Rua de Baixo, meu mundo
Onde eu regresso cansado
Quando o olhar é profundo
Já andou por todo o lado
São casas sem ninguém
De famílias desligadas
Não se ouve a voz da mãe
Na névoa das madrugadas
Meu berço e minha escola
Minha casa e minha igreja
O amor não pede esmola
Nas esquinas da inveja
Minha paisagem saudosa
Povoada por destroços
Duma sede mais gasosa
Que a água destes poços
Filarmónica formada
Manhã cheia de brancura
Há festa não tarda nada
Na rua desta amargura
Sete ondas repetidas
São sete beijos do mar
Na areia das nossas vidas
Já só podemos cantar
Pode-se cantar um fado
Feito só de melodia
Um homem fica calado
Ao ver a fotografia
Minha rua inicial
A vida, anos primeiros
Onde passou triunfal
A paixão dos baleeiros
Caro jcf. Excelente mais uma vez. Talento não se compra.
E numa de bota abaixo, continua a campanha do PSD pela deslocalização e o desemprego em Portugal (esta segunda parte não assumida): http://tinyurl.com/c7uf7f
Já reparei que metes sempre um post a tapar o último do Valupi. Quando se abre o Aspirina tem que se papar JFC à cabeça, salvo seja. Fazes de propósito?
Nik, eu já cheguei à conclusão, mas já há muito tempo, que escreves o que penso. LOL
Eu acho sempre giro quando a gente os tenta convencer a bem e a direita vem à refrega no bota abaixo. Porque lhes posso explicar melhor: http://ovalordasideias.blogspot.com/2009/03/resposta-porque-deve-o-psd-pedir.html
Francamente … é preciso ser maldoso e mesquinho. O Valupi coloca os textos em função das suas circuntâncias. Sou um «sem-abrigo informático» e nada sei dessas coisas. Ver maldade onde há apenas cronologia é diabólico. Safa!
Verso do dia: “Duma sede mais gasosa”. Metanos e anidridos carbónicos a invadirem as províncias livres dos metaplasmos não alterativos?
No entretanto, o Portugal da indigência continua a importar 6 bilhões de Euros em comida – incluindo dois terços do peche natural e de bibeiro – única forma de garantir a todos os portugueses o direito de largarem o peidito gasoso matinal para começar o dia em beleza.
Meu Caro, José do Carmo:
Se tirares as referências marítimas ( de mar, nós só temos o rio Torto) essa rua é uma rua dos Pereiros, uma rua da minha terra. E o Estaca já não é do tempo das gasosas,menos ainda dos pirolitos, sorte dele que é jovem ou sempre bebeu champanhe.
Jnascimento
Aquilo do Estaca está na massa do sangue. Será que ele é agente da ASAE que (como os fogos florestais) queima tudo á sua volta?
JNASCIMENTO,
Só não te digo que te enganaste redondamente em relação à minha idade porque a minha disciplinada educação e altos padrões de civismo me impedem disso. Mas não achas que se fosse como tu dizes eu nunca teria falado em anidrido carbónico e teria optado antes por dióxido de carbono?
E para que não digas que vais daqui de mãos a abanar e a chorar que não aprendeste nada, fica-te com esta: se és gordo e sofres do coração tem sempre um pirolito à mão.
Mas como já não há pirolitos….
Óh Estaca é preciso sentido de humor… já agora. Às vezes brinco com o teu pseudónimo e falo em estacas queimadas. Mas olha vivi no Montijo entre 1957 e 1960 ao lado de uma fábrica de pirolitos que eram distribuídos numa carrroça puxada por uma mula. Ai que saudades, ai, ai.