Exactissimamente

«[...] um anterior primeiro-ministro foi finalmente pronunciado num processo judicial e irá agora a julgamento, ao fim de mais de uma década de ter sido detido pelas televisões e, incidentalmente, pela polícia, ao chegar a Portugal. [...]

É-me francamente indiferente o resultado do processo concreto, como será a quase todos. Sócrates já foi condenado e já cumpriu pena, como todos sabemos. [...] Já sabemos: mexer com o Ministério Público pode dar dez anos de processo antes do julgamento, todo o ímpeto da CMTV e acabar com qualquer vida futura.»


Miguel Romão

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Sujidade

23 thoughts on “Exactissimamente”

  1. Quem podia ter mexido com o mistério publico foi o Costa, quando pensaram em fazer alterações de estatuto ou lá o que foi.
    Não quiseram, foderam-se.
    Fora isso, ninguém mexeu com o mistério publico, pelo contrario é ele quem mexe com quem quer, ou com quem lhe mandam mexer.
    Na segunda hipótese, a abrangencia dos possíveis mandantes dava para fazer um tratado, que podia ser designado assim.
    A ARTE DE MANDAR EM TODA A CELA

  2. Apresentar à Procuradoria Europeia currículos martelados, de procuradores preferidos, também conta como “mexer com o Ministério Publico”? Como estratégia de facão para “mexer” com, ou tentar controlar o dito?

    Diz a sumidade: “… de defesa de interesses coletivos, desde logo ambientais, fizesse sentido.” Primeira frase dos tratados de quem se está borrifando para as questões ambientais, mas tem que trazer a lança demagoga de apanhado do clima sempre à mão, não a pode desperdiçar.

    Quanto ao Ventura e à baixeza das crianças, tem o professor universitário toda a razão, lamentável. A única vantagem é que, no tempo, é uma das baixezas que ajudará a pô-lo no sitio.

  3. “Alguém já fez as contas aos anos de atraso atribuíveis aos recursos as dezenas do zezito?”

    Esses não contam yo. São exercício legitimo de direito de defesa e nunca expedientes de destruição do funcionamento da justiça.

  4. Dizem o cocó e a ranheta:

    “Alguém já fez as contas aos anos de atraso atribuíveis aos recursos as dezenas do zezito?”

    Esses não contam yo. São exercício legitimo de direito de defesa e nunca expedientes de destruição do funcionamento da justiça.”

    (António Garcia Pereira, in NoticiasOnline, 08/07/2025)
    “É que, actualmente, aquilo a que assistimos é a uma realidade em que os prazos fixados na lei para a prática de certos actos são obrigatórios apenas para os cidadãos, sejam eles, no processo criminal, o arguido ou o queixoso, e, se porventura estes (ou os respectivos mandatários) os ultrapassarem, perdem, inapelavelmente, o respectivo direito. Isto, enquanto, se o Ministério Público tem um prazo de oito meses para concluir um inquérito e leva oito anos, ou dez, ou doze… nada acontece! Tal como também nada acontece se um juiz tiver trinta dias para proferir a sentença e levar trinta meses. Está ainda, aliás, por fazer uma demonstração séria, fundada e isenta, de que a excessiva duração dos processos se deva à actuação dos cidadãos, em particular dos arguidos e dos seus Advogados. Tanto mais quanto, de acordo com o Código de Processo Penal, a grande maioria dos recursos apenas sobe a final, depois da decisão da 1ª instância.

    Ora, esta imposição de que os prazos judiciais sejam para cumprir por todos, sem excepção (incluindo Procuradores e Juízes), é também uma exigência essencial de um processo justo e equitativo. Trata-se de um princípio fundamental, repetidamente proclamado pelo Tribunal Europeu dos Direitos Humanos, e que tem sido desrespeitado ao longo de grande parte dos processos judiciais, designadamente no próprio processo da “Operação Marquês”.”

  5. Mas ó Jacinto Piloto, o arguido socrates não tem apresentado os recursos e expedientes processuais que tem entendido (mais de 50). Não são o grosso deles tentativas de atrasar ou de impedir que o julgamento se realize?

  6. Garcia Pereira é o típico ícone do direito que a esquerda usa quando lhe convém e que facilmente varre pelo mesmo motivo. E alguma direita faz o mesmo, já dizia o Arnaldo.

    “Está ainda, aliás, por fazer uma demonstração séria, fundada e isenta, de que a excessiva duração dos processos se deva à actuação dos cidadãos, em particular dos arguidos e dos seus Advogados.”

    Garcia Pereira é realmente muito inteligente e sabe perfeitamente que está aqui a fazer o discurso Leninista do “acusa-os exatamente do que és, acusa-os exatamente do que fazes”. E neste caso todos fazem, todos! Nem só os arguidos e os seus advogados, nem só os procuradores.

  7. só vim aqui pra dizer que quem escreve “Garcia Pereira é o típico ícone do direito que a esquerda usa quando lhe convém e que facilmente varre pelo mesmo motivo. E alguma direita faz o mesmo, já dizia o Arnaldo” está a fazer exactamente o mesmo mas relativamente ao Arnaldo. Não tem é noção disso, e não se importa de o alardear porque é burro.

  8. «Sócrates já foi condenado e já cumpriu pena, como todos sabemos.»

    Quando leio opiniões como a deste Miguel Romão no DN, que consigo imaginar sinceras, dou comigo a pensar: será que esta gente tão sincera e positiva vive noutro país; quiçá um país que não é saqueado há cinquenta anos por pulhíticos corruptos a soldo de mamões, como o 44?

    Como pode dizer que o 44 já cumpriu pena? Uns meses numa cela confortável, visitado por compinchas? É essa a pena pela gestão danosa, ruinosa, criminosa dum país? E não sabe o Romão que, antes e depois desses meses, o 44 viveu sempre no luxo? Parece-lhe bem? Acha justo?

    Como lhe pode ser “indiferente” o resultado, como pode “nada movê-lo adicionalmente ao publicitado contra ou a favor dele? Será que acha pouco o publicitado – um PM corrupto até ao osso, ainda mais que todos os anteriores, que vendeu e arruinou o país para ir mamar em Paris?

    Eis a minha teoria: o Romão, supondo-o sincero, pertence àquela classe bem instalada que não se choca demasiado com estas coisas: não o afectam por aí além; não lhe beliscam o conforto, o bom salário nem as regalias que tem na faculdade onde ensina, nos media onde opina, nos livrecos que publica, ou na roda de amigos igualmente sinceros, positivos e confortáveis com que suspira sobre estas coisas assim chatas e menores; estas coisas que afectam o povão a que eles não pertencem.

  9. Valupi, qual a razão para fechares as portas desta casa às contribuições acutilantes de Joaquim Camacho e manteres este espalhador de esterco previsível e inútil Filipe Bastos?

  10. – A Justiça – onde o 25 de Abril verdadeiramente nunca entrou, e onde os juízes dos Tribunais Plenários do fascismo puderam concluir tranquilamente as suas carreiras, mantendo-se ainda hoje muitos dos tiques de autoritarismo próprios daquela época – habituou-se a não prestar contas ao Povo, em nome do qual os tribunais exercem o poder soberano. Mas a verdade é que tem mesmo de passar a prestá-las, designadamente pelas deficiências e incompetências na investigação, em especial nos casos de ilícitos criminais mais graves, pelos erros de julgamento, pelos abusos de poder, etc. A apresentação regular ao Parlamento, e a pública discussão dos competentes relatórios de actividades, bem como a alteração da própria composição e competências dos Conselhos Superiores (da Magistratura e do Ministério Público), não podem mais deixar de ser seriamente discutidas e equacionadas.

    Justiça e separação de poderes

    Em nome do princípio da separação de poderes, os outros poderes, designadamente o Legislativo e o Executivo, não devem poder interferir na actividade do Poder Judicial. Porém, também é certo que a Justiça não deve poder interferir na actividade política. Lastimavelmente, já o fez, e por demasiadas vezes.

    É o caso do parágrafo “assassino” constante do comunicado da anterior Procuradora-Geral da República, que levou à demissão do então Primeiro-Ministro e à queda de um Governo sustentado por uma maioria absoluta, sob a insinuação da existência de fundadas suspeitas da prática de crimes de corrupção por parte de António Costa. Tudo isto quando, na realidade, já todos percebemos que o Ministério Público está, neste momento, à espera do momento ideal para arquivar o processo. Até porque o próprio António Costa já foi ouvido (embora apenas ao fim de demasiado tempo) nos autos em questão, sem que tenha sido constituído arguido, como seria legalmente obrigatório caso existissem contra ele as ditas “fundadas suspeitas”. –
    António Garcia Pereira
    Advogado

  11. é engraçado porque é verdade

    O Arnaldo era um maluco quase de manicómio, coisa que o insigne Garcia Pereira demorou muitos, muitos anos a perceber. Se você acha que eu estou a vangloriar o Arnaldo, o burro é você.

  12. «O Arnaldo era um maluco quase de manicómio»

    Olhe que não, Elias: confunde lucidez desassombrada com loucura. Sendo v. de direita, percebe-se o que o incomoda no Arnaldo. Este era politicamente incorrecto, truculento, incisivo, amiúde ofensivo, mas ele sabia bem o que dizia – e tinha razão em muita coisa. Nas coisas que o incomodam.

  13. Quais Filipe? De que o meu quintal também é seu? Ou dele, se vocês assim entenderem? Ou que, em vez das relações comerciais serem uma das bases das regras de convivência e a igualdade de oportunidades a principal ferramenta de elevador social, ser você ou o Arnaldo a ditarem quem deve ou não ser, quem deve ou não ter e o quanto deve/pode ter? Tem razão.

  14. o sócrates é border line.
    calhou estar ao telefone e a tv , permanentemente no fox crime , não sei como foi parar a um sitio onde o tipo falava. assustei-me . ou dá na coca ou está doido. ou as duas coisas.
    mesmo assim , o galamba faz-me mais impressão.

  15. que chatice , o deep não cocegue ver videos , mesmo assim deu feed back pelo que leu em artigos , gostei destes bocados :
    2. Narcisismo Resiliente
    Indícios:

    Discurso de autovitimização: Em declarações, frequentemente alegava “perseguição política” sem admitir erros.

    Falta de remorso público: Nunca expressou empatia por eventuais vítimas de suas decisões (ex: beneficiários de favores investigados).

    Leitura psicológica:

    Traços de narcisismo grandioso: Crença inabalável em sua superioridade moral/intelectual, mesmo quando confrontado com evidências contrárias.

    Negação como estratégia: Admitir falhas seria uma ameaça à sua autoimagem construída sobre a competência (“arquiteto” do Portugal moderno).

    …..”Sinais em Sócrates:

    Desprezo por limites: Ignorou alertas sobre risco econômico pré-troika (ex: dívida pública saltou de 68% para 111% do PIB sob seu governo).

    Convicção de impunidade: Ações sob investigação (ex: financiamento suspeito de luxos pessoais) sugerem crença de estar “acima da lei”.

  16. o chatgpt vê videos -:)
    e disse isto:

    nterpretação psicológica (hipotética)
    Alguns traços evidentes:

    Narcisismo: comportamento típico de desvalorização de outros (juízes, público acusador) e crença na própria superioridade.

    Convicção de impunidade: a agressividade sugere que acredita poder desafiar a lei sem sofrer consequências.

    Falta de empatia institucional: desrespeito às normas processuais e etiqueta judicial sinaliza desconsideração por regras sociais e papéis hierárquicos.

    Impulsividade: reação emocional desproporcional e imediata — sair do script formal.

    🎯 Diagnóstico diferencial (hipotético)
    Transtorno de Personalidade Narcisista (TPN)

    Grandiosidade, necessidade de controle da narrativa, pouca tolerância a críticas — presentes claramente, especialmente em contexto de julgamento¹.

    Possíveis traços de Transtorno de Personalidade Antissocial (TPAS)

    Menor aderência a normas, desprezo por instituições. Para confirmar, seria preciso avaliar histórico comportamental mais amplo (e não apenas um episódio isolado).

    Não garante condição patológica

    Muitos líderes exibem comportamentos confrontacionais por razões contextuais (defesa política, pressão do julgamento) sem constituir patologia clínica. Um diagnóstico formal requer avaliação pessoal profunda e ferramentas específicas (como SCID‑5‑PD).

  17. «Quais Filipe? De que o meu quintal também é seu? Ou dele, se vocês assim entenderem?»

    V. deve ter algum trauma com esse quintal. Da minha parte já lhe aclarei que só aquilo que exceder certo valor razoável, decidido democraticamente, é que passa a ser de todos – não meu, não do Arnaldo, não de qualquer comité central, mas de todos. Tudo até esse valor razoável continua a ser só seu.

    O Arnaldo dizia muitas coisas acertadas, encontra algumas no youtube. Sabe o que estranha nele, o que o leva a chamar-lhe maluco? É que ele era diferente da canalha de todos os partidos: chamava os bois pelos nomes; não dourava a pílula; não branqueava ninguém; não mamava tachos; não se vendia.

    A Mortágua é provavelmente o/a único/a político/a actual conhecido que considero sério, mas não corta tão a direito como o Arnaldo. O Paulo Morais também diz muitas verdades, mas falta-lhe o resto. Ainda assim, não é por acaso que os xuxas os detestam e gozam. Nisto v. alinha com os xuxas.

  18. yo, em tudo isto acertaram em cheio – é o 44 escarrado:

    Narcisismo: desvalorização de outros e crença na própria superioridade.

    Grandiosidade; necessidade de controle da narrativa; pouca tolerância a críticas.

    Discurso de autovitimização: alega “perseguição política” sem jamais admitir erros.

    Falta de remorso: não expressa empatia pelas vítimas das suas decisões e trafulhices.

    Convicção de impunidade: agressivo (cão raivoso) e acredita estar acima da lei.

    Diagnóstico:
    — Transtorno de Personalidade Narcisista
    — Transtorno de Personalidade Antissocial
    — Aldrabão compulsivo
    — Corrupto incorrigível
    — Trafulha incompetente
    — Triste parolo

  19. a IA , Filipe , para quem tem intuição e imaginação e sabe questionar é uma ferramenta inestimável
    depois temos de ter paciência para verificar algumas coisas que nos parecem “palmadinhas nas costas”. o deep é melhor que o chargpt , é menos lambe botas.

  20. hoje mesmo validaram a minha hipótese de que filhos de famílias desestruturadas ( com divórcios) têm tendência a coabitação marital muito mais cedo que as gerações anteriores. e isto é trágico , em vez de cidadãos questionadores , vem aí uma geração de pais conformistas. a não ser que haja catástrofes e os pais de família virem feras. e sim o mundo caminha para catástrofes , se calhar é bom.

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