Políticos, jornalistas, editorialistas, comentaristas e abéculas de tipologia vária andam a desumanizar Sócrates desde 2004. A desumanização é um fenómeno universal, automático, necessário para se exercer a violência. Uma vez em acção, a desumanização gera violência contínua e crescente. A luta política pode facilmente despertar instintos violentos, pois se está em disputa, ao mesmo tempo, por recursos valiosíssimos e status. Em Portugal, a elite da direita levou a desumanização de Sócrates a um grau de paroxismo como nunca antes se tinha visto por cá após a democracia ter estabilizado em 1976. Essa desumanização feita de forma sistemática e obsessiva nos impérios de comunicação — ao longo de anos, meses e dias consecutivos — explica a aposta ganha na violência extrema do linchamento institucional e popular planeada e executada pelo Ministério Público e pelo juiz Carlos Alexandre, em 2014. Os crimes de violação do segredo de justiça, a descontextualização das escutas e a ficção (porque apenas especulação) de uma acusação sem provas, mas onde havia ofuscantes e hipnotizadores milhões de euros, levaram a população a aceitar a violência que se abateu como castigo colectivo em cima daquele que não tinha, nem merecia, defesa. Ele era o monstro da mentira, o monstro da corrupção, o monstro do mal. Ao mesmo tempo, políticos, jornalistas, editorialistas, comentaristas e abéculas de tipologia vária geraram uma desumanização simétrica a respeito das pessoas que na Justiça têm responsabilidades na Operação Marquês, procuradores e juízes. Elas não erram, não abusam, não são corruptíveis, não têm vieses cognitivos, não têm vieses corporativos, não têm vieses políticos, são imunes à pressão social, são imunes à pressão mediática. Permanecem puros, são anjos. Anjos do bem, a tentar defender-nos de Satanás e sua legião de demónios.
Um curso de ciência política devia começar sempre com esta máxima de Hannah Arendt: «The ideal subject of totalitarian rule is not the convinced Nazi or the convinced Communist, but people for whom the distinction between fact and fiction, true and false, no longer exists.»
Quem se desumanizou foi ele quando se apresentou como um animal feroz. Quem somos nós para duvidar dele? Se ele se diz animal e não humano, que é que se pode fazer? Aceitar e agir em conformidade.
Com o início do julgamento, os ocs, em desespero, desataram a rebobinar toda a canalhice que lançaram na praça pública nos últimos 15 anos. Outros, como o Pacheco, fazem reparos ao amadeu, dando afigurações de…., mas para não criar desconfianças, no mesmo escrito, desferem navalhadas em José Sócrates. Isto em pleno julgamento! Até o Pedro Adão.
Que banditagem!
Vejo poucas diferenças entre “desumanizar” e “endeusar”. Os que desumanizam efetivamente pretendem exercer violência ou justificar a violência exercida sobre determinadas pessoas, os que endeusam pretendem justificar o comportamento, regra geral, de um bandido qualquer que até pode ter exercido violência sobre os outros. Ambos têm dificuldades enormes em ver o outro com um igual, alguém provido das mesmas emoções, sentimentos, tentações ou impulsos. Quem tem o hábito de endeusar até se conseguiria sentir culpado se tivesse feito o mesmo que o seu Deus fez, mas nunca, jamais em tempo algum prender o seu Deus, esse é intocável, inviolável, uma vítima, um injustiçado!
nem com o destapar do caixote do lixo na espanha conseguem perceber que o zezito e vara são como cerdán e companhia? uns parasitas do sistema.
O azar de Sócrates foi humilhar, derreter politicamente três líderes do PSD, como Santana Lopes, Marques Mendes e Manuela Ferreira Leite onde foram escovados, cilidrados em eleições por este “animal político.
Depois, bom, depois veio o pelourinho da direita, bem coadjuvada com poderes substanciais para destruir a ” fera” que politicamente era difícil com as derrotas vergonhosas que o povo lhe deu em favor do líder do PS.
Independentemente das coisas mal explicadas, ou por explicar que Sócrates tem que dar, ou não, o assassínio político há anos conseguido no pelourinho da inquisição do burgo, ainda não vergou a “Besta”, pelo contrário, é o adversário que ainda hoje anda a juntar palha para dar ao burro.
Há dias o volupi recordou o início do AspirinaB – como «os fundadores estavam muito longe de imaginar no que um blogue conotado com a esquerda à esquerda do PS se viria a tornar a partir de 2007: um dos mais notáveis antros do socratismo militante”. Notável não sei; antro é certamente.
Parece evidente que a existência, o propósito deste blog se resume a este momento: o julgamento do 44. O volupi é um chatoGPT capaz de gerar infinitas variações do tema ‘tadinho do 44’.
Quando isto terminar será que o blog também acaba, como acabou o Câmara Corporativa (outro tema que esta pandilha evita, tal como a inexplicável riqueza do seu herói / patrocinador)? Nessa altura irão volupi, merdolas e cia. à sua vida, cumprida a missão de branquear o maior coveiro do país?
Será que acaba a avença? Ou continuará o senhorio parisiense a entrar com a massa?
Vi ontem o programa O princípio da incerteza. Um dos temas em debate foi o “Processo Marquês”, ou seja, José Sócrates. Pacheco Pereira é, sabemos, um incondicional apoiante da culpabilidade de Sócrates. “A minha convicção é a de que ele é culpado”, repete o comentador sem qualquer pudor. Mas ontem Pacheco Pereira começou por uma espécie de defesa do antigo primeiro-ministro: teme que o julgamento não se processe com todos os meios de defesa garantidos, visto que a pressão comunicacional pública tem sido muita. Que bem ficou, a este anti-Sócrates, esta defesa por um julgamento imparcial e, também, a crítica à excessiva exposição mediática dos estados de alma das diversas partes, em que o próprio, incondicionalmente, se inclui. Acabou, assim, a primeira parte da sua exposição, uma espécie de introdução ao programa. E acabou também aqui a decência do programa, em que o jornalista nada fez para alterar o rumo do comentário.
O julgamento de Sócrates está feito: o homem é o diabo, não presta, é mentiroso, o PS sabia desde sempre quem era José Sócrates (começa tudo com as marquises da Covilhã, diz Pacheco), etc., etc., etc.
O candidato à câmara municipal do Porto teve de pedir desculpa porque não queria comparar Pedro Nuno Santos a José Sócrates; a candidata à câmara municipal de Lisboa esteve muito mal. Envergonha-se a si e ao PS. Fernando Negrão disse há pouco tempo que José Sócrates foi um bom primeiro-ministro, principalmente no primeiro mandato. Nunca vi ninguém do PS afirmar o mesmo.
O programa de ontem foi indecente. Que saudades de Jorge Coelho.
Também, ao acaso, vi parte do programa e, mais uma vez fico perplexo como é que a que fala pelo PS consegue ouvir e calar as mentiras e barbaridades de Pacheco & Duarte sem revolta.
O Pacheco deu o mote acerca de como é que o PS não conseguiu detetar internamente a tempo a carreira de bandido de Sócrates e o Duarte teve o desplante de dizer que “não quero comparar Sócrates com Pedro Nuno Santos” e voltou a dissertar acerca do mote de PP.
Como pode, aquela senhora do PS ouvir disto, e outras barbaridades ao modo de uns venturas de falas mansas sem revolta? Como não retorquir a PP que sempre foi um fanático crente apoiante de Cavaco e e sua escola de corruptos que desembocou do caso BPN e se prolongou, com provas dadas, com Durão, Santana e Passos Coelho? Porque não perguntou a PP porque não tinha dado, nem sequer cheirado a corrupção, quando se sentava ao lado de Duarte Lima como seu 1º ajudante na AR quando toda a Lisboa empresarial já propalava à boca aberta que ninguém ganhava uma obra sem os 10% de comissão? Duarte Lima um brenho católico corrupto que enriqueceu da noite para o dia e até matou para roubar seis milhões que lhe tinham sido confiados como advogado? E o Duarte a dizer e argumentar com venturices de falinhas mansas, mais um produto, tal como o Montenegro, da escola Passos Coelho, subrepticiamente a enaltecer a estratégia de corrupto do PM face à derrota de PNS nas recentes eleições, fazendo a apologia da corrupção estilo “rouba mas faz”?
Claro, só é possível tal estado abastardado, tendo como guarda costas os todo-poderosos inescrutináveis Presidente e o MP. Não podia a senhora perguntar a Duarte porque razão o MP invade o Banco de Portugal para roubar computadores e documentos, vai à Madeira com um exército vasculhar o Governo Regional, vai à casa de Rui Rio devassar a sua casa à maneira da Pide, isto é, vai à força buscar os papéis onde desconfia haver provas de corrupção, no entanto, no caso Montenegro parece andar a pedir por favor que o senhor PM lhes mande a papelada de culpabilidade.
Se isto não é gozar com o pagode é o quê?
O pagode gosta de ser gozado. Votaram neles, agora aturem-nos, só é pena quem não votou neles comer por tabela.
O POVO UNIDO, VOTA PARA SER FODIDO.