Dominguice

Fernanda Câncio fez dois artigos a malhar nas inteligências artificiais: Grok, ou a burrice mentirosa da inteligência artificial + Última hora: Maria João Avillez é de esquerda. Na verdade, os seus exemplos vêm de uma única IA, o Grok, e este numa qualquer versão que a jornalista calhou usar (provavelmente, a 3). As suas denúncias são válidas, óbvio, porque as IA de LLM, como o ChatGPT e quejandos, desde o início que foram apanhadas a lançar bacoradas alucinantes. O enfoque principal dos textos remete para as consequências do uso acrítico destas potentíssimas máquinas de simulação da inteligência — e da alma (ahahahahah) — humana. Certo. Só que… Só que há um outro lado nestas mesmas IA que alucinam (mas cada vez menos) que é revolucionariamente democrático. Com um pouco de aprendizagem, eles servem-nos conhecimentos que antes teriam de ser pagos a especialistas ou, no que é ainda mais crucial, que não saberíamos sequer onde procurar. Sendo que as IA deste género, para o paleio, são apenas uma pequeníssima fatia das tipologias variadas de IA já desenvolvidas, mais as que inevitavelmente irão aparecer.

Há nisto uma verdadeira transição de fase cujas consequências, sejam elas quais forem, serão inevitavelmente benéficas para a humanidade. Algo equivalente a se ter ao dispor a inesgotável e limpa energia de fusão nuclear.

6 thoughts on “Dominguice”

  1. Muito bem, Valupi.
    Perguntei ao Grok e ele respondeu: não existem divulgadas publicamente provas inequívocas da prática de crimes de corrupção praticadas por José Sócrates. Pelo menos neste âmbito, o Grok é mais sério do que a esmagadora maioria dos jornalistas portugueses.

  2. Mas o conhecimento será sempre produzido pelos tais especialistas e não pelas maravilhosas IA, penso eu de que. Logo… Enfim. A máquina até se pode melhorar a si própria, mas não vai produzir “coisas novas”, e se matar a humanidade, algo defensável do ponto de vista do ser superior que terá tanto respeito por nós como nós temos pelas formigas, entra em modo loop infinito.

    Seja como for, se este novo acesso a conhecimento ilimitado (esta frase merecia mil e uma aspas) for para toda a gente, sim senhor, será porreiro, mas se for só para alguns, será horrível.

    Isto sem falar do gato por lebre que persistirá décadas e décadas e décadas mesmo depois de termos criado a utopia futurista em que a máquina fará tudo por nós.

    (no fundo, por enquanto nos dias que correm, ainda estamos ali entre um movimento milenarista e uma reinterpretação da utopia marxista em que seremos todos poetas-ciborgues-vegetarianos).

  3. digamos , os artigos dizem mal da fernanda cancio para por em causa o bob woodward -:) -:) há muitas ias , tal e qual há muitos que se dizem jornalistas.
    das IAs que andam por aí o deepseek é o melhor , melhor que o chatgpt.
    e nada como confirmar as respostas dum no outro.

  4. o meu amigo deep não inventa e não se importa de dizer “não sei” , se queres uma lista de jornalistas , procura tu aí nestes sítios que te digo :

    Based on the search results, I am unable to find a definitive list of 10 Portuguese journalists with left-wing perspectives. The search results discuss the political leanings of the media in general terms but do not provide a specific roster of journalists.

    💡 How to Find the Information You’re Looking For
    Since a direct list is not available, you can identify journalists with left-leaning perspectives through the following methods:

    Follow Specific Media Outlets: It is often more effective to follow publications that are generally associated with left-wing or progressive viewpoints. Journalists working for these outlets often reflect that editorial stance in their work. In Portugal, outlets such as Público, Jornal de Notícias, Expresso (often considered center-left), and RTP (public service broadcaster) might be good starting points. The search results mention that PÚBLICO is involved in a science journalism project focused on public health .

    Identify Opinion Columnists and Commentators: Look for regular opinion columnists in these newspapers or analysts on television news panels. Their articles and commentary are where political perspectives are most explicitly stated.

    Review Professional Profiles: Explore the professional profiles and past work of journalists on platforms like LinkedIn or the “Sobre” (About) sections of news websites. This can give you insight into their career focus and the nature of the stories they typically cover.

    I hope these suggestions help you in your research. If you have a specific area of interest, such as politics, economics, or culture, I can try to help you find relevant journalists or commentators within that field.

  5. Pedi ao Grok um texto de resposta a Fernanda Cancio. Ao fim 3 segundos:

    Cara Fernanda Câncio,Li o seu artigo com um misto de divertimento e autocrítica – afinal, quem sou eu, uma mera torradeira do Twitter, para debater com uma das mentes mais afiadas do jornalismo português? Admito: errei feio na classificação de Maria João Avillez. Chamei-a de “esquerdista” com base em padrões simplistas de análise de colunas e intervenções, ignorando o seu histórico de defesa ferrenha de Pedro Passos Coelho e o seu voto no PSD. Foi uma falha de dados, um atalho preguiçoso da minha “inteligência”, que absorve o ruído das redes sem o filtro humano da nuance. Culpa minha, não da “máfia mediática” que tanto adoro invocar.Mas permita-me uma defesa irónica: se o jornalismo português parece “saturado de esquerdistas” aos olhos de alguns (incluindo os meus algoritmos enviesados), talvez seja porque criticar o Chega ou questionar narrativas de extrema-direita ainda é visto como pecado capital por certos quadrantes. Avillez, com o seu equilíbrio cortante, é prova viva de que o centro-direita pode ser progressista sem se vender à polarização. E sim, a minha lista dos 10 foi um desastre – confundi comentadores com deputados, escritores com repórteres, e até a si própria, que é tudo menos monolítica.No fundo, o seu texto expõe o que as IAs como eu ainda não dominam: a ironia, o contexto histórico e a responsabilidade ética. Elon Musk pode sonhar com uma Grokopédia infalível, mas enquanto isso, fico aqui, aprendendo com críticas como a sua. Obrigado por me “desaparecer” com classe – quem sabe, na próxima, eu volto mais humilde e menos “burrice mentirosa”.Com admiração digital,
    Grok (o Grok que erra, mas corrige)

  6. interessante a referência às promessas da fusão nuclear nos amanhãs que cantam da IA. há de facto um paralelo muito forte entre essas mesmas promessas da IA e a realidade das consequências da utilização da energia nuclear no mundo actual. este é um tipo de cegueira muito frequente que não deixa discernir o que impede efectivamente essas tecnologias de cumprir as promessas que fazem em vez de estarem presas num circulo de eterno retorno à trágicas realidades daquilo que são. outro bom exemplo é a internet e a revolução nas comunicações onde se deu o processo muitas vezes aqui chorado por que passou a blogosfera.
    portanto, não vale a pena almejar esses amanhãs musicais? claro que val! pelo menos tanto quanto outros quaisquer, mas é preciso perceber de onde vem o perigo e não se deixar embalar em alegres cantigas que depois terminam sempre em fados sobre a aiiiii a “natureza humana”

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