Caiu o telhado. Não sei se imaginas
Como tudo agora é sombrio e triste
A casa onde vivemos está em ruínas
O quarto onde se nascia já não existe
As pedras e os barrotes são só entulho
Ficou tudo acumulado no rés-do-chão
Há um silêncio onde antes era barulho
Que era um sinal de vida em profusão
Fosse na casa, no quintal, no palheiro
Onde também se fazia o nosso lagar
As tuas mãos à luz do velho candeeiro
Trabalhavam na noite fora sem parar
E aos domingos a trompete tão diferente
Faiscava entre a luz do sol na procissão
As tuas mãos, o chumbo e a água quente
Faziam na trompete um som de perfeição
O texto também faz um «um som de perfeição».
Pode ser cera nos ouvidos…
emprestas-me o teu avô tão cantigas? :-) (muito giro o texto).:-)
Acabaram as minhas férias
Desde ontem que voltaram os meus afazeres diários como avô. Depois de umas férias bem merecidas -para mim – além de estar aposentado, acho que também merecíamos um mês de férias, uma vez que recebemos o subsídio de férias, era a máxima, a lembrar o outro, que quando estava a ser discutido trabalhar-se só um mês no ano, o trabalhador anarquista, lembrou logo! E o mês de férias?
Este ano os meus afazeres aumentaram cem por cento, o ano transacto levava um neto Duarte, (materno) segundo ano escolar, este ano acompanha-o Diogo (paterno) pré – primário. Sinto prazer além do compromisso diário, tenho de rever certos hábitos, como o atravessar nas passadeiras para peões, – neste período abandalhei um pouco – passava fora delas. Fazer-lhes ver as regras do civismo, assim como não deitar lixo para o chão, não andar aos pontapés aos caixotes do lixo, respeitar o bem público, fazer-lhes ver que estes valores são essenciais para o bem-estar de todos, que tão difícil é hoje neste Portugal, pôr em prática. Por vezes eles dizem-me que sou bastante exigente mas de pequenino se torce o pepino. Também me vou encontrar com outros avós, falar da vida, do futebol, da política e do novo Centro Escolar em fase de arranque.
Vão acabar as velhinhas escolas. Para o ano o itinerário será diferente, mais distante, mas julgo que vai valer o esforço. O novo Centro Escolar vai congregar 20 salas do 1º. Ciclo do Ensino Básico – 500 alunos, 8 salas de Jardim de Infância – 200 alunos. Dá gosto ser aluno hoje em dia, que diferença das salas de aulas do meu tempo, nem sitio para arrecadar alguns haveres. Depois os professores dizem que o governo de José Sócrates, não fez nada por eles e pelas nossas crianças. É ver:
– Salas de Serviço de Apoio à família, pré-escolar.
– Salas de Enriquecimento Curricular.
– Sala de TIC. Sala de Formação de Professores/Educadores.
– Centro de recursos. Sala de ciências experimentais.
– Gabinete Médico.
– Sala Associação de Pais.
– Gabinete Municipal.
– Gabinete de atendimento.
– Sala de professores educadores.
– Arrumos/limpeza.
– Zona apoio AAE.
– WC/Vestiário – AAE.
– Economato.
– Cozinha.
– Armazém de frio.
– Despensa do dia.
– Arrecadações.
– Zona técnica.
– Polivalente.
– Zona técnica de apoio ao polivalente.
– Arrumos de material desportivo.
– Balneários.
– WC – JI.
– 4 WC – 1º. CEB.
– WC – deficientes.
– WC de professores.
Isto no primeiro ciclo. Vai nascer a tão desejada Escola Secundária. Sou de um concelho de maioria absoluta PSD, mas nunca nenhum governo fez tanto pelo concelho como o governo de José Sócrates. Até atribuíram o nome de Manuel Pinho a uma avenida.
Por tudo isto espero esta minha missão durante uns anos, é bom para eles e para mim, é sinal da minha existência.
Isto não é um mercado, ó pá! Junta-te à comitiva PS e vai fazer campanha! Olha-me este, a servir-se de um blog para angariar votos. Pagaram-te quanto? Há cada um…Coitados dos netos…Já estão filiados? E em que terra moras, onde não há contentores? Se ensinas os teus netos a «não dar pontapés nos caixotes do lixo», só podes ter feito uma viagem ao passado.
Pobre Portugal que tais filhos dás. Não o conheço e nunca o tratei mal. A agressividade verbal é o único recurso dos imbecis. De mim não leva mais troco.
Que pena, José do Carmo.
Eu também vejo, na minha aldeia, tantas casas em ruinas !
E tantas mãos que partiram para sempre. Mãos de tocar trompete, mãos de levantar casas, mãos de granjear pão, mãos de abençoar !
A sua benção, meu avô !
Jnascimento
É verdade, foi um golpe profundo porqeu inesperado. Ninguém me preparou. Nem eu estava preparado. Ver um monte de entulho no quarto onde se nasceu é um choque brutal. A sua benção avô, Joaquim! (Tive um avô emprestado Joaquim marido da irmã da minha avó…)