Isto é de subir aos postes e apalpar o cu às lâmpadas. No DN descobriu-se no finalzinho de Maio de 2012 o que se andou a fazer desde 2005. As gozações com a política comercial de Sócrates, o achincalho permanente da confiança exibida pelos governantes ao tempo na capacidade da economia nacional em inovar e produzir, o consolo sádico em ver o País a ser afundado só para trocar a cor do poder, o histerismo venenoso que se enfurecia e negava qualquer sucesso que pudesse ser associado a socialistas, dão agora lugar ao discurso contra as lamúrias e modorra dos indígenas. Bem sabemos que o Marcelino nunca assumiu publicamente esta retórica decadente e demente, mas o seu estilo “português suave” fez força na mesmíssima direcção.
A verdade crua dos números diz-nos que essa presença vinha em crescendo nos anos de 2006 e 2007, estagnou, em 2008, e levou um enorme tombo, arrastada pelo colapso do comércio internacional, em 2009, para voltar com redobrada força, desde janeiro de 2010, a projetar os bens e serviços portugueses em cada vez mais mercados estrangeiros, com ganhos de quotas de mercado em vários continentes e crescimentos anuais de dois dígitos.
O processo é muito anterior ao desembarque da troika no Rossio e resulta de um investimento persistente e sustentado do Governo e das associações empresariais, que semearam negócios no Magrebe, no Golfo, na América do Norte e do Sul, em África e na Ásia, cujos frutos começam agora a tornar-se tão visíveis, que até o FT os vê.
Não há, pois, razão para derrotismos ou desânimos. O que faz falta é resiliência e persistência, qualidades que, ao contrário dos seus mais míticos antepassados, não constituem o forte da alma dos lusitanos modernos.
Grande frase de abertura, e a brincar ou a sério, resume o que podemos fazer por enquanto.
já de saída, convenhamos que o último período citado é um excelente auo-retrato, embora sem a sabedoria do mea culpa.
voz no deserto
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