideal de intervenção cívica que desperta vocações apaixonadas é sempre, e para sempre, um exercício que acrescenta inteligência especializada à inteligência generalizada. Na sua forma mais básica confunde-se com a informação, a mera transmissão de um facto bruto, imediato, literal e, portanto, inevitavelmente parcial e ambivalente na sua veracidade relatada. Nos seus modos desenvolvidos, o jornalismo é testemunho, enquadramento, reportagem, investigação e opinião. Pelo meio, pode assumir formas híbridas, onde se reúna na mesma peça o rigor da objectividade com a criatividade da subjectividade. O que nasce das idiossincrasias autorais, desde que respeitando a deontologia da profissão, continua a ser um exercício de puro jornalismo ao trazer para o espaço público acrescentos de inteligência acessíveis a diferentes literacias e com potencial para estimularem outros exercícios congéneres entre o público.
Eis um exemplo, onde temáticas complexas e melindrosas aparecem tratadas com a profundidade facilitada que só o bom jornalismo é capaz de produzir: Madonna crucificada: feminista mártir ou martírio do feminismo?
interessante a ideia de sobrepor o humanismo ao feminismo. !adoro!.
acabem com a palavra feminismo, por favor, e batam palminhas à menina – sempre, sempre em pé – de sessenta.
(será a palavra que alimenta o conceito ou o conceito que arrota a palavra?)
A informação que nos é servida de um modo geral é “bué da mau”!
Basta ver a escalada feita com uma palavra tirada do contexto em, que foi
pronunciada pelo MAI em Monchique o ter sido uma “vitória” não haver
vítimas mortais a lamentar no incêndio que devastou a serra de Monchique!
Desde o comentador Marcelo ao seu grande imitador Ganda Nóia, passando
pelo porta voz do PSD ( aos papeis) exageraram e transleram o que foi dito e,
partem para o absurdo da “festa” que o Governo fez … e tudo isto é ampliado
como se fosse verdade e não há diretores de informação que corrijam o dispa-
rate que, no rescaldo de uma calamidade estarmos em campanha eleitoral!
Se isto não é manipular as audiências será, querer chamar-nos de lorpas!!!
gostei. a madonna não soube parar a tempo, devia ter pedido conselhos à Audrey Hepburn sobre envelhecimento e charme.
e temos o david bowie para contrapor no masculino : um exemplo bem bom de como se muda de “estilo” com a idade e como se envelhece com estilo – :)