Sete perspectivas de Mulher em Pintura
Cinco pintoras e dois pintores estão presentes com seus trabalhos na All Arts Gallery na Rua da Misericórdia 30 (ao Chiado) até 15-2-2011 de terça a sábado das 10 às 19 horas. Os seus nomes são: Ada Breedveld, Ana Cristina Dias, Françoise Collandre, Lluisa Jover, Teresa Viotti, Jorge Valdivia e López Herrera.
Sobre as mulheres Óscar Wilde escreveu uma frase que ainda hoje resiste ao tempo e à sua erosão: «As mulheres foram feitas para serem amadas; não para serem compreendidas».
O quadro da esquerda assinado por Françoise Collandre mostra essa mulher misteriosa, nos limites da casa e sempre à espera de ser amada – não de ser compreendida.
Mas, por sua vez, a mulher-gata de Ana Cristina Dias lembra as palavras de Heywood: «A mulher tem nove vidas como o gato».
Seja no espaço fechado do lar, seja no espaço aberto da Natureza, as mulheres destes quadros lembram a ideia de A. Houssaye – «As mulheres nada sabem; adivinham tudo».
Ou, por outras palavras, o que um dia Alexandre Dumas (filho) escreveu: «As mulheres não pensam em nada ou pensam em outra coisa».
Quando pode parecer exagerada uma aproximação entre a mulher e o gato como nos quadros de Ana Cristina Dias, basta lembrar que ambos (gato e mulher) caem de pé e que, como um dia afirmou G. Vapereau, «Só aos gatos é dado combinar os prazeres da sociedade com o encanto da independência». Mas Houssaye tinha avisado «Só os que não conhecem as mulheres é que dizem mal delas». Já agora: não percam a exposição…
Que forma tão interessante de vir despejar a “sabedoria” contida num qualquer dicionário de citações. Ainda para mais quando se percebe um objetivo nítido de exercer um machismo serôdio e descabelado com a capa cobarde das aspas e respetiva referência autoral.
Grande mariola me saíste.
PS: aos insultos que antevejo na tua eventual resposta envio por antecipação a frase que se usava muito quando eu andava na Primária: “quem o diz é quem o é”.
Querias, querias mas não vais ter.
Cala a boca jacaré
Que o teu pai é da Guiné
E tu cheiras a chulé
Querias querias mas não vai ter. Era descer muito.
Descer, desceu você, e bem baixo, neste emaranhado de citações sobre a MULHER. Acabei de deixar um comentário num outro post seu e dou com esta descarada forma de agressão, de um macho latino fora de prazo, dirigida às mulheres. Presumo que seja casado. Faço a pergunta: a sua mulher enquadra-se nas frases que retirou do seu livrinho de citações (provavelmente, o seu livro de cabeceira…)?
Além de parva não tem o mínimo sentido de humor e não percebe sequer que esta é uma abordagem «diferente». Não leu os outros «posts» anteriores sobre outras obras em exposição.
Ó escriba Carmo Francisco, se bem percebo faz posts de deleite, e cá para mim “pode” (ora se não pudesse caramba) fazê-los.
Mas ó escriba, este post tresanda a essencialismo. Irrita qualquer mulher que se invente APESAR da história.
Ia escrever mulher de porte difícil, a que tem que vasculhar uma enorme lixeira cultural (de um sexo acerca do outro, sem retorno em página impressa ou obra) para se encontrar como semelhante_”o meu semelhante”, como é costume dizê-lo. Esta costelação que aqui deixa é a própria constelação do mau presságio para semelhante viagem até à morte.
Vou hesitar por saber a exposição categorizada como naif/figurativa. Pode ser uma grande ironia kaufmiana ver este texto assim. Tenho senso de humor, não tenho? Eu é que não sou parva! Mas é projecção, do meu humor sobre o seu texto_não foi escrito com essa intenção, pois não? Estou a ver ironias Kaufmianas onde não existem, para bem do meu bom espírito durante este dia.
Podia bem o escriba remediar o desarranjo, e entender bem o meu ponto, contrapondo as obras dos dois pintores varões a citações feminis, as ultimas existidas na sociedade de tod@s que viveu entre o tempo do shakespeare e os ultimos segundos antes da revolução russa. E saía de mansinho, na boa. Sem sexismo aparente (e boa sorte com o trabalho interior).
“an artist binded to (one) gender only is bound to be unhappy”
No meu ‘tempo de Coimbra’ (por onde nunca por lá andei andei) cantava-se:
A mulher é um barquinho
Para o homem navegar
Quer de costas quer de lado
Quer de barriga p’ró ar.
E eu pergunto: haverá ‘machismo’ onde há ‘carinho'[vidé ‘barquinho’?]