«Onde há crise, há esperança» de Vasco Pinto de Magalhães
Vasco Pinto de Magalhães (n. 1941) foi um conhecido jogador de rugby, tornou-se sacerdote em 1974 e é hoje especialista em Bioética. Através de 366 entradas, o autor (licenciado em Filosofia e em Teologia) organiza uma leitura do nosso tempo.
De um lado a dor («Uma das grande fontes de sofrimento é a nossa falta de solidariedade, num mundo em que não recolhemos o homem caído à beira da estrada») do outro lado a alegria: «Às vezes até arrepia estar a falar de alegria a uma pessoa que está a sofrer e que nessa altura não vê nada, sente tudo escuro e negro à sua roda». Como única resposta e caminho surge a esperança («O maior roubo que se pode fazer a alguém é tirar-lhe a esperança») e a paz: «Para caminhar para paz há três meios fundamentais: ouvir as dores do mundo, tornarmo-nos sensíveis a esses gritos dos marginalizados e dos excluídos e ouvi-los mais do que os outros gritos que temos dentro de nós, de desejo, de prestígio e de honra, sem dúvida mais sedutores». Para o autor a felicidade («Feliz vem de felix que quer dizer fecundo, produtivo.») passa pelo perdão («Perdão não é desculpa nem esquecimento») ou pela misericórdia: «Misericórdia significa um coração sensível, um coração atento à miséria, à necessidade, ao pobre».
No fim (e lembrando o rugby) o autor fala em poder de encaixe: «Nas famílias e nas escolas devia haver ensino prático de poder de encaixe, isto é, de se tornar capaz de, no insulto como na bolada no estômago, a seu tempo e a seu modo, voltar ao ponto de partida, mais sábio e consciente.»
(Editora: Tenacitas, Prefácio e contracapa: Nuno Tovar de Lemos, Capa: do autor)
boa malha, Jcf, não sabia que felix era ‘produtivo’, o máximo que conseguia imaginar era que era gato. Feliz então é produtivo, hum.
Já eu por exemplo que andei na Escola Comercial e não no LIceu fiquei encantado com o significado de «fecundo». No meu tempo de criança dizia-se «Os filhos dos motoristas não vão para o Liceu»…
pois olha e eu que queria ir para a escola industrial para aprender electricista, para fazer birra porque o que eu queria era ser artista, tive de ir para o Liceu e pronto,
mas quanto àquilo do feliz ia mais pelo beato, deve dar mais sossego, mas fecundo também tem piada, que remédio,
Ramana,
Só outra coisa – a frase era dita com uma acentuada pose agressiva…
oh barbudo, mas eu não posso acreditar que essas coisas te atormentem ainda hoje em dia, afinal superaste isso tudo, até se calhar fizeste tanta obra como revolta em relação a esses traumas de discriminação original. Ou seja: converteste positivamente.
Mas isso só acaba bem se te rires disso tudo hoje, em vez de andares a dar uma rosnadela lateral, é o que está escrito ali em cima afinal – é o recado que te deixam, e que por interposta pessoa nos deixas.
bem, eu vou xonar, dorme tu bem também.
Porreiro, pá. Hoje não há essas dicotomias…
(portanto: a seguir ao feliz-fecundo fica-se feliz-beato, se calhar é boa idéia, tirando ali do Ramana Maharshi esperto que se livrou da primeira)
vá lá, Portugal
(tenho que deixar aqui uma desarrumaçãozita :)
‘té logo
z, pelas notícias que vão surgindo, esta crise ainda deve ser prima do vírus da gripe A, por parte de alguém. :)