(sobre um óleo de António Carmo)
Não sei dançar. Nunca senti no meu corpo o motor do ritmo, a locomotiva que prolonga e amplia, nos salões ou nos jardins, a alegria de uma música vivida a dois.
Não sei dançar. Nem sei se alguma vez entrarei na difícil empresa de celebrar uma festa situada entre os pés ligeiro, soltos e o olhar que os comanda, firme.
Não sei dançar. Nunca dancei mas, ao ver o teu olhar dentro da luz do óleo de um quadro, entre a casa à direita e a árvore à esquerda, com a viola campaniça ao centro, então, só então, sabendo que és mesmo tu, serei capaz de, tímido e receoso, te pedir em voz muito baixa: «Dança comigo!»
Não, como é lógico, para dançar mas, apenas e só, para juntar as minhas mãos às tuas e, em silêncio, esperar que a música da viola campaniça atravesse toda a linha do horizonte da planície e venha depositar a teus pés todo o perfume das searas e da terra.
Olha-me este agora faz publicidade subliminar a programas deprimentes da RTP apresentados pela Catarininha bonitinha.
grande momento de prosa poética…
‘esperar que a música da viola campaniça atravesse toda a linha do horizonte da planície e venha depositar a teus pés todo o perfume das searas e da terra’.
Meu Caro JCF,
Essa e das violas que nunca toquei, mas deve ser da Australia, pelos efeitos de boomerang musical no seu prosema. E o perfume das searas pode ficar com ele pois tenho a certeza que e diabetogenico. Safa!
Um bom esforco, apesar de tudo
Abraco e ate ao proximo baile.
que pé de dança sem pé. :-) qual é o óleo?
(pés ligeiros em vez de ligeiro)
Ó «cavilhas» ó palhaço, ó parvalhão, ó idiota – este poema é de 1997 e nada tem a ver com o que quer que seja além dele mesmo. Atrasadão…
Contigo não danço eu, trambolho.
Mas que interessa de que tempo é?
O que é belo é intemporal.
Para quem não pense assim, respeite o outro, sendo ao menos educado.
Já agora, pudesse eu «dançar» assim tão bem, caro JCF.
aqui dança-se, venessa, não vamos nessa. :-)
belo e intemporal, sim.:-) e quero ver o óleo.
JUlgo que podes ver no Blog do António Carmo. Ou no Site. É só procurar no motor de busca, tenho quase a certeza que é possível…
se calhar não me fiz entender. o que quero saber é em que pintura te baseaste.
Pois é Sinhã o que eu quis dizer é que o ANtónio Carmo tem um site na Net e é possível que o quadro «Dança comigo» esteja disponível. Julgo que baste entrar no motor de busca… Ou então saber na net o seu endereço «mail» para lhe perguntar pelo óleo.
Se não sabes dançar, aprende. E não chateies.
Juntas as tuas mãos às mãos outras…inspira-te no perfume que paira…torna-te leve…e…………….descobre que afinal sabes dançar…
Falta um «s» em pés ligeiros, foi lapso meu. Peço desculpa – é bem pés ligeiros, logo no início. Falta o «s».
deixa para lá, zézinho: são os meus olhos que não vêem em quadro algum a beleza do teu bailado.:-)