Românticos, heróis e loucos

Não há ninguém na comunicação social, que eu conheça, a falar da captura da Justiça pela direita como Paulo Pedroso. Ninguém com a sua frontalidade, rigor e honestidade intelectual. Contudo, ele pára na tangência de apenas apontar disfuncionalidades, cuja origem admite lhe ser ignota. Como académico, figura pública e pessoa que cultiva a lhaneza cidadã, é alérgico a difamações e calúnias. Não pode dizer o que escrevo que pensa e indica. Mas é exactamente por estas fundamentais razões que igualmente se sente obrigado à denúncia corajosa: há algo de sinistramente podre no Ministério Público e juízes cúmplices. É evidente.

Que pena este homem não ser parte de um projecto político qualquer. Que perda. Que trágico.

Aqui: 07 jul. 2025

Atente-se como o jornalista não aprofunda e desenvolve a gravidade do que é exposto. Muda de assunto. Por não perceber o que ouve? Ou será pela razão contrária? Em abono da verdade, não existem lideranças políticas à altura do homérico desafio que a questão levanta. Porque quase todas se têm aproveitado da perversão. A conduta privada de Sócrates, mesmo na eventual versão mais benigna em que tudo se limite a ilícitos fiscais, deu lenha, gasolina e dinamite a quem na Justiça comete abusos e crimes.

É preciso ser romântico, herói ou louco para defender o Estado de direito democrático. Ajudará ser cada um à vez — ou em simultâneo.

6 thoughts on “Românticos, heróis e loucos”

  1. Há muito tempo que deixei de olhar para as trombas destes oportunistas, moderador inclusive.
    Nos ocs está tudo a tratar do futuro dos descendentes diretos. Tratando bem, rastejando, os chefes que estão ao serviço do….. – ia dizer do capital…
    Como se existissem grandes capitalistas portugueses em Portugal.
    Capitalismo de merceeiros, como dizia o sr. Abrantes do CC.

  2. Ah, o saudoso Pedroso. Saudoso para os xuxas. Muitos ainda acreditam que ele foi absolvido na Casa Pia. Mas não: apenas não foi a julgamento por ‘falta de provas’. Atacaram a credibilidade das testemunhas. “Só mortos, só mortos” disse um dos miúdos abusados… o que é condenável, claro. Claro.

    O coração da xuxaria, não obstante, divide-se: a queda de Pedroso e do grotesco Ferro devido à Casa Pia acabou por facilitar a ascensão do seu grande amor, o 44. Talvez ele lá chegasse na mesma: era o menino d’ouro da máfia sucateira e também dos DDT; mas a queda dos ped… dos outros ajudou.

    No resto, mais do mesmo: aos volupis só interessa o MP, os juízes e a “captura da Justiça pela direita” – como se o PS fosse esquerda, ou como se não tivesse tido o poder durante 14 dos últimos 20 anos. Um PM que deixa o país na bancarrota moral e financeira, endividado por gerações, e que vai viver para Paris como um lorde à pala dum amigo empreiteiro não lhes merece atenção; aí no pasa nada.

    “É preciso ser romântico, herói ou louco para defender o Estado de direito democrático”, carpe o volupi. Talvez; mas basta ser otário para acreditar que existe tal coisa nesta partidocracia podre.

  3. “Só mortos, só mortos” disse um dos miúdos abusados à catherine deneuve do parque vulgo paulinho das feiras também usando cagonome dos submarinos. a suite 44 está vaga à espera do teu crido spirumviva ou morto mas está difícil o bicho tem a cabeça grande e enfeitada com oito manjericos.

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