Nas muralhas da cidade

«Ouvimos João Almeida dizer que acabou o tempo em que “nós” tratávamos imigrantes e nacionais da mesma forma (aquela imposição do artigo 15º da Constituição) e ouvimo-lo dizer que o país está a reconfigurar-se, já não o reconhece. Nunca tinha visto no CDS esta pontada súbita de teoria de substituição e parece-me evidente que não é no Príncipe Real que João Almeida se sente ameaçado na sua nacionalidade. O critério, de resto plasmado na obscena proposta de lei da nacionalidade, é cromático, é de sangue: querem, como nacionais, bisnetos de um português distante e não querem os que aqui estão há 5 anos por adesão. De onde vem a sensação de reconfiguração do país? Pergunto se João Almeida sentiria alguma reconfiguração se visse António Costa ou Francisca Van Unem numa rua qualquer do país e fossem ambos pessoas anónimas. Que sensação é essa? Não houve sobressalto geral. O limite do PAR é “fanfarrão”.»


Já está — vai demorar muito

19 thoughts on “Nas muralhas da cidade”

  1. Mais um parvinho. Volto a dizer: não sou portuguesa, nunca me deu para mudar de nacionalidade, tenho exactamente os mesmos direitos dos nacionais e sou tratada da mesma maneira. Claro que a minha nacionalidade é de um país da UE… não preciso da portuguesa para poder circular livremente.
    Anormais de todo.

  2. Sabem , com certeza, que um chinês, um indiano, um africano, um sul americano continuam a ser um chinês, um indiano, um africano, um sul americano mesmo com passaporte português??? A única coisa que muda e passaram a ser cidadãos da UE. Pensariam acaso que querem a nacionalidade porque é xoto? OMG. Que a querem por não terem acesso ao mesmo dos nacionais? OMG.
    Não, querem na para salto á vara.

  3. Ele na reconfiguração deve estar a referir-se á COMPORTA e arredores, onde os tugas já quase não conseguem chegar a borda de água. Aquilo é só espaço VIP, barrado por todo o lado.
    Parece que a ultima vip a vir para cá e ir para lá é a Nicole Putohomem, para fazer tertulias com outros asteroides, digo estrelas cadentes, que já abundam por lá.
    Mas esses não são considerados imigrantes, são INVESTIDORES, e para já investem na liberdade de circulação nas zonas ribeirinhas e costeiras.
    Mas se o zé vota em vendilhões da Pátria, não tem direito a queixinhas.
    Eu por mim, enquanto não houver vips a ir pra lá, continuo a ir á praia do Samouco, que agora se chama COSTA VICENTINA, como ouvi um dia destes um a dizer ao telele.
    Pela conversa deduziu-se que alguém perguntou se estava no Algarve, e ele respondeu— já não, agora estou na Costa Vicentina—

  4. «Ele na reconfiguração deve estar a referir-se á COMPORTA e arredores … Aquilo é só espaço VIP, barrado por todo o lado. Mas esses não são considerados imigrantes, são INVESTIDORES»

    Precisamente. E esses podem ser pretos, castanhos ou azuis; são sempre bem-vindos.

    A cambada woke – a exemplo da ‘extrema-direita’, o seu querido inimigo – continua a fazer de conta que isto é sobre cor, raça ou cultura, e não o mesmo de sempre – dinheiro. Massa. Graveto.

    Tanta hipocrisia. Quando dizemos a um xuxa que o problema é o capitalismo, o ‘mercado’ que também ele idolatra e os mamões que também ele serve, a resposta é um inevitável encolher de ombros, geralmente seguido dumas tretas sobre a ‘natureza humana’: somos egoístas, gananciosos, é assim!

    Pois, por essa lógica, somos também racistas. É assim. Faz parte de nós, é outra herança de um passado hostil, violento, tribal onde a sobrevivência dependia de distinguir amigo de inimigo. Basta ver macacos. Ou basta frequentar qualquer país africano ou asiático e ver a tendência universal para estranhar quem é diferente, quem não é dali. Como acham que reagiam à entrada massiva de estrangeiros?

    A esta tendência inata o capitalismo acrescentou a conveniência: o racismo deu muito jeito para justificar colonização, exploração e escravatura. A religião, esse cancro universal, alinhou entusiasticamente. Só a esquerda sempre o rejeitou e combateu – até vir esta trampa woke enterrar a esquerda.

    Como se combate uma tendência inata? Com educação, com condenação social – chamar racista a alguém é hoje um insulto terrível – e, sim, à força. É-se forçado, compelido, no limite preso. Pois é exactamente o mesmo que temos de fazer ao capitalismo e à tendência egoísta, gananciosa, primitiva, infantil de explorar os outros, a sociedade, e de acumular riqueza além de certo limite definido por todos.

    Sem resolver isto não se resolve aquilo; nem qualquer outro problema sério deste mundo. O que a trupe xuxa e woke quer é uma espécie de magia: manter o cancro e viver num conto de fadas.

  5. Resumindo os comentarios acima:

    A Yo, assumindo claramente o racismo boçal à moda dos anos 30, acha que a nacionalidade nunca foi um assunto sério e que o verdadeiro problema é estarmos a ser invadidos por animais selvagens que continuarão a sê-lo ainda que se lhes dê a nacionalidade. Raça de pretos que é normal, e até salutar, tratar como bestas. Quanto aos monhés, la porque permitem que ela compre roupa a preços 10 vezes inferiores, ou mais ainda, ao que a mesma roupa custava na santa época da grandeza da patria, que ela não viveu, ou se viveu, confunde ja com os seus sonhos humidos, não merecem tratamento diverso…

    O Filipe Bastos, por seu lado, descobriu que a raça não interessa nada, e que o verdadeiro problema é que a capitalismo nos envia, com a cumplicidade activa do “wokismo”, pretos e monhés para roubar os empreguinhos a teriamos direito se a nação fosse governada como deve de ser. Dar cacetada nos pretos, no conceito dele, não é racismo (ele até tem amigos pretos, e inimigos brancos), mas defesa da soberania popular. Quando o Salazar mandava é que andava tudo na ordem. Ninguém vinha roubar a sardinha do Português e, se consta que o povo dava de frosques para ir mourejar nas fabricas da europa rica, isto era um pormenor de somenos e até dava remessas.

    A realidade hedionda e bifronte que faz prosperar o Chega não nos deve deixar de braços cruzados. Que nunca te doa a voz, Isabel Moreira. Esta na hora, mais do que na hora, que o fedor não se aguenta mais!

    Foda-se

  6. Resumindo as dificuldades de leitura e interpretação do joão viegas:

    O que disse a yo é que imigrantes da UE não precisam nem querem a nacionalidade portuguesa; só os de outras origens a querem, e apenas para depois pularem daqui para fora – para países ricos onde esperam ganhar mais ou muito mais. Foi v. que desatou a falar em selvagens.

    O que eu disse é que a raça existe, estamos ‘hardwired’ para discriminá-la e é fantasia fingir o contrário. O que podemos e devemos fazer é combater esse racismo inato através da educação, da condenação social e também à força, se necessário. E que devemos fazer o mesmo ao capitalismo, ao egoísmo e à ganância vigentes, definindo limites para a riqueza, o lucro e o que for preciso.

    Mais disse que sem resolver esta questão não resolveremos aquela, nem nenhuma outra importante. Que v. leia isto e conclua que defendo Salazar e branqueio “dar cacetada nos pretos” diz-nos algo sobre o que vai nessa cabeça; não sei se precisa mais de ir à escola ou ao psiquiatra.

  7. Foda-se, afinal estavam ambos de acordo com a Isabel Moreira e eu não percebi!

    A Yo acha bem que os estrangeiros que ela refere tenham os mesmos direitos do que os portugueses, todos os direitos MENOS o que viajarem para outros paises da UE, direito que ela tem, que ela usa, mas ela não é chinesa, nem africana, nem indiana, nem sul-americana, o que faz toda a diferença. Porquê? Não explica. Não é que eles sejam selvajens, mas antes porque ela é civilizada. Apenas a humildade a impediu de devenvolver o raciocinio até ao fim. E sobre os Portugueses que usam descaradamente o direito de irem para a UE fazer pela vida, ela esqueceu-se de opinar, mas é obvio que ela acharia normal que se lhes retirasse a nacionalidade portuguesa (nacionalidade que não interessa a ninguém, apenas conta o genuino apego pela patria, ainda que seja a patria dos outros).

    Quanto ao meu amigo Filipe Bastos, afinal pensa que o racismo e a xenofobia são de lamentar, e mesmo de combater, mas lembra que a raiz de todos os males é o capitalismo e que, portanto, não devemos nunca desviar a atenção do combate contra ele. Se for convniente usar pretos e monhés para escancarar as portas do castelo onde se escondem os capitalistas, então podemos e devemos fazê-lo. Quando tivermos restabelecido a Justiça, então seremos todos iguais e celebraremos os martires a quem partimos a cabeça para alcançar a grande vitoria.

    Estou esclarecido e devia ter lido melhor. Realmente, eu não tenho emenda!

    Re-foda-se!

  8. Atão queres ver que eles iam perder a oportunidade de agregar mais um posto de comando e controle ao espólio.

    É aproveitar não vá acontecer alguma inconveniência que liberte a manada do torpor monótono.

  9. é simples : se a atribuição de nacionalidade de um país da UE dá direito a livre circulação na UE , todos os países da UE devem participar na atribuição de nacionalidade a estranhos ao meio..

  10. «Quanto ao meu amigo Filipe Bastos, afinal pensa que o racismo e a xenofobia são de lamentar, e mesmo de combater, mas lembra que a raiz de todos os males é o capitalismo»

    Melhorou, João, mas não entendi a parte de “usar pretos e monhés para escancarar as portas do castelo”. Soa a outra alucinação. Pretos, monhés e brancos são todos explorados por capitalistas – que podem ser pretos, monhés ou brancos. Workers of the world unite!, está a ver?

    V. parece querer à força que os outros sejam racistas para se destacar deles pela sua virtude. Isso é típico do wokismo e aliena as pessoas. Há óbvias diferenças entre raças e culturas, negá-lo é contraproducente, mas só uma sociedade mais racional e igualitária nos permite evoluir.

    O inimigo não são pretos, monhés ou esquimós: são os mamões que mandam no país e no mundo, seja qual for a sua raça. Muitos deles, se calhar a maioria, são brancos. E há outro inimigo, esse partilhado por muitos pobres – a religião. Por mim fica à porta; já cá temos de sobra.

  11. suponho que o reino unido , se ainda fizesse parte da UE , teria uma palavrinha a dizer. e a alemanha terá seguramente. a a frança. e a suécia. e todos os países com problemas derivados de aí.

  12. Yo: eu tinha percebido. A nacionalidade não interessa, so que ha nacionalidades (e nações) amigas e nacionalidades (e nações) inimigas. A diferença depende de tratados internacionais e tratar de maneira diferente quem não consta dos mesmos tratados é uma simples questão de bom senso, senão mesmo de gramatica. A Yo é tratada de outra forma porque não é, nem norte-americana, nem suiça, nem norueguesa, nem britânica. Nada a ver com racismo.

    Filipe Bastos: O inimigo não são pretos, monhés ou esquimós: são os mamões que mandam no país e no mundo, seja qual for a sua raça. Logo, é perfeitamente logico vir aqui criticar um texto da Isabel Moreira onde ela critica reacções xenofobas e racistas. Que falta de sentido das prioridades! Que a Isabel Moreira venha primeiro bater-se contra o grande capital, depois falaremos de igualdade. Até la, que os pretos, os chineses e os monhés se aguentem à bronca. Não nos desconcentrem!

    Re-re-re

  13. «…é perfeitamente logico vir aqui criticar um texto da Isabel Moreira onde ela critica reacções xenofobas e racistas. Que falta de sentido das prioridades! … Não nos desconcentrem!»

    Critico a Isabel Dondoca porque 1) ela é xuxa; 2) é uma dondoca. Cheio de boas intenções de dondocas xuxas está o inferno cheio – e as redes merdais, o que vai dar +- ao mesmo.

    Nada contra a mensagem, acho lindamente que se critique racismo e xenofobia. Mas a credibilidade do emissor afecta a percepção da mensagem; é como o 44 dizer que “pagar a dívida é uma ideia de criança”. Não soa bem vindo de quem deixou o país enterrado em calotes criminosos.

    E sim, não nos desconcentrem: a mania woke só prejudica a esquerda e beneficia os mamões. Isto não é evidente? Que mais é preciso? O Chega no governo? Um Trampa ainda pior?

  14. Ah, por momentos, pensei que estava a criticar o texto, como pode por vezes acontecer numa caixa de comentarios. Distracção minha.

  15. pessoalmente acho karmico o que está a acontecer. destruímos e aculturamos os países deles , só nos resta aceitar. e adaptarmo-nos. mas isto sou eu , de resto, não me custa nada compreender o ponto de vista de quem anda a defender a” sua nação” e cultura.
    e a diversidade de humanos de que gosto é mesma a de cores e culturas , não é de todo a diversidade lgtb plus plus plus. -:) -:

  16. Já o Sting cantava
    WE SHARE THE SAME BIOLOGY

    — Há óbvias diferenças entre raças e culturas, —
    Culturas sim, etnias também, mas RAÇA é so uma, a desUMANA e mais nenhuma.

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