Dias atrás, Paulo Rangel foi à porqueira dizer que o Conselho da Europa rejeitou a candidatura de Portugal a um lugar no Tribunal Europeu dos Direitos do Homem, alegando falta de qualidade nos nomes propostos, apenas porque o País tinha perdido a credibilidade internacional. Causa? As finanças públicas. Responsável? Sócrates.
Paulo Rangel chegará ao poleiro do PSD logo antes ou logo depois de Rui Rio. Vai ser um vendaval de bacoradas, o homem é capaz de largar as maiores enormidades a um ritmo sem paralelo nos bípedes actualmente identificados pela ciência. Entretanto, haja alguém que lhe pergunte onde foi que a comunidade internacional falhou para ter eleito Portugal membro não-permanente do Conselho de Segurança da ONU, superando o Canadá.
Só um aparte para dizer isto: com um lugar no Conselho de Segurança da ONU, o Louçã hoje nem dorme, de tanto salivar.
O que eles queriam era que o Sócrates entregasse a governação ao Seguro e fosse para o Conselho de Segurança tal como o Barroso fez com o Santana Lopes. Aí sim, os benefícios que o prestígio do cargo traziam para o país justificavam bem a fuga às responsabilidades. E assim se mede a dimensão de cada um.
Val, aqui entre nós, o Canadá retirou a candidatura. Basicamente, nós somos o gajo feio, com óculos e borbulhas, que se chama para jogar ao bate-pé para equilibrar com o número de raparigas – podes ter a certeza que nem um beijinho na cara levamos; mas estamos a jogar, para todos os efeitos.
Marco, o Canadá retirou a candidatura porque não tinha votos suficientes. Isso quer dizer que o trabalho da eleição foi feito antes, como é lógico e sabido. E a vitória não é do Governo, a vitória é do País, com o corpo diplomático à cabeça. Mas o ponto não é clubístico, porque o Canadá não passou a desgraçadinho por não ter sido eleito. Havendo mais candidatos que vagas, alguém teria de ficar fora. Todavia, se calhasse ser Portugal, isso seria usado como arma de arremesso político. E a começar pelo PSD, sem perder 1 segundo.
Não tiro mérito às benefícios que daí se poderá retirar, a curto prazo para os acólitos dos políticos e apenas a longo prazo para o resto dos pategos, após uma, para já só sonhada, longa e sustentada caminhada sob o risco da irresponsabilidade típica portuguesa.
O preço já está a ser pago, sendo tão pardo e gelatinoso quanto o Durão Barroso – postado há 15 dias.
Arma de arremesso político como em, sei lá, por exemplo:
Eleição de Portugal para Conselho de Segurança da ONU é “vitória para a diplomacia portuguesa” – Manuel Alegre
O Canada retira a candidatura porque nunca iria reunir os votos necessários (2/3, ainda por cima), certo. E, provavelmente, nem os queria, assim que ficou para a última ronda. O último lugar do Conselho de Segurança é do tipo “quem é o gajo mais fraquinho e subserviente que nós cá temos”.
Se encontrar por aí o Nuno Rogeiro, o homem que sabe tudo sobre tudo, mas especialmente sobre política militar, peça para lhe explicar como o Canada tem sido trilhado ao nível militar, desde o projecto Arrow nos finais dos anos 50, até hoje.
Além disso, termos lugar no Conselho de Segurança parece-me extremamente perigoso para um país pequeno e periférico como o nosso. Não é que alguma vez tenhamos batido o pé, mas se o quisermos fazer em relação a (mais) alguma guerrinha estúpida, o lugar no CS restringe-nos (ao contrários dos membros permanentes, que se estão positivamente nas tintas, porque não perdem o lugar).
Marco, sem dúvida. E também consta que viver faz mal. Ninguém sai desta vida com saúde.
Ainda estou meia aparvalhada… (caso típico que daria sequela a qualquer coisa como “against all odds”).
perguntem ao rangelito porque foi agora se tambem foi por desconsideraão.
Diz-se cá na minha terra que “…é pobre e mal agradecido…”, isto só para referir que alguns dos que aqui acima postaram e outros MUITO, MUITO INTELIGENTES, não conseguem valorizar ganhar. Têm sempre que ganhar com cabazadas (talvez em hóquei em patins possamos dar 30 – 0 ao Canadá…). Por um se ganha e por um se perde e aqui não foi ganhar a qualquer preço. Houve trabalho da diplomacia e quem não quiser relevar isto, estou como diz o Val:”Ninguém sai desta vida com saúde.”
O melhor que teriam a fazer, se calhar, era emigrar, porque este país é muito pequeno para eles… e vão tão à frente, tão à frente, que já não fazem sombra…
VIVA A LIBERDADE DE EXPRESSÃO!
Na “mouche”, como sempre! Cumps.