A esquerda ligeira e suicida

A propósito da pretendida construção de uma mesquita em Samora Correia, a jornalista Fernanda Câncio escreve um artigo no DN a defender a liberdade religiosa (e, logo, de construção da dita mesquita), pondo em pé de igualdade o islão e o catolicismo (e o judaísmo, para se mostrar abrangente) neste nosso Portugal europeu.

Sendo eu ateia, não posso deixar de criticar este igualitarismo cego, que acaba com pessoas a fazerem figuras como a de envergar “keffiehs” palestinianos em defesa de visões do mundo e da sociedade muito piores do que as do tempo das cavernas. Como se os adeptos do islão, e os imãs, fossem todos boas pessoas que apenas rezam a um deus diferente, inofensivo, compatível, e alheio aos poderes políticos, partilhando no fundo os nossos valores. Infelizmente, assim não é.

Para o bem e para o mal, em termos religiosos, a Europa foi historicamente coutada da igreja de Roma, desde Constantino, e, nessa base, muita da nossa história se forjou séculos depois nos combates contra o islão. O facto de, por cá, posteriormente, termos evoluído – e que alívio – no sentido de a religião ser um assunto pessoal, privado, não podendo misturar-se com o poder político, não significa que, do lado do islão, a evolução tenha sido no mesmo sentido. Alguns indicadores apontam para que não tenha havido evolução nenhuma, nem a nível da separação entre poder secular e religioso, nem no sentido da visão do mundo e da sociedade, e esse é o grande problema. Não é, por isso, invulgar haver mesquitas por essa Europa fora em que se incita a audiência ao ódio aos ocidentais, os chamados “infiéis”, e à “jihad”, apesar da enorme tolerância daqueles à já referida liberdade de culto, incluindo do islão, no território europeu.

A igreja católica já foi violenta, prepotente, corrupta, abusadora? Sim, foi. Muitos dos seus membros foram, eventualmente ainda são, criminosos. Lembro os abusadores sexuais de crianças. Que apodreçam nas prisões. Não se pode, porém, dizer que a igreja católica represente algum perigo generalizado hoje ao nosso modo de vida livre (e só Zeus sabe como sou contra a designação de “Parque Papa Francisco” para o parque junto ao Tejo). A perda de poder político retirou à igreja muitos dos seus malefícios. Não é o caso do islão. Na Europa, as manifestações de apoiantes muçulmanos que mantêm a fidelidade ao islamismo de cada vez que o Médio Oriente se incendeia devido, nomeadamente, ao conflito com Israel é, para mim, um sinal de que as portas não podem estar totalmente abertas a todo o tipo de valores (há quem fale em “multiculturalismo”) e que o Ocidente está hoje, de certo modo, condicionado pelo tipo de população que aceitou acolher. O facto é que os valores não são todos aceitáveis. Quantas pessoas lutaram e morreram, no Ocidente, para finalmente remeterem a religião para o domínio íntimo, para conseguirem igualdade de direitos, liberdade para as mulheres, liberdade sexual, etc., para acabarem com as guerras religiosas? Não têm conta. Mas conseguiram.

E então? Proíbem-se as mesquitas? As novas mesquitas? Contrariando a liberdade de culto? A questão não é simples. Se for feito um inquérito à população, eu diria que a resposta será claramente um não às mesquitas. Nalguns casos muitas pessoas acrescentariam, se pudessem, “os muçulmanos que vão para a terra deles”. O que historicamente tem respaldo suficiente. Mas essas pessoas apreciam o Chega. No entanto, são conhecidos e elogiados o pacifismo e a boa convivência de quem dirige e frequenta a mesquita central de Lisboa, em Campolide, e provavelmente outras. Quando o Chega os ataca mostra ser tão mau e repugnante como os piores radicais islâmicos. Um salazarento bafiento.

Em suma, é preciso ver e são precisas regras, em meu entender. Hoje em dia muitas comunidades islâmicas formam guetos e representam focos de conflito e violência em países como o Reino Unido, a França ou a Alemanha. É natural que se queira evitar chegar aí. É cegueira escamotear estes problemas, ainda que seja gente da laia do Ventura a falar neles.

Mas, voltando atrás: e se um grupo de pessoas quiser construir uma mesquita num determinado sítio, com financiamento próprio que não o de radicais e antiocidentais? Nesse caso, se, ouvidas as populações, for concedida a licença, terá que ficar claro que qualquer incitamento à guerra aos “infiéis”, à submissão das mulheres e à preponderância da Sharia sobre as leis da República deve implicar a expulsão (ou prisão) do Imã.

Assim, querer levar a lei da liberdade de culto à risca, fazendo equivaler as instituições católicas às islâmicas em Portugal é convidar a população portuguesa a repudiar ainda mais esta esquerda. Não é que o grosso dos imigrantes muçulmanos seja mal-intencionado. Mas os que levam a religião muito à letra, que são muitos, criam claramente uma barreira intransponível à integração numa sociedade ocidental, com repercussões na sua descendência. Nós evoluímos no sentido de pôr a religião no seu devido lugar. Guerras por questões religiosas deixaram de fazer sentido e de acontecer. Os muçulmanos estão a trazer a questão religiosa outra vez para a ordem do dia e isto é incontestável. É o recuo à Idade Média. Com tudo o que se passa no Médio Oriente e as suas repercussões na Europa, o problema das mesquitas não pode ser tratado com a ligeireza com que os puristas da liberdade religiosa o tratam. Geralmente ateus, note-se, e de esquerda.

47 thoughts on “A esquerda ligeira e suicida”

  1. Isto está bonito, está. O post da sra. Penélope deixou-me sem respiração. O que é isto?!?!, interroguei-me. Fui ler o escrito de Fernanda Câncio. Maravilha!

  2. A Penélope desta vez atirou ao lado, ou melhor acertou em cheio na marginalização do outro, daquele diferente, não de mim mas da minha crença ou profissão de fé, que no final de contas, vai tudo dar ao mesmo. O recuo à Idade Média está bem evidente no ano de 2025 na Guerra do Médio Oriente. O problema não são as mesquitas as sinagogas ou as igrejas. O problema como se vê não é o Homem acreditar em Deus é mesmo o inverso será que Deus acredita no Homem?

  3. “Assim, querer levar a lei da liberdade de culto à risca, fazendo equivaler as instituições católicas às islâmicas em Portugal é convidar a população portuguesa a repudiar ainda mais esta esquerda. Não é que o grosso dos imigrantes muçulmanos seja mal-intencionado. Mas os que levam a religião muito à letra, que são muitos, criam claramente uma barreira intransponível à integração numa sociedade ocidental, com repercussões na sua descendência. Nós evoluímos no sentido de pôr a religião no seu devido lugar. Guerras por questões religiosas deixaram de fazer sentido e de acontecer. Os muçulmanos estão a trazer a questão religiosa outra vez para a ordem do dia e isto é incontestável. É o recuo à Idade Média. ”

    bem, muito bem explicado porque ao longo de 3000 mil anos uma religião racista e supremacista foi corrida de 109 países.

  4. Esta questão vai sempre dar ao mesmo: os cristãos, e os católicos em particular, querem acima de tudo manter o seu direito à superstição e alienação religiosa. Querem conservar as tretas que lhes impingiram desde crianças, se possível transmiti-las aos filhotes e outros incautos.

    Os muçulmanos querem o mesmo, mas são ainda mais atrasados e por isso mais agressivos. Só que os cristãos não podem banir-lhes as tretas, sob pena de exporem as suas próprias tretas à crítica (ou ainda maior crítica). Sabem que há o perigo de todas serem postas em causa.

    Então andamos há muito neste equilíbrio: os carneiros de cada lado toleram-se a contragosto, os que não são carneiros aturam ambos os lados. A Câncio foca a hipocrisia do lado cristão, a Penélope foca a maior intolerância e insanidade do lado muçulmano. Ambas têm certa razão.

    Mas nenhuma resolve o problema. A solução, para mim, é óbvia: banir ambos os lados. Todos os lados. Quem quiser venerar deuses e duendes e fadas em sua casa que o faça, quem quiser ser carneiro que o seja, mas acabou-se a religião em público. Toda. É tempo de evoluir.

  5. O pacifismo e a boa convivência na mesquita central e em todo o lado, acaba logo que eles tenham numeros suficientes para começar a exigir regras e comportamentos aos outros.
    Basta ver o que acontece por essa europa fora, na Suécia Dinamarca, França Belgica onde já vão formar um partido, etc.procurem no youtube
    Quanto a acabar com as manifestações religiosas em publico, concordo plenamente, incluindo essa nova religião, LGBTPOTPX.

  6. “Levar a lei da liberdade de culto à letra”…

    Penelope, talvez o teu colega Valupi te possa dizer o que acontece quando deixamos de seguir as leis à letra.

  7. “…acaba logo que eles….” ~
    ELES!
    ——
    Olhem só para o último comentário. O que andava, e anda, naquela cabeça. Só faltou referir o Zohram Mamdaini em Nova Iorque, a quem o nazi trump quer retirar a nacionalidade, e deu sinal universalmente percebível do que é ao visitar a prisão Alligator Alcatraz. O hitler dos nossos tempos, capaz de tudo e mais qualquer coisa…, como diria o monte de merda que anda por aí de serviço para fazer rir o pagode.
    Isto vai continuar a misturar-se tudo. Como sempre aconteceu.
    (É aconselhável reler sobre as Cruzadas. E os Templários, inicialmente um grupelho…)

  8. O Filipe Bastos é um rapaz despachado, como já deu para ver.
    Neste pequeno intervalo em que deixou os mamões sossegados, venho aqui pedir-lhe o favor de nos esclarecer, se souber, o seguinte: quando é que toda essa gente furibunda contra a Igreja Católica, em que pontificam as papisas Moreira e Câncio, iniciam o movimento para acabar com todos os feriados católicos, que , grande desgosto delas, presumo, ainda subsistem (Natal, 1 de Janeiro, 6ª feira Santa, Corpo de Deus, e mais uns tantos) ?
    Como se diz aqui na terra, é uma coisa que sempre me fez espécie.

  9. A islamo-gauche tuga vai fazendo o seu caminho. Penélope bem, despejando um balde de água fria sobre esses novos colabos.

  10. O movimento revolucionário educou-se sempre no ódio à discriminação racial e aos progroms de qualquer tipo. E, desde o mais profundo das nossas almas, repudiamos com todas as nossas forças a desapiedada perseguição e o genocídio que, no seu tempo, o nazismo desencadeou contra o povo hebreu, mas não me consigo lembrar de nada mais parecido na nossa história contemporânea do que o desalojamento, perseguição e genocídio que hoje realizam o imperialismo e o sionismo contra o povo palestiniano. Despojados das suas terras, expulsos da sua própria pátria, dispersos pelo mundo, perseguidos e assassinados, os heróicos palestinianos constituem um exemplo impressionante de abnegação e patriotismo e são o símbolo vivo do maior crime da nossa época.

    Imortal Fidel Castro, 1979.

    Se nada fizermos para compreender o outro nunca iremos compreender o outro e no mesmo sentido, nunca nos comprenderemos. Todos os cancelamentos são barreiras à compreensão.

    LS

  11. 100 % catequese racista e paternalista, que não tem ponta por onde se lhe pegue. Olha vota no Chega! Nem vale a pena tentar explicar porque é que o post é um tecido de asneiras, que ignora olimpicamente o que sejam: razão e racionalismo, respeito das liberdades fundamentais que a “civilização” afirma respeitar (entre as quais a liberdade religiosa, porque sera, porque os autores da CEDH eram ignorantes obscurantistas?), uma pequena ideia, mesmo vaga, dos principios da ciência verdadeira, que ao revês da arrogância bronca do post, é toda ela consciência dos seus limites e tolerância.

    Enfim, um post nojento, que te valeria um bom pontapé no traseiro acaso fosse lido pelos Voltaire e outros Afonsos Costas com que enches a boca sem teres sequer reflectido sobre o que pode ser a Razão de que eles se reclamam.

    Por mim, esta na altura de tirar umas férias prolongadas do Aspirina B, onde não esperava encontrar um post tão alarve (não falo dos comentarios, isso estamos habituados).

    Bom proveito.

  12. joão viegas: Achas então que nada mudou no mundo desde Voltaire. Bravo. És um ás. Mas vives num universo paralelo, portanto não acrescentas nada às problemáticas actuais se o que tens a propor é o humanismo. Todos aqui somos humanistas, até a realidade nos chapar na cara com a desumanidade e a barbárie da Idade Média e do fanatismo religioso, capaz de levar à rua multidões em sua defesa. Sim, aqui na Europa. Tu és o equivalente aos que propõem a paz para a Ucrânia sem uma única vez exigirem que o invasor se retire. Passa bem. Foste inútil.

  13. \ Se nada fizermos para compreender o outro nunca iremos compreender o outro \

    Mas quem é que vos disse que o OUTRO quer ser compreendido ou compreender-vos pá?

    Ide lá pra terra deles e tentai ser compreendidos se, entre outras coisas, gostarem de levar umas enrabadelas.

    Só não digo para depois nos virem aqui contar como foi, porque isso não seria possível.

    Estas condutas que a europa e os seus pseudo dirigentes avençados tem tomado, parece quase uma Orchestral Manoeuvres in the Dark, para limpar do planeta os povos que maior contributo civilizacional deram.

  14. Sabia que não devia ca voltar. Ninguém enaltece o obscurantismo medieval (a expressão mostra que pouco sabes acerca da idade média, mas adiante). O que é problematico na tua posta, e faz com que não tenhas qualquer legitimidade para te reclamares dum qualquer humanismo, nem para escreveres “somos todos humanistas”, é partires do principio que uma religião, ainda que seja a dos mouros e dos pretos, é por principio incompativel com a civilização e com o respeito das regras basicas de democracia e do Estado de direito, ou seja a confusão boçal de excessos criticaveis – que existem em qualquer religião, e também no ateismo, ja agora – e a essência duma religião e de todos os que nela acreditam. Como é problematica a forma simplista e idiota com que procuras socorrer-te da historia (que desconheces totalmente) para disfaçares o teu racismo e o teu preconceito. E mais problematica ainda, por ser estupida e totalmente irracional, a tua miseravel maneira de considerar que as religiões são todas “irracionais”, “obscurantistas” e que merecem estar sob constante vigilância, senão apenas toleradas nas casas de banho (ou “na esfera privada”).

    Enfim, uma quantidade de inépcias indignas de quem pensa dois minutos pela sua propria cabeça e tem a mais pequena ideia do que significa a razão e a ciência com que enche a boca. Ja agora, nem respondeste à objecção : porque é que a tua civilização esclarecida protege a liberdade religiosa como uma liberdade fundamental, no teu critério, por estupidez?

    Quanto às tuas lições sobre a Ucrânia, vê se aprendes a ler. Podes facilmente verificar, mesmo aqui no blogue, que sempre condenei a invasão russa e sempre defendi que a Russia devia sair dos territorios que ela ocupou pelas armas sem qualquer legitimação juridicamente audivel.

    Trata-te.

  15. Penélope, brilhante.
    É dos artigos mais perspicuos que tive o prazer de ler.
    Quando a esquerda deste país! pensar e agir assim, ganha o poder á direita, inevitavelmente.

  16. «a tua miseravel maneira de considerar que as religiões são todas “irracionais”»

    Sim: todas as religiões são, na sua essência, irracionais. Qual a dúvida? E devem estar sob vigilância, pois nada causou tanta desgraça no mundo – nem desastres, nem ideologias, nada.

    «porque é que a civilização protege a liberdade religiosa como uma liberdade fundamental?»

    Porque: 1) a religião precede esta civilização, que tenta ainda acomodá-la embora há muito esteja a mais; e 2) porque cada um deve ser livre de acreditar nas tretas que quiser. O problema é quando as inculca em crianças e outras mentes simples (ou desesperadas), assim perpetuando a irracionalidade, e quando esta se torna mais agressiva e antisocial, como é o caso de muitos muçulmanos.

    Sim, muitos: não são apenas uma dúzia de malucos. É ver a Arábia Saudita, o Egipto, o Irão, o Paquistão e tantos outros onde dezenas, centenas de milhões fazem, incentivam ou toleram coisas aberrantes. E os que vivem nos países ocidentais podem ser mais moderados, mas acreditam nas mesmas tretas. Toda a religião está a mais na Europa, mas o Islão é de longe a pior. É correr com ela.

  17. Ao Mick Taylor: “quando é que toda essa gente furibunda contra a Igreja Católica … iniciam o movimento para acabar com todos os feriados católicos”? Mick, a religião inspirou coisas bonitas, sobretudo música e arquitectura, e algumas coisas úteis e/ou agradáveis, como os feriados.

    Nada tenho contra acabar com esses feriados ou trocá-los por outros, mas não me parece indispensável; tal como não vejo razão para desatar a demolir catedrais ou proibir A Paixão Segundo S. Mateus de Bach. O passado é o que é, temos de aproveitar o melhor e aprender com ele.

    Essencial é evoluirmos destas superstições primitivas e criar um mundo mais racional, mais justo e mais igualitário. Podemos e devemos ensinar às futuras gerações o que foi a religião, para que serviu e o que ajudou a criar – de mau e de menos mau – até que dela reste só a história.

  18. E se nessas manobras de orquestra os outros se portam assim tão mal, só temos uma safa, é fazermos como eles ou se possível pior. Vai lá vai!
    LS

  19. Filipe Bastos,

    Basta ler o seu comentario para perceber que as religiões não têm o monopolio do fanatismo e que não existe nada de mais parecido com o obscurantismo do que a cartilha laicista-de-trazer par casa dos aprendizes de mata-frades que consideram os crentes com a condescendência de quem esta a lidar com animais. A discussão parva para a qual v. me convida, que nos levaria a procurar saber quais as piores, entre as calamidades cometidas em nome da “religião” e as calamidades cometidas em nome da “razão” (são o espelho umas das outras) não nos leva a lado nenhum, e provavelmente não confortaria as suas crenças. Mas se duvida que boas almas racionalistas cometeram chacinas das mais repugnantes em nome das luzes e do progresso, leia “Os Sertões” do Euclides da Cunha, ou “A guerra do fim do mundo”, do Vargas Llosa, que conta a mesma historia.

    Quanto à sua afirmação sobre as religiões serem todas “irracionais”, é mais uma ideia-feita tirada da cartilha. Existem estantes inteiras, nas nossas bibliotecas, cheias de livros de teologia que ai estão para provar o contrario : não ha nada mais raciocinador do que as religiões (pelo menos as grandes religiões monoteistas).

    O unico racionalismo que se recomenda é o racionalismo consequente, aquele que sabe que a razão tem limites e que as suas raizes estão muito longe de estar imunizadas contra concepções inquinadas ou eivadas de afectos, de medos e de pulsões irracionais. Este racionalismo reconhece e respeita as crenças religiosas. Não as despreza parvamente, antes procura compreendê-las, o que passa por aceitar que as motivações que elas possam ter não são necessariamente tão diferentes das do proprio racionalismo.

    Ja agora, eu sou ateu racionalista convicto. Sempre fui. Mas nada me irrita mais do que as pessoas que se pretendem socorrer da razão para justificar a sua arrogância e sobranceria, quando elas se enraizam apenas na pura e simples ignorância inconsciente, inconsequente e presunçosa.

    Ateu, sim. Racionalista, também. Mas não iluminado.

    Boas

  20. «cartilha laicista-de-trazer par casa dos aprendizes de mata-frades»

    Para quem critica a sobranceria e o paternalismo dos que se julgam iluminados, olhe que parece bastante abastecido disso v. próprio, João. Takes one to know one, não é?

    Os limites da razão são os da nossa capacidade e do nosso conhecimento, que aumentam todos os dias, ou pelo menos devemos fazer por tal. A religião não ajuda, não descobre, não explica, apenas inventa: é uma fantasia criada pela ignorância, um ópio das massas como dizia Marx, que apascenta consciências e controla a população para os mamões que a exploram e depredam.

    Respeito todas as crenças religiosas, tal como respeito a criança que espera o Pai Natal ou o homem que se julga Napoleão: creio que têm direito à vida, à felicidade e às fantasias que lhes flutuem o barco, como dizem os americanos. Mas a sociedade não deve permitir que as impinjam a ninguém, incluindo os filhos, e há-de vir o dia em que serão uma distante curiosidade histórica.

  21. Em vez de encher a boca com principios use-os. Ninguém defendeu aqui que as religiões têm, ou deviam ter, qualquer direito de impor os seus dogmas, nem a crianças nem a ninguém. O principio da liberdade religiosa foi precisamente instituido para impedir que isto aconteça, e também se aplica à sobranceria e à intolerância pseudo-racionalista de que os seus comentarios são um bom exemplo.

    Criticar o projecto de construção duma mesquita, por se considerar que o islão é por essência obscurantista e que não deviamos permitir a sua presença, ou a das suas instituições, no nosso territorio (que é o que diz o lamentavel e boçal post de que estamos a falar) é radicalmente incompativel com o principio da liberdade religiosa e com tudo o que a (boa) ciência ensina com base no uso da razão critica. QED.

    E, para além disso, é racista e preconceituoso, ou seja inquinado dos mesmos defeitos que a autora imputa ao islão, na medida em que assenta na convicção que o catolicismo é intrinsecamente superior ao credo muçulmano, sendo o primeiro capaz de evoluir e adaptar-se às exigências das sociedades modernas, pluralistas e liberais, enquanto o outro não pode, porque é uma religião de mouros e de pretos, seres pueris e irracionais por natureza. Como é obvio, este conceito não se pode socorrer da razão, nem da ciência, ou alias da sociologia, da historia, etc. Puro grito idiota de um espirito tristemente contaminado pela propaganda imbecil do Chega…

    Tenho pena mas o fanatismo ignorante e a arrogância iluminada por crenças misticas não moram deste lado da discussão.

    Boas

  22. joão viegas: Quanta baboseira pseudo-racionalista! E, além do mais, inventas. Podes chamar-me islamofóbica, já que tens vontade, e estarias talvez certo, pois não vislumbro qualquer contributo positivo do islão para a paz, a humanidade e a ciência nos tempos actuais. Nem sequer o zelo pelo património artístico e sua divulgação e preservação, como faz a ICAR. Mas considerares-me racista por entender que, hoje em dia, a construção de mesquitas no Ocidente pode não ser a mesma coisa do que a construção de um templo católico é ir longe demais. Como racista? E repara que eu não disse em lado nenhum que a mesquita de Samora Correia não devia ser construída. Disse apenas que exemplos da Europa nos mostram que as mesquitas podem ser utilizadas para fins políticos, como a desestabilização das sociedades ocidentais pelos regimes mais fundamentalistas, tais cavalos de Tróia, o que espero não ouses negar, além de poderem contribuir para a não integração das comunidades que as frequentam nas sociedades para onde escolheram vir viver. O que eu disse, sim, foi que, por isso, há que ponderar. Acredito que na maioria das mesquitas se acalmem as almas inquietas e se pregue o bem. As crenças existem e temos que aceitar esse facto. Já me parece é que devemos estar atentos ao seu aproveitamento político e à influência que a alimentação de certas crenças exerce nas mentes de algumas pessoas, que, no caso do islão mais radical, pode levar a crimes e ao condicionamento das nossas liberdades, como a de gozar com as religiões, qualquer uma. Ora estes perigos não acontecem com a religião católica. Dizes que a considero superior e por isso sou arrogante. Não, o que considero superior foi a nossa capacidade para colocar a religião no seu devido lugar. As teocracias não são aceitáveis. Quem soube acabar com elas elevou-se a um patamar superior da civilização. Espero que ao menos partilhes deste princípio.

  23. qual é a diferença ética fundamental que permite alguém rejeitar o racismo e abraçar a islamofobia? diz:

    “Ora estes perigos não acontecem com a religião católica”

    hahahahhahahahhahahahah que frase tão ignorante, menina. já lhe disseram pra ir procurar nacionalismo cristão ao google e está no seu pleno direito de não ir, mas mostrar assim à saciedade e à sociedade que nem o ku klux klan conhece???
    hehehehe porra

  24. Não és arrogante nem racista, mas para ti é pacifico que o islão é la com eles (pretos e mouros, estrangeiros em todo o caso) e que os catolicos somos nos. Não existem muçulmanos portugueses, ingleses, suecos, americanos, franceses? Na verdade são todos descendentes de pretos e de berberes, portanto, no fundo, não são verdadeiros portugueses, ingleses, suecos, americanos ou franceses. Bonito.

    Ja agora tens uma pequena ideia acerca de onde nasceu o cristianismo? Olha que não foi perto de Ourém…

    Não és racista nem xenofoba, mas acreditas que existe um radicalismo muçulmano perigoso para a integridade nacional, enquanto um radicalismo cristão é coisa que nunca viste ou, quando se manifesta, é apenas uma aberração que não tem nada a ver com os verdadeiros ensinamentos de cristo. Os atentados cometidos por bestas que se reclamam do islão, ja é outra coisa, a violência esta-lhes na massa do sangue… Nada a ver com racismo.

    Não és preconceituosa, apenas preocupada com a segurança publica, mas não te passa pela cabeça que proibir ou restringir pela lei (ou por decisões publicas) o exercicio de um culto sera provavelmente a primeira causa para os adeptos do dito culto se virarem para outros paises por se sentirem agredidos no territorio onde moram, onde trabalham e onde pagam impostos.

    Não és racista nem preconceituosa, mas acreditas que a igreja catolica respeita o patrimonio e a cultura, enquanto os muçulmanos são por principio uns vândalos sem emenda. Ja foste a Cordoba? Provavelmente nunca, ja que fica a mais de 100 km de Fatima…

    Não és racista nem xenofoba, mas acreditas que é legitimo preocuparmo-nos com a integração de populações imigradas obrigando-as a cortar definitivamente com as suas raizes e troca-las pela nobre herança das nossas boas tradições catolicas, que se assinalaram sempre na historia pela sua tolerância e pelo respeito dos outros povos. Se puderem esbranquiçar um pouco a pele, ja agora, deva jeito, para ficarmos menos mal nas fotografia dos turistas (esses, claro esta, não ameaçam integridade nacional nem cultura local nenhumas e até trazem dinheiro).

    Enfim, mostras ter compreendido na perfeição a “civilização” (ocidental, por definição) com que enches a boca. Ha apenas uns detalhes que ainda te escapam, como por exemplo o seu apego infantil e perigoso pelo respeito da igualdade e pela protecção das liberdades fundamentais. E’ verdade que se trata de matéria que não se costuma dar na catequese.

    Triste.

    Boas

  25. joão viegas: Continuas a disparatar. Como tenho dito, a religião católica não é o suprassumo da barbatana. Nenhuma religião é o suprassumo de nada verdadeiramente excepcional a não ser as que tiveram dinheiro suficiente para financiar obras de arte magníficas. Não vim aqui para pôr em contraponto a religião católica e a muçulmana. Apesar de ser um facto que, comparando, uma já foi e já não é e outra foi e ainda é, demasiadas vezes e com imagens, violenta. Não é isso que me interessa. Estão em fases diferentes de evolução. Muito pelo contrário, rejubilo é com o facto de a primeira ter perdido poder e influência, coisa que considero um avanço civilizacional, e só posso desejar que o iluminismo chegue aos países muçulmanos para que alguém possa ter liberdade para dizer, por exemplo, sem acabar com as mesquitas, que o apelo público, vocal, à oração cinco vezes por dia pode ser muito incomodativo (estive na Índia há pouco tempo) e que talvez haja alternativas nos tempos que correm.

    Agora, realmente bizarro: o que é que a cor da pele tem que ver com o meu artigo? Por acaso existe a raça dos Ayatollahs? Existe sequer a raça persa? Ou palestiniana? Tem juízo e deixa-te de clichés do género “dizes mal do islamismo actual; a esmagadora maioria dos seus fiéis são de países quentes/ muito quentes/desérticos; por adaptação, estes costumam ser morenos; logo és racista.” Não há pachorra.
    Mas lá está: és da esquerda que vive num universo paralelo e entrou em modo suicida, nada mais lhe restando, perante os problemas actuais reais das grandes movimentações de massas, senão chamar de racista e xenófoba quem os reconhece e quer resolver, quem tudo quer fazer para não entregar aos novos nazis, financiados pelo Kremlin, a destruição das democracias com base na agitação social (para depois chamarem ao Ocidente “decadente”, impondo o militarismo de cariz fascista) e, muito importante, preservar as nossas conquistas civilizacionais e fazê-las respeitar por um número crescente de pessoas, sobretudo os imigrantes. Ser racista é outra coisa.

  26. Penélope,

    Quem esta a disparatar és tu.

    “Paises Muçulmanos” dizes tu, sem notar que estas a essencializar a partir dos teus preconceitos. Como é que decides quais são? E porque é que não incluis os paises ditatoriais como o Rwanda, Angola, a Bielorrusia, ou a Russia nos paises cristãos, ou ainda o Chile de Pinochet ou a Argentina dos generais, para não falar na nossa penisula antes de 1976? Ou consideras que estes exemplos são anomalias onde o cristianismo não tinha atingido o seu ponto de maturação?

    E, sobretudo, o que dizes dos muçulmanos que vivem nos paises democraticos? Não têm voto na matéria? Não são cidadãos como os outros? São casos à parte que ainda têm restos de selvajaria no sangue? Porque carga de agua é que a religião que eles praticam tem de estar automaticamente ligada aos paises que referes?

    Não és racista, não. Deixa-me adivinhar, tens um amigo negro?

    Racismo puro e preconceto idiota 100% Chega.

    Boas

  27. “Não vim aqui para pôr em contraponto a religião católica e a muçulmana.”

    por acaso no comentário anterior tinhas mesmo vindo pô-las em contraponto ao afirmares que “Ora estes perigos não acontecem com a religião católica”

    mas adiante

    “Apesar de ser um facto que, comparando, uma já foi e já não é”

    ai não é?

    https://www.politico.com/news/magazine/2021/02/04/qanon-christian-extremism-nationalism-violence-466034

    https://globalextremism.org/reports/faith-as-a-weapon/

    https://www.wired.com/story/christian-nationalist-roots-suspected-minnesota-assassin/

    https://en.wikipedia.org/wiki/Category:Christian_terrorist_incidents_in_the_United_States

    então imagina se ainda fosse!

  28. joão viegas: “Porque carga de agua é que a religião que eles praticam tem de estar automaticamente ligada aos paises que referes?”
    Porque uma maioria das pessoas (frequentadoras de mesquitas) que saem à rua, na Europa (em França quase sempre partindo montras e incendiando carros), para manifestarem estridentemente o seu apoio aos muçulmanos do Médio Oriente que consideram injustiçados ou pelos judeus ou pelo Ocidente se sentem culturalmente ligadas a esses países. Diria até que mais ligadas do que aos países onde vivem actualmente. E a religião é um dos pontos comuns.
    Fico por aqui. Para ti está visto que não existe qualquer problema nos países europeus com a pressão migratória, os governantes estão todos chanfrados e é tudo invenção dos neo-fascistas, dos racistas e dos xenófobos. Mas, a haver qualquer coisa, tudo se resolve com humanismo, como se o humanismo não tivesse existido e em grandes doses até agora. Passa bem.

    até o timothy mcveigh, se olharmos bem: Refiro-me sempre à ICAR na Europa e países latino-americanos. Os Estados Unidos são um caso de estudo de aberrações várias. Não vale a pena trazê-los à colação.

  29. «Ninguém defendeu aqui que as religiões têm, ou deviam ter, qualquer direito de impor os seus dogmas»

    Para que acha que serve uma mesquita, ou uma igreja, senão para conservar e – em particular no caso do Islão – propagar esses dogmas? Eu disse ao Mick que podemos manter as catedrais, talvez as mesquitas, sob a condição de banirmos a religião em público. Ficam só os edifícios, entende? São bonitos e tal. Mas não podem servir para continuar a criar carneiros e espalhar irracionalidade.

    Sem essa condição é insano e contraproducente construir uma mesquita, ou igreja, ou sinagoga ou outra porcaria qualquer: é perpetuar e agravar o problema em vez de resolvê-lo.

    Isto nada tem a ver com racismo, o absurdo dog whistle que v. e o que hoje passa por ‘esquerda’ costuma usar para inquinar a discussão. Um sueco branco como a neve ou um senegalês negro como o carvão são igualmente bem-vindos sem a religião e igualmente indesejados com ela.

    E a realidade que v. e a ‘esquerda’ como v. continuam a recusar é que o Islão é de longe a mais agressiva, mais nociva e mais primitiva das religiões, pelo menos das grandes. É um atraso de vida, uma fábrica de dementes, um cancro civilizacional. Sim, até o mais moderado. É trampa.

  30. Como é possivel seres tão caricatural e considerares que o racismo e a xenofobia não têm nada a ver contigo!

    Escreves “uma maioria das pessoas (frequentadoras de mesquitas) que saem à rua, na Europa (em França quase sempre partindo montras e incendiando carros), para manifestarem estridentemente o seu apoio aos muçulmanos do Médio Oriente que consideram injustiçados ou pelos judeus ou pelo Ocidente se sentem culturalmente ligadas a esses países”.

    Em que é que te baseias para escrever tantos disparates? Eu vivo em França. O que vejo é que a maioria das pessoas que se manifesta ruidosamente (e com razão) contra os abusos da guerra de Gaza são estudantes universitarios que, na sua esmagadora maioria, não são muçulmanos. Onde viste, ou leste que os disturbios, geralmente causados por organizações do tip blackblocks, foram causados por muçulmanos? De resto, estamos a falar de protestos que envolvem apenas umas dezenas de milhar de pessoas, digamos centenas de milhar se acreditarmos nas estimativas claramente sobrevalorizadas dos organizadores. O numero de muçulmanos em França é estimado entre 3,5 e 5 milhões! Do que é que estas a falar ao certo?!?

    Devias apagar a televisão e tratar de te informar sobre a realidade, e não sobre fantasias histéricas agitadas pela extrema-direita. Quanto aos governantes não-fascistas, has de reparar que nenhum tem no seu programa proibir a construção de mesquitas. Agora que muitos deles, sobretudo à direita, são permeaveis ao racismo e à xenofobia ambientes, quanto mais não seja por baixo calculo eleitoralista, isto é inegavel, so que é bastante pobre como argumento.

    Vejo que andas um pouco desnorteada. Queres que te envie as coordenadas do Chega (que também se diz não ser xenofobo nem racista)? Vais encontrar por la muitas pessoas que pensam como tu.

    Que tristeza, foda-se!

    Boas

  31. “Para que acha que serve uma mesquita, ou uma igreja, senão para conservar e – em particular no caso do Islão – propagar esses dogmas?”

    Existe uma diferença nitida entre “conservar e propagar” e “impor”.

    Como racionalista, v. pretende fechar todos os sitios em que se tentam propagar dogmas, ou crenças, ou valores? Isto inclui as universidades? Os comicios politicos? As assembleias ou as sociedades cientificas?

    Ja agora, explique-me em que conceito de razão se baseia o seu racionalismo, para ter assim tanto medo de edificios onde se cultivam ritos e propagam dogmas. Afinal, se a Razão é assim tão superior e avessa às crenças religiosas, porque não esperar que as pessoas la cheguem sozinhas? Sem necessidade de imposições ou de limitações e sem restringir a expressão de convicções religiosas ao espaço da casa de banho? Tem medo do quê? Acha que nas mesquitas, nas igrejas e nos templos se dispersam gases estupidificantes que retiram o discernimento a quem frequenta estes sitios?

    Com um “racionalismo” como o seu, sobejam razões para uma pessoa se converter ao obscurantismo!

    Boas

  32. «Existe uma diferença nitida entre “conservar e propagar” e “impor”.»

    Alminha, quando os muçulmanos se sentem em número suficiente depressa passam de propagar a impor: já visitou países muçulmanos? Até quando ainda estão em minoria, como em Inglaterra, já querem impor regras de conduta, tribunais e contaminar o Estado com a religião.

    E mesmo só propagar já é mau que chegue: é perpetuar a aberração. V. tenta confundir ciência e religião para obnubilar o óbvio – a ciência não é dogmática, não vive de lendas, fantasias ou livrecos escritos há 2000 anos para celebrar déspotas pedófilos ou deuses vingativos.

    As pessoas não chegam lá sozinhas porque são doutrinadas desde cedo, depois passam a vida rodeadas de templos, cânticos, missas e alucinados vários a repetir as mesmas tretas. Outras são mais ingénuas, ou atrasadas, ou receptivas às tretas; há de tudo. Devemos ajudá-las.

    A maioria não quer a ajuda, claro: estão doutrinadas e acarneiradas, já faz parte do que julgam a identidade delas. Mas muita gente já se libertou dessas crenças absurdas, e muita mais nem quer ouvir falar delas. O Ocidente vai à frente nessa evolução, o Islão continua na trampa.

  33. Filipe Bastos,

    Como eu calculava, v. não sabe fazer a distinção entre as duas coisas. O seu “racionalismo” não passa do disfarce de preconceitos racistas da pior espécie. Os seus pseudo-exemplos, tirados a 100 % da propaganda da extrema-direita (os muçulmanos tentam impor o quê no RU?!?) apenas confirmam isso mesmo. O seu “racionalismo” e a sua “tolerância” consistem em deixar respirar as pessoas que têm concepções diferentes da sua, desde que elas fiquem caladinhas e que façam continência quando v. passa.

    Não vale a pena perder mais tempo consigo. A Penélope devia constatar o tipo de apoios que o seu post suscita e interrogar-se. A menos que ela queira mesmo continuar a correr para os braços do Ventura, de que v. é claramente um adepto.

  34. João Viegas é um esquerdista catolicófobo islamófilo, a espécie que rebenta com a Europa.

  35. Galuxo,

    Estas a esquecer o principal: sou também um critico ferrenho do Putin e da invasão da Ucrânia, em nome do respeito do direito internacional. Logo, um cão raivoso a abater. Em nome da ciência, da tolerância e das liberdades protegidas pela civilização, claro.

    Obrigado por ajudares a demonstrar até que ponto o post da Penélope cheira mal…

    Boas

  36. «Como eu calculava, v. não sabe fazer a distinção entre as duas coisas.»

    Que coisas? V. é que mistura “dogmas, ou crenças, ou valores”, igrejas e mesquitas com universidades e sociedades científicas como se fosse tudo o mesmo. Que confusão aí vai.

    V. diz que vive em França. Não ouve aí falar da Irmandade Muçulmana, do financiamento dos mamões do Qatar, dos estimados 100.000 membros que já tem? Por enquanto são uma minoria, mas uma minoria que não quer integrar-se; quer dominar, conquistar, impor. E há mais como eles.

    Bataclan, Charlie Hebdo, Nice (2016 e 2020), ou a decapitação de Samuel Paty também não devem dizer-lhe nada; ou deve dizer que são actos isolados, e não o efeito da intolerância professada por todo o Islão. Ou conhece muitos muçulmanos que aceitem fazer humor sobre Maomé?

    Claramente não sabe patavina dos países muçulmanos; para não se enterrar evita o tema, menos mal. Mas também nada sabe da Inglaterra, logo aí ao lado. Não parece ter qualquer ideia dos grooming gangs, dos sharia courts, das zonas que são já enclaves muçulmanos, onde mulheres ‘imodestas’ já são perseguidas. Aqui tem na BBC, dificilmente de extrema-direita, como até v. deve saber:

    https://www.bbc.com/news/uk-16522447

    https://www.bbc.com/news/uk-england-leeds-68659435

  37. “Que coisas ?”

    “conservar e propagar” por um lado, “impor” por outro. Aprender a ler ajuda. A deixar de ser racista e não so…

  38. oh viegas,

    e também um critico ferrenho da intervenção de israel e dos usa no irão e na palestina, certo? em nome da lei internacional.
    é que se não, a tua conversa antiracista não passa disso mesmo, conversa. não há conceito racista mais subrepticio que o das barreiras geográficas de autoproteção, vê lá isso

  39. “e libia e siria, etc, etc”

    Claro que sim, e das intervenções ilegais no Iraque (exceptuando a que se seguiu à invasão do Koweit), etc. etc. O meu comentario estava dirigido ao putinista-trumpista ca do burgo, que acha que o desmoronamento da URSS e a soberania da Ucrânia são uma invenção da wikipédia para esconder uma tramoia da alta finança internacional, mas não faço distinções, uma violação do direito internacional é uma violação do direito internacional e o que se esta a passar em Gaza neste momento é simplesmente nojento. E o ataque do Irão também não tem a mais pequena justificação juridicamente admissivel. Não tenho duvidas acerca disso.

    Boas

  40. “Para que acha que serve uma mesquita, ou uma igreja, senão para conservar e – em particular no caso do Islão – propagar esses dogmas?”

    Mais um racionalista de trazer por casa. “Conservar e propagar” não é impor, que eu saiba, muito longe disso. E’ apenas cultivar e procurar convencer. Tem medo disso? Que raio de racionalista v. me saiu!

    Quanto ao resto, mais do mesmo. A religão devia ser privada, assunto para evacuar na casa de banho. Por que sera, então, que nenhum pais, e sobretudo nenhum pais democratico, se rege por esta bitola? Porque sera que todos consagram a liberdade de crença, que é também a liberdade de não crer e o respeito pelas convicções e pelos ritos religiosas? Porque são todos estupidos? Olhe que esses valores se transmitem hoje em dia em todas as universidades que se prezam, apesar de elas se reclamarem da ciência. Vai querer também fechar as universidades?

    Parvoice disfarçada de pseudo-racionalismo para tentar encobrir racismo e discriminação puros.

    Outra pergunta: se a Razão superior é assim tã claramente avessa às religiões (especialmente à dos pretos e dos arabes), como explica v. que as pessoas não cheguem la sozinhas, porque quer v. proibir, limitar ou restringir? Acha que nas mesquitas, nas igrejas e nos templos se usam gazes estupidificantes para envenenar as pessoas que la vão?

    Com racionalistas da sua laia, ha bastos argumentos para uma pessoa se converter ao obsurantismo!

    Boas

  41. A diagonalização (Quinn Slobodian, William Calllison)consiste numa mistura politica entre extrema esquerda, espiritualidade, conspiracionismo, pseudo ciência e extremo autoritarismo. A polaridade entre extrema esquerda e direita esbate-se com um viés pronunciado para a extrema direita e o discurso de ódio.
    https://geog.ubc.ca/news/doppelganger-a-conversation-with-naomi-klein/

    O Viegas demonstrou bem como o discurso destes diagonais não passam de uma terraplanagem grosseira dos princípios civilizacionais que reclamam, nomeadamente dos direitos e liberdades e garantias.

  42. O Viegas fez bem em fazer sobressair a verdadeira amálgama de conceitos que se pretendem legitimados por um suposto racionalismo das luzes mas que não passa de mais uma treta da extrema direita para espalhar o discurso de ódio. A moral e o direito ocidentais são de génese religiosa como não podia deixar de ser, a laicização da Justiça , por exemplo, deixou de fora a sua representação como um poder acima dos seus pares, herdado diretamente da representação deísta.
    A diagonalização ( William Callison e Quinn Slobodian,)é uma convergência de base conspirativa que junta e despolariza os extremos . Transhumanismo, espiritualidade holística , cripto warriors etc…tudo molho , tudo exponenciação e acelerado pela nova onda tecnológica e pela pandemia.

    Uma conversa esclarecedora :
    https://geog.ubc.ca/news/doppelganger-a-conversation-with-naomi-klein/

  43. ” Com racionalistas da sua laia, ha bastos argumentos para uma pessoa se converter ao obsurantismo! ”

    oh broas, ganda desculpa para alinhares pelo grunhismo. ao menos podias suavizar, convertias-te obscurantismo racionalista e passavas por moderado.

  44. Inacio,

    Exactamente: o racionalismo iluminado é um contrasenso, uma forma de pensamento “religioso” que so pode confortar as outras fés na certeza de que são elas que são detentoras da verdade absoluta. O unico racionalismo que se preze, o unico consequente, é aquele que vive do conhecimento dos seus limites, da duvida metodica que não ignora o carcacter precario e provisorio das suas certezas.

    Se tiveres mais duvidas acerca do que escrevi, não hesites.

    Um beijo.

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