Que sabe cada aluno em Portugal acerca das origens, conteúdos e finalidades da Constituição e do conceito de Estado de direito democrático ao concluir a escolaridade obrigatória? Que sabe cada licenciado, incluindo os dos cursos de Direito? Se tentarmos falar destes assuntos com quem vota Chega e Montenegro, ou com quem votou Passos, o esforço será inútil. Têm aversão à matéria. Se tentarmos falar dos mesmos assuntos com quem vota CDU ou BE, PAN ou IL, o desinteresse será esmagador. Não existe motivação. Mas ainda mais curioso seria tentar o exercício com jornalistas, só para concluir que a excepção confirmaria fatalmente a regra: não perdem uma caloria com essas questões — a menos que as tenham de usar retoricamente para o gasto editorialista que faça o seu contexto laboral.
Há boas razões para este fenómeno. Uma delas, esta: a estupidez e a servidão são fáceis, podendo até parecer confortáveis no início; e mesmo durante um longo período na biografia destes infelizes.
parece que também não sabes nada. e ainda por cima confundes a estrada da beira com a beira da estrada. ó passos coelho , o vilão que destronou o zezito !! quem foi o anti constitucional que se atreveu a votar nele contra um burlão? cura-te , pá. vai apanha sol na moleirinha.
Ainda ninguém se lembrou de dizer sobre a constituição o que Miguel Portas dizia sobre o défice. Quando alguém se lembrar, logo se vê.
Atenção, isto pode ser para o bem e para o mal. Muita atenção, comparsas. Depende de quem o diz, como o diz e do contexto, motivações, etc. e tal. Mas a coisa mudará, evoluirá ou involuirá, quando alguém disser sobre a constituição o que excelente político Miguel Portas dizia sobre o défice. Tenho dito. Depois, logo se vê.
Até lá, isto de andar a testar os conhecimentos da malta é inútil, sobretudo das centenas de aventesmas que as faculdades de direito formam todos os anos.
Pior do que aqueles que não sabem o conteúdo da Constituição (alunos, juristas, políticos, etc.) é a do inquilino de Belém que antes de ocupar o Palácio, foi deputado à Assembleia Constituinte tendo contribuído decisivamente para a feitura da Constituição de 1976, e mais tarde foi Professor de Direito Constitucional na FDUCL, razão porque conhece, melhor do que ninguém, o regime constitucional vigente e os limites dos poderes presidenciais consagrados na CRP.
Uma vez eleito Presidente da República, entrou em conflito com o Professor de Direito Constitucional, interpretando os poderes do Presidente à revelia do seu manual académico (“Constituição da Republica Portuguesa Comentada”, 2000) e do que ensinava na Faculdade, e que com a sua conduta trauliteira, nomeadamente de oposição ao ex-governo de AC, está a tentar levar a cabo e em surdina uma alteração natureza parlamentar do regime para presidencial, ao arrepio da CRP.
O PR-Marcelo tem procurado, mormente neste segundo mandato, assumir o papel da oposição aos governos, o que manifestamente não cabe na sua função constitucional de “poder moderador”, ou seja, de garante do regular funcionamento das instituições, de prevenção de abusos da maioria governamental e de protecção dos direitos da oposição.
O PR-Marcelo tem-se assumido como o “conspirador” contra o regime constitucional da 2.ª República.
«Há boas razões para este fenómeno. Uma delas, esta: a estupidez e a servidão são fáceis»…
Eis outra, volupi: a realidade interessa mais às pessoas do que conceitos bonitos e leis ultrapassadas. É na realidade que têm de viver. A Constituição foi escrita há quase 50 anos, num país e num mundo que já não existem, por uma classe política que se revelou incompetente, mafiosa e ruinosa. Jamais foi votada pela população, e as suas revisões foram feitas pela mesma classe e ao serviço de mamões.
Assim o “Estado de direito democrático”: uma completa fantasia nesta bandalheira corrupta em forma de pais. E mesmo que fosse verdade ficaria muito aquém do necessário, pois assenta na mesma ‘democracia representativa’ que não representa ninguém além de pulhíticos e mamões; um cheque em branco passado de quatro em quatro anos a chulos e trafulhas inimputáveis. A começar pelos do seu caro PS.
Quem se agarra à Constituição e à cantilena do “Estado de direito democrático” é quem está bem sentado e não quer que isso mude; que nada mude. O PS é, sempre foi o partido da situação. Vai mamando tachos, vendendo o país, cantando a cantinela e as tretas abrileiras: somos os donos da Constituição!
CA, exactissimamente.
Uma palavrinha sobre os incêndios que estão a queimar Portugal todinho!
Nem o governo governa, nem a oposição vem pedir explicações!
E o jornalismo resume-se apenas a doutora Tânia Laranjo,
Concordo com a dimensão pedagógica. Um reparo: a CRP é um meio, não um fim. Neste momento, urge defendê-la. Amanhã, após uma revisão pelos da “estupidez e servidão”, será dever combatê-la. Até Estado de Direito Democrático são três palavras. É de comunidade que se trata. Sem ela, a liberdade é abstrata. Não se é livre no deserto.