Pessoas que muito prezo no espaço público, com poder mediático relevante, com quem comungo de variegadas causas ligadas à liberdade e à democracia (portanto, ao Estado de direito democrático e à Constituição), andam há anos a repetir que já é possível fazer o julgamento ético/moral de Sócrates sem carência do desfecho do seu processo judicial (agora, do seu julgamento em curso). Basta, como também repetem, que nos fiquemos pelas declarações do próprio Sócrates a respeito do dinheiro alegadamente pedido por empréstimo a Carlos Santos Silva, e aos circuitos manhosos em que ocorria o envio. E elas têm razão, evidentemente. Essa dimensão não tem a mínima possibilidade de passar sem a maior censura dadas as consequências políticas e cívicas — mas também pessoais — que resultaram das decisões tomadas por Sócrates na esfera da sua privacidade. Isto é, embora a existência de empréstimos por um amigo não seja crime (questões fiscais à parte), ter corrido o risco de ser apanhado nessa situação (e era altissimamente provável que fosse apanhado por ser um alvo tão valioso para os seus muitos, e muitíssimo poderosos, inimigos) foi uma opção, não uma necessidade. Daí, a sua incontornável e indelével responsabilidade no caso histórico que vivemos como comunidade. Crucialmente, depois do que ocorreu no Face Oculta (espionagem a um primeiro-ministro em funções e tentativa de golpada judicial em cima de eleições, seguida de conspiração presidencial) não havia a mínima ilusão a respeito do que lhe poderia suceder havendo ocasião para tal. Sócrates criou, por sua iniciativa, essa ocasião.
Só que há aqui uma chatice. Que é esta: se estamos ansiosos por anunciar a condenação ética de Sócrates, nalguns casos exibindo obsessão, cadê o julgamento ético daqueles que fizeram da Operação Marquês um processo político e um linchamento social? Acaso as maleitas éticas de Sócrates são mais importantes do que a perversão da Justiça e da imprensa? Uma conduta imprópria para ex-primeiro-ministros no plano das finanças pessoais é mais grave do que ver magistrados a cometer abusos, perseguições e crimes?
Ter como estratégia, ou que seja mera pulsão, acusar eticamente Sócrates enquanto ele está a ser uma vítima dos que usam os poderes coercivos do Estado e os poderes tóxicos dos impérios de comunicação social, a que se juntam aqueles que atacam a cidade, é uma forma de cumplicidade com o seu linchamento. Que isto aconteça aos melhores do País não é surpreendente, porque o animal em cada um de nós é quase tudo. Surpreendente será — sempre e sempre — defender o fraco contra o forte.
“… o animal em cada um de nós é quase tudo.”
É esse o seu fascinio, o animal irracional que há em socrates. Mas não queira converter os outros à sua cegueira.
“… embora a existência de empréstimos por um amigo não seja crime (questões fiscais à parte), ter corrido o risco de ser apanhado nessa situação … … foi uma opção…”
Ó valupi, desculpe, mas vá dar banho ao Piloto. O que está em causa é a origem do financiamento e a trama produtora do dinheiro. Socrates, na sua megalomania e narcisismo doentio, não achou sequer que havia riscos. Achou que estava acima da lei (ainda hoje acha), quanto mais da ética. “Questões fiscais à parte”, muito bom.
E você vir falar dos “… poderes tóxicos dos impérios de comunicação social, a que se juntam aqueles que atacam a cidade …”, está a falar de quê, da ida a Espanha para comprar canais de televisão ou do compagnons de route de socrates que andaram a fingir que não viam nada?
Quem diria quão longe iria um certo “sapatilhas”`?
Ó querido amigo Miguel Elias, tenho imenso gosto em lê-lo, mesmo que os seus escritos não consigam sair do nível da nossa outra querida amiga Maia, que aparece num programa na CMTV.
Não sei se o meu querido amigo é casado, mas, se o fôr, dê os meus cumprimentos à sua esposa, pois já há muito tempo que não tenho o prazer de conversar com ela.
Obrigado José, por nos fazer ver o que é um comentário com um nível a tocar a alta cultura. Realmente não está ao meu alcance.
Rir é o melhor remédio.
Um cliente da casa onde laborei era assim que me tratava.
“Como vai isso querido amigo?”
“Não tenha dúvidas, querido amigo, o Sporting vai enrabar o Benfica”.
Mesmo 50 recursos e incidentes processuais depois, com 4 ou 5 a seu favor e uma esmagadora derrota nos restantes, o querido amigo Fernando ainda tem vontade de rir. O amor é cego. E tendo a garantia de que o soalho não ficou muito mais claro, está tudo bem.
Não vejo nada de condenável em aceitar dinheiro emprestado para prosseguir estudos. É o que fazem 99% dos estudantes. Pouco importa se quem empresta o dinheiro são pais, bancos ou amigos. Vejo muito mérito e virtude na vontade de continuar a estudar, mais ainda num registo formal, após a meia idade. O Processo Sócrates mostra em carne viva o carácter de inveja e malícia que forma a maior parte da sociedade portuguesa.
“Surpreendente será — sempre e sempre — defender o fraco contra o forte.”
Pobre réu Pinto de Sousa que é um fraco contra fortes, que só se rodeia de advogados de 1.ª água e não consegue nenhum oficioso. Que infeliz!
«Pessoas que muito prezo no espaço público, com poder mediático relevante, com quem comungo de variegadas causas ligadas à liberdade e à democracia … andam há anos a repetir que já é possível fazer o julgamento ético/moral de Sócrates sem carência do desfecho do seu processo judicial»
Tradução: nem os sonsos, chulos e choninhas que saltitam pelo ‘espaço público’ a branquear a máfia do PS e a cantar loas à partidocracia e ao imaginário ‘estado de direito’ conseguem disfarçar quão patéticas são as desculpas do 44 – ‘fotocópias’ de amigos, casas de luxo emprestadas, com obras caríssimas feitas por ele, e viver à conta da mamã – para as óbvias trafulhices que o Elias já referiu acima.
Nem o volupi, aliás, consegue evitar reconhecer parte deste absurdo – mas nada vê de ilegal, claro: foi só um pequeno descuido dum grande estadista, que os seus “muitíssimo poderosos inimigos” aproveitaram para atacar um dos “melhores do País”. Pobre animal… coitado do ingenheiro de sanitas!
E quem são esses omnipresentes e omnipotentes inimigos imaginários? O PSD? Um saco de gatos que chegaria sempre ao poleiro em 2011, graças à desastrosa bancarrota do 44, e que o perdeu meros quatro anos depois? Fora 2011 a 2015, o PS teve sempre o poder. E é o PSD o todo-poderoso?
Ou esses inimigos são os grandes mamões que mandam no país – a Banca, as grandes empresas? É isso, volupi? E porque atacariam o 44, conte lá? Nunca a Banca, a EDP, a Galp, as Mota-Engis todas mamaram tanto como no seu desgoverno! Porque acha que o Mamão Salgado lhe pagou milhões?
Hoje almocei tarde, e à pressa. Na cozinha. Ouvia música na MEZZO, desta vez não ouvi o Bolero. Tinha que sair e fui desligar a tv; mas antes andei de canal em canal a ver a caca que estava a passar. Parei num deles, julgo que na sic (?), onde estava a falar um gajo de pêra arrumadinha, meia idade, advogado, a dizer que não era correto a passagem de escutas de conversas íntimas de José Sócrates, sem qualquer relevância para o julgamento, referindo-se ao protesto de Sócrates, hoje, no tribunal. E continuou nesta linha.
(Desconhecia o que se tinha passado)
De repente sai-se com esta.
Mas para quem queria um julgamento público, transmitido pela tv, também não se compreende o protesto. Foi mais ou menos isto.
Fiquei banzado. O gajo é advogado.
Estão quase todos a vergar a espinha.
Também aqui, apesar do post sobre o LAWFARE. Até já merece loas….
(Numa guerra não se procede assim.. Isto é uma guerra)
O VALUPI deve estar em grande sofrimento!
A origem do dinheiro é nebulosa sim, mas o mistério publico parece que nem se preocupa se quem o emprestava, o acumulou de forma legitima. E para o mistério publico provar que houve corrupção, tem de conseguir apresentar provas de quais foram e quem favoreceram, as obras, decisões ou atividades em que Socrates teve influencia, e se o seu valor justificava o suborno.
«o mistério publico parece que nem se preocupa se quem o emprestava, o acumulou de forma legitima.»
Não sei se o ‘mistério público’ foi deliberado, mas assenta-lhe bem.
Nada nisto é legítimo. Há décadas que o 44 vive de subornos e trafulhices, cujo dinheiro foi estourando em casas e bens de luxo enquanto subia dentro da máfia do PS. Chegado a PM graças a esta partidocracia podre, usou o cargo para encher o cu aos mamões – a começar pelo Salgado – que depois lhe encheram os offshores. Pelo caminho arruinou o país e endividou-o por gerações.
Num país legítimo o 44 jamais teria passado das distritais lá das beiras, estaria preso há muito tempo, o Partido da Sucata estaria metade preso, a outra metade sob investigação e banida da política – tal como a Laranja Podre, aliás – e mamões como o Salgado, o Bava, o Mexia, o Sr. Mota ou o generoso Santos Silva não teriam a riqueza excessiva que têm, nem o poder que esta traz.
O que temos é o resultado inevitável duma partidocracia saqueada por pulhíticos ao serviço de mamões. Nada pode mudar enquanto não acabarmos com ambas as classes.
Os procuradores do Ministério Público não têm mundo, devem ser uns desgraçados que foram “bulimizados” quando andaram na escola (até ao último ano da faculdade) e, agora, no alto do seu arreigado e indecoroso poder, vingam-se, se possível criativamente, em pessoas que têm ou já tiveram preponderância político-mediática.
Isso de revelar, através de uma conversa de José Sócrates com Henrique Granadeiro, em tribunal, uma descontraída troca de palavras entre Mário Soares e Almeida Santos para provar a intimidade amiga dos dois primeiros, é absoluta e humanamente esquisito. No mínimo.
Convicções temos todos, uns de inocencia, outros de culpa, outros a meio termo.
E as provas, onde andam as provas?
E PROCURADORES tanto procuraram, que parece não encontraram nada de jeito.
Ou seja, se houve tramoia da grossa, a coisa foi bem urdida.
Será que o crime compensa?
«Será que o crime compensa?»
Em quase todo o mundo em quase todos os tempos, sim, compensa. Num país governado por uma classe pulhítica corrupta PS/PSD que se reveza no poleiro, compensa de certeza.
O 44 foi o PM mais corrupto e mais evidente de todos, mas basta ver os outros antes dele – o Chulares, a Múmia, o Pantanoso, o Mordomo – e até depois dele – o Passolas da Tecnoforma, o Bosta da máfia xuxa, agora o Montedecasas – para perceber que este Centrão só nos dá trampa.
(A carneirada xuxa acha que constatar isto é ser pró-Chega; como se a realidade fosse ‘fascista’ ou outro disparate qualquer. O Chega é trampa ainda pior, mas nunca teve poleiro.)
Se bem que há um corolário: o crime compensa quando é grande o bastante para comprar impunidade. O 44 roubou milhões e por isso continua a viver no luxo; tem dinheiro para advogados e recursos infinitos; goza até com isto tudo. Um bandido pobre estaria preso há muito tempo.
Oh Bastos, monte de esterco, explica lá, com racionalidade, como é que, de repente, Sócrates passou de um pedinte de envelopes ao amigo a ser um gajo com milhões nas contas, depois de ser constituído arguido e estar a ser investigado!
É claro que és um grande filho da puta, talvez um aborto tivesse livrado o mundo de um reles de tal calibre, mesmo assim explica lá!
Como dizia a dondoca no programa do irmão mais crescido
OLHA O NÍVEL.
«como é que, de repente, Sócrates passou de um pedinte de envelopes ao amigo a ser um gajo com milhões nas contas, depois de ser constituído arguido e estar a ser investigado!»
Se a sua questão, Rolando, é quem entrega agora as ‘fotocópias’ ao 44, terá de perguntar ao triste parolo. Pode aproveitar quando estiver a lamber-lhe o cu; talvez assim ele se solte mais.
Certo é que os milhões existem e pagam muitos advogados, recursos, viagens, jantaradas, fatiotas, toda a rica vidinha do pulha, que sempre foi obcecado pelo luxo. Aposto que acha a casa da Ericeira muito abaixo do seu nível; um pobre casebre a que tem de se sujeitar em nome das aparências.
Sim: o triste parolo acha realmente que merece muito melhor. Fez tanto por nós!
Ó Bastos as casas na Ericeira na altura que foram compradas era acessíveis á classe média, agora sim estão inacessíveis como em todo o litoral de Portugal devido á especulação