A percepção (correcta) de que há demasiadas pessoas a viver em barracas

Muito se tem falado nas percepções a propósito do número de imigrantes no país e do que por cá fazem de bom ou de mau. Uns dizem que a criminalidade aumentou por causa dos imigrantes, o que as autoridades policiais desmentem, outros que não há qualquer problema com as comunidades imigrantes, que são necessários braços (de fora) para trabalhar, que todos vêm por bem e que, na sua esmagadora maioria, são pacíficos. Eu estou convicta que sim. Não gosto, porém, como ninguém gosta, da vinda de novas redes criminosas, como o perigoso PCC brasileiro, que podiam bem não se internacionalizar por cá, mas acompanharam a vinda de muitos e pacíficos brasileiros que por cá se têm instalado. Ossos que é preciso roer.

Os números exactos de imigrantes são desconhecidos, o que é de lamentar. Convinha ter um quadro mais preciso para se saber do que se fala. A diferença entre um forte afluxo de estrangeiros que se vêm estabelecer no país e uma invasão é facilmente reconhecível (e explorável). Por exemplo, numa aldeia pacata/definhante de 500 ou 1000 habitantes (ou num bairro lisboeta), a chegada de 500 ou 1000 paquistaneses, nepaleses e indianos aproxima-se do conceito de “invasão”. Aproxima-se, mas não é, pois trata-se de pessoas pobres e sem armas nem poder. Se não estão de passagem (como acontece com as “invasões” de turistas) e começarem a impor os seus hábitos, tradições, culturas e religiões na sociedade pequena em que é suposto integrarem-se, é bem possível e natural que os locais, depois de acharem piada à novidade e até sentirem gratidão pela juventude, reajam mal. Tudo depende também do grau de “acicatamento” dos chamados preconceitos. Mas qualquer preconceito precisa de um período probatório para se desvanecer. Se se desvanece ou não, depende. Mas uma aldeia ou um bairro, por si sós, não podem proclamar-se territórios independentes dentro do país global. Por conseguinte, há a obrigatoriedade de cumprimento das regras em vigor no país. Até agora, é o que tem acontecido. Mas mais ou menos com as barracas… não é?

Por exemplo, não é permitido por lei desviar electricidade ou água das redes de abastecimento, nem é permitido construir sem licença nem condições sanitárias, e muito menos é permitido ocupar terrenos privados para esse fim. Tudo isto é o que fazem os moradores das barracas que começaram a surgir nos arredores de Lisboa quase sem que ninguém se apercebesse. Os movimentos/associações ditas humanistas dizem que, por pena dessas pessoas, há que fechar os olhos. Não têm posses para mais. Nem alternativas (será mesmo assim?). Claro está, não são essas associações nem nenhum dos seus membros os donos dos terrenos nem seus vizinhos. Por outro lado, sabemos que, uma vez permitidas 50 barracas, depressa se avolumarão 5000, o que não pode ser aceite.

Acontece que, neste caso, não estamos no domínio das percepções. As barracas existem mesmo, são muitas e não podem ser aceites nem à face da lei nem à face dos nossos valores civilizacionais e níveis sanitários. O autarca de Loures está a ser bruto? Não me parece. Em Almada faz-se o que ele fez. É um problema. Toda a gente tem que saber o que pode ou não fazer à face da lei. Nenhuma das pessoas que vi entrevistadas me pareceu destituída. O mal já vem de trás, claro. Não devia ter vindo para Portugal nenhum adulto (incluindo as “esposas”) que não tivesse perspectivas de trabalho e de sobrevivência tal como a sociedade, os municípios e o mercado se apresentam. Digo sobrevivência para si e para os filhos também.

E agora que cá estão? Agora, há um trabalho a fazer. Nem todas as pessoas que vivem nas barracas o fazem pelas mesmas razões. Já dei por mim a pensar que o dinheiro que muitos gastaram a comprar as placas de zinco, madeira e outros materiais daria bem para vários meses de renda e de contas de água e luz num apartamento com condições. Nem todos os que ali estão são incapazes de pagar rendas. Ouvi uma senhora moradora dizer que estão melhor ali, nas barracas, porque assim estão mais perto dos seus países, dos seus “iguais”. Enfim. Assim é difícil. E também muito fácil responder o que todos estamos a pensar.

Neste momento, tudo deve ser discutido de forma clara, deixando de lado os chavões do ódio, de um lado, e as acusações de extremismo esquerdista que se alimenta da pobreza e das barracas, do outro. A base deve ser a inadmissibilidade das barracas num país do primeiro mundo, a recusa da indignidade daquelas condições sanitárias, a inadmissibilidade dos roubos e também, sim, o respeito pelo sentir das populações do concelho. Ricardo Leão irá ganhar a Câmara de Loures e não será por “o ódio” ter vencido. Não sejamos básicos. A imigração sem condições deve, de facto, ser resolvida. Sem prejuízo de se resolver ao mesmo tempo o problema dos preços da habitação e da falta dela (que afecta também os não imigrantes) e o da distribuição dos imigrantes por outras regiões que não a grande capital. Cada caso daquelas pessoas é um caso e assim deve ser avaliado e tratado (havendo também oportunistas), de modo a que apenas reste um número residual de barracas até poderem ser eliminadas. Não posso, pois, estar contra os autarcas que querem pôr fim a tanta ilegalidade e falta de higiene.

16 thoughts on “A percepção (correcta) de que há demasiadas pessoas a viver em barracas”

  1. Post sensato e inteligente, como de costume. No fundo, temos um indicador objectivo claro, que é a legalidade. Ha mais republicano, mais louvavel, mais de esquerda do que o cumprimento da lei? Claro que não. Para que queremos ir mais longe? A partir de ai, tudo se resolve!

    Portanto a solução é simples: tudo o que extravasar o cumprimento da lei deve ser eliminado, se possivel a tiro. Ha pessoas a viver em barracas? Não queremos barracas. Metralhadora com eles. O mesmo que fazemos quotidianamente a quem infringe a lei. V. conhecem pessoas que tenham sobrevivido a uma fraude fiscal, a um ilicito social, ao incumprimento da lei sobre horas extraordinarias? Não, pois não. E que dizer das regras de urbanismo, desde as sobre estacionamento até às regras de mantenimento dos prédios em zona urbana, ha porventura quem desrespeite estas regras? Obviamente que não. Quer dizer, houve o José Sousa, la no bairro, em Janeiro passado. Mas, la esta, podemos ver hoje os ossos dele apodrecer no cemitério.

    As regras juridicas são para cumprir. Mas também as regras de educação, ja agora. Por exemplo, existem estrangeiros importados por empresarios para plantar framboesas no Alentejo (no pleno respeito do direito fiscal, do direito social et do direito do trabalho). Cabe-lhes respeitar a cultura local, tal como respeitam o horario de 14 horas diarias a que aceitaram vincular-se por contrato. Se houver noticia de um desgraçado desses a teimar que deve continuar a falar a lingua estrangeira dele, com o risco de descaracterizar a paisagem alentejana, metralhadora com ele ja!

    No fundo, estamos a complicar o que é simples. Porque é que andamos com polémicas com o André Ventura, se o que ele diz, no fundo, é muito, mas mesmo muito de esquerda. Mania de complicar. Em vez disso, existem associações que, sob o pretexto de defender direitos humanos, encobrem a introdução de gatunagem no pais. Depois queixam-se que as pessoas de bem refilem… E que dizer daquela associação, creio que filiada no Bloco de Esquerda ou no Livre, que defende que a mafia é uma cultura e uma civilização e que deveriam existir excepções à obrigação de respeitar a lei penal no caso de pessoas que não fazem mais do que perpetuar uma tradição veneravel? Eu digo que é um autêntico tiro no pé!

    O mundo da Penélope é simples e bonito. Eu quando for grande, quero ser de esquerda como ela, e filiar-me no Chega.

    Foda-se, se quero!

  2. Joao Viegas: Que eu saiba, nem as ilegalidades nem os crimes se resolvem a tiro ou à metralhadora em Portugal, pelo menos pelas autoridades. A caricatura dá-te imenso jeito, mas lembro-te que não resolves nada com isso, nem civilizas ninguém, já agora. Portanto, vai pregar boa governação para outra freguesia. E aproveita para te candidatares a “maire” aí onde vives. Estarei por cá a comprazer-me com a tua derrota.

  3. João Viegas: Acrescento apenas que, há uns tempos, foram demolidas barracas em Almada, e continua a haver notícias de que são demolidas com frequência, e não se verificou nem verifica alvoroço algum. Também se confirmou que, no caso de Loures (e em todos os outros), as pessoas foram avisadas. Agora, com a aproximação das autárquicas, o PCP e outros pensam que podem ganhar a câmara com o discurso da “crueldade” de quem governa, esquecendo-se que a maioria dos habitantes não aceita a invasão de propriedades alheias e não quer barracas nem pessoas a viver como animais no seu concelho. São problemas que, se não forem pegados com determinação por democratas, sê-lo-ão pelos neo-fascistas. E, se for como nos States, muitos dos agora deportados votaram mesmo no Trump, olhando os “esquerdistas ~” democratas com desprezo. Como vês, o mundo não é a preto e branco como pretendes. Para ti, proibir as barracas é ser racista e do Chega. Se isso te faz feliz, se o teu mundo se arruma assim, por mim estás à vontade.

  4. Claro, nos EUA, em Espanha, nos Paises Baixos, em França ou na Italia, expulsemos os pobres e os estrangeiros antes que sejam os neo-fascistas a fazê-lo. O realismo assim manda, ou não vêem que o bom povo ja protesta por causa do cheiro? Corramos com os pobres e com os estrangeiros (com os extra-comunitarios claro, não temos nada contra os outros, nem contra os estrangeiros ricos, que como é sabido respeitam todos a lei e até tens casamento marcado com a yo).

    Percebo o raciocinio. Por mim, prefiro deixar algumas medidas para a extrema direita tomar quando chegarem ao poder (com a tua ajuda, senão com o teu aplauso). Caso contrario, os coitados ja não vão ter nada com que se entreter. Mas isso, sou eu que sou um perigoso sonhador. E também uma pessoa que frequenta estrangeiros, o que é claramente uma agravante.

    Boas

  5. Penélope, não conheço ninguém que deseje mais barracas. Aliás, não conheço ninguém que considere política, cívica e moralmente aceitável deixar que seres humanos vivam em barracas sem necessidade de tentar resolver a sua situação. Estamos todos do mesmo lado nesta dimensão primeira e urgente da questão.

    Deixamos de estar do mesmo lado quando preferimos certas soluções. Porque há muitas à escolha. E não são todas equivalentes quanto à lógica, princípios e consequências respectivas. É precisamente o que está em causa nas escolhas de Ricardo Leão. Um autarca que, provavelmente por instinto de sobrevivência, optou por assumir não só a retórica do Chega como a sua práxis.

    Pensemos: era necessário ter feito a demolição das barracas no Talude Militar daquela forma e no calendário escolhido? Evidentemente que não. Então, porquê e para quê o espectáculo? Só há um racional nisto: tratou-se de uma acção de campanha eleitoral. Vir depois falar na legalidade, e no interesse das populações, como o autarca fez, só acrescenta hipocrisia e cinismo à ignomínia.

    Se não leste, aconselho a leitura do texto do Ricardo Paes Mamede, que citei aqui há dias, cujo primeiro parágrafo explica a falsa polaridade explorada pela extrema-direita. Polaridade essa nascida da biologia e da ignorância que a todos, sem excepção, afecta. A defesa do Leão é uma opção que o legitima. O preço a pagar, como disse Paulo Pedroso há dias, é que tal implica desistir dos princípios do PS.

    Ou então considerar que essa converseta dos princípios é para otários se entreterem, que avancem as máquinas. E rápido.

  6. O pensamento abstrato masculino não presta para nada para resolver problemas práticos. Bal bla bla, princípios, utopias e parvoíces diversas. Devagar devagarinho rumo a problemas insolúveis.

  7. Valupi: Tu sabes algumas coisas. Por exemplo, que a permissão da existência de barracas só agrava o problema, por ser um incentivo a que mais se construam. Sabes, ou talvez não saibas, ou não queiras admitir, que, se não houver medidas drásticas, nada muda, como se tem visto. Depois do que aconteceu, já se fala em casas pré-fabricadas, em reunião de autarcas e na urgência de medidas a nível nacional. Antes, nada mexia. Sabes também que a actividade está, em muitos casos, a virar um negócio. Sabes que, se tivesses um terreno e to ocupassem com barracas e imundície, não irias aceitar. Como os terrenos são de outros, ocupá-los é legítimo ou pelo menos aceitável para ti. Roubar electricidade também. Sabes que outras demolições têm ocorrido noutros concelhos e não foram consideradas “espectáculo”. Só a este chamas espectáculo e campanha eleitoral lá saberás porquê. Possivelmente não gostas do Ricardo Leão. Achas que, para vencer o Chega, assume o seu discurso. Mas isso é o equivalente a dizer que não existe problema algum com as barracas!
    Enfim, muitas vezes o “humanismo” é paternalismo. As pessoas têm que ser tratadas como responsáveis e cidadãos iguais perante a lei. E saber com o que contam. Se eu pensar em emigrar para ter uma vida melhor, tenho que estudar de antemão as condições de alojamento e sobrevivência. Não vou ficar na rua à espera que tenham pena de mim e me ofereçam uma casa e um ordenado, não é? Entretanto, o tablet que a minha sobrinha deixou numa mala esquecida à porta aquando de mudanças foi parar ao bairro do Talude (tinha localizador). A polícia disse que não ia lá. É este o “trabalho” de algumas pessoas que vivem no Talude. E, antes que digas, não, não são todos ladrões. Há ótimas pessoas e desejosas de trabalhar. Sem ponta de ironia.

  8. Penélope, o triunfo do Chega é este: “Achas que, para vencer o Chega, assume o seu discurso. Mas isso é o equivalente a dizer que não existe problema algum com as barracas!”

    Precisa-se de radicalizar o adversário para manter a coerência com a radicalização assumida. Projeta-se no outro o que somos, para continuarmos nós próprios.

    Se para resolver o problema das barracas deve vingar a violência opcional de Ricardo Leão, então provavelmente o PS é um partido inútil no sistema partidário.

  9. Valupi: Não, não é inútil. O Chega não é apenas um partido contra os imigrantes, os ciganos, etc. O Chega é mesmo fascista, racista, machista, salazarista, militarista e retrógrado, dando mesmo guarida a muitos criminosos. Coisa que o PS não é. O Chega explora aspectos da sociedade que sabe lhe podem render votos, sendo o primarismo e o anti-imigrantismo o seu cartão de visita. Se chegado ao poder, o Ventura imitaria o Trump. A corrupção? Teria o monopólio. A religião? Lideraria a hipocrisia empunhando a Bíblia. Na América, os democratas também expulsaram milhares de imigrantes. Pelos vistos, tinha que ser. Mas com a brutalidade e a desumanidade dos MAGA? Não. Nunca. Havia um problema com o excesso de imigrantes. Ninguém o negava.
    Aqui, o PS também não pode negar problemas que existem. As construções ilegais e sem condições são talvez um dos maiores. O que faria o Chega se fosse poder? Agarrava naquelas pessoas e mandava-as para o país de origem, ou piores. Sem averiguações, sem conversas, sem avisos, sem nada. Tudo igual, tudo bandido, tudo embora.
    Por isso, resumindo, sim, estamos em desacordo. Tudo bem, até porque nesta matéria não somos os únicos democratas com visões diferentes.

  10. A Penélope revela experiência nestas andanças, e, sobretudo, honestidade intelectual na abordagem dos remos, e neste, mais uma vez faz uma análise racional das situações de Loures e Almada como em tantas mais localidades infelizmente.

  11. Este post responde á questão de se estamos ou não a evoluir para um sistema político bipartidário como o americano. A resposta é sim, as políticas/soluções só são diferentes em grau não havendo na realidade alternativas ideologicas. O sistema é dominado por um partido consensual nas matérias principais, havendo depois uma abordagem mais ou menos diferente (mais fofinho menos fofinho )em termos de comunicação que pretende diferenciar as “alternativas”. Sim, assim como nos detergentes.
    No caso em questão o problema radica na crise de habitação e nos ordenados baixos cruzados com a condição daquelas pessoas maioritariamente negras, o racismo.
    Soluções? Nenhuma.O objetivo deste discurso é a despolitização de temas eminentemente políticos como os direitos sociais e desigualdades levando a crer que isto não é uma questão de esquerda ou direita., só bom senso bla Bla bla.
    Fica aqui um glossário para a novilíngua e vejam como a tradução conduz exatamente a um beco sem saída no sistema político oficial. TINA.

    https://x.com/OdeteFe84150300/status/1949862362346909953?t=5zCelb59Xn7gPOuUhOPObQ&s=19

    No PS não admira, um partido que fez tudo para correr com um Ex-PM a contas a justiça e que agora se apresta para apoiar um trafulha de um PM que viveu com avenças enquanto exercia o cargo. O PS perdeu a bússola há muito tempo, vive para não perder lugares ou influência deixou de ter um discurso. Execrável.

  12. Se o PS tivesse muitas pessoas sensatas como a Penélope e menos cínicos exibicionistas de virtudes fantasiosas, a esquerda seria maioritária em Portugal.

  13. É divertido ver Penélope e volupi a competir pelo título do centrista xuxo-burguês mais preocupado com os pobrezinhos das barracas, mas felizmente o JStrummer já disse o que importa: “as políticas/soluções só são diferentes em grau, não havendo na realidade alternativas ideológicas”.

    Precisamente. Só temos direita, direita chunga e direita light. Questionar seja o que for deste capitalismo ou do sagrado mercado é coisa de comuna – de ‘extrema esquerda’. Para esta gente qualquer solução tem de respeitar os limites impostos pelos donos dos tachos deles e disto tudo.

    Acabar com as barracas? Fácil: é mandá-las abaixo. Resolver a crise da habitação? Também: é só subsidiar a mama dos senhorios. Mesmo assim não chega? Calma: o mercado resolve.

    Onde o JStrummer me perde é quando afirma que “o PS perdeu a bússola há muito tempo”. Qual bússola? Desde o Mário Chulares que o PS é uma máfia de assalto ao poder e ao pote.

  14. — Desde o Mário Chulares que o PS é uma máfia de assalto ao poder e ao pote.—

    Taliqualmente como o psd e agora os seus descendentes, ilusão liberal e chega a mim que também sou gente.
    E tal como os ascendentes, um é mais polido, e o outro a que chamam fascista, é só mais do mesmo com cara feia e a dizer merdas, algumas das quais podem ser confundidas com fascismo ou até nacionalismo, como se um verdadeiro nacionalista pudesse ser vendilhão da pátria, mas não são uma coisa nem outra, não tem categoria para isso, são só uns oportunistas chicos espertos, que sabem ler para que lado a manada corre.
    O povo é burro e não tem memória, e depois dá tiros nos pés, ou põe a mão num pote de marimbombos, só porque se odeia, como dizia o humorista do Brasiu, Jo Soares, no planeta dos homens.

  15. «Taliqualmente como o psd e agora os seus descendentes, ilusão liberal e chega»

    Sim, com algumas nuances: o PSD é +- tão mafioso quanto o PS; o Chega tenta seguir o mesmo modelo, só lhe falta poleiro e pote; mas a IL parece-me algo diferente. A sua razão de ser não é tanto, ou não é só, rapar tachos e agarrar-se ao poleiro; é mais impingir e normalizar uma ideologia.

    Isto passa, claro, por negar que é uma ideologia: a velha táctica de apresentar capitalismo e a sua aplicação prática neoliberal como um mero sistema económico, a ordem natural das coisas, a ‘natureza humana’ que a malvada esquerda insiste em reprimir. Ao contrário do pulha Ventura, que é capaz de dizer tudo e o seu contrário, estes betos liberocas acreditam piamente nisso. E é isso que vendem.

    Ironicamente, como têm muito menos sucesso que o Chega devem ter muito menos financiamento – é o mercado a funcionar – mas são ainda assim o plano B dos mamões e DDT para endrominar a carneirada. E como agora têm o vento a favor, com Trampas e Putins e afins, nem precisam de ser grande coisa para ir roubando votos à esquerda. Entre Chega, IL e Centrão Podre, isto só vai piorar.

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