Luciana quase menina
Tem o jeito de mulher
Lavando na sua rotina
Chávena, pires, colher
Envolvida numa espuma
As mãos na água quente
Não pensa coisa nenhuma
É trabalho transparente
Fica um balcão brilhante
Com brilho do seu asseio
O seu olhar tão distante
Lembra lugar donde veio
Nem repara que na mesa
Se veio sentar Cesário
Chegou aqui de surpresa
Ficou sentado ao contrário
Para a Rua dos Fanqueiros
Fica a loja de ferragens
Os poemas tão pioneiros
São a força das imagens
O Conde de Monsaraz
Vem a chegar em atraso
O café dá-lhe outra paz
Quando ele sai ao acaso
Pelas ruas desta Baixa
Melancolia não tem fim
E o pobre com a caixa
É um professor de Latim
Luciana sorri, continua
Põe ordem no seu balcão
O poema vem para a rua
Transforma-se em canção
bora lá mudar para lucilada – bela?. :-)
Fica descansada que esta é a terceira e última balada.
esta eu lembro, é um remake, mas é gira na mesma.
Olha que remake é no cinema e nós não estamos no cinema, pá. POrreiro, pá.
Ela também canta???
Bom poema.
Ainda bem que concordas Claudia porque há nele uma implícita homenagem a Cesário Verde. Porreiro.
Em Cesário Verde, o poema chegou à rua tarde de mais, pois quando chegou ele já cá não estava. Para a Luciana ela talvez nunca venha a saber que ele alguma vez existiu
É pá «jv» ainda bem significa que o poema existe mesmo sem a presença física da Luciana, ainda bem.