Evolução da economia portuguesa: temos de parar de viver “acima das nossas possibilidades”

Os dados divulgados hoje pelo INE, revêm em baixa o valor do PIB avançados no mês passado na estimativa rápida. Assim, no 1º trimestre de 2013, a economia portuguesa caiu 4,0% em termos homólogos e 0,4% em termos trimestrais (-3,9% e -0,3% na estimativa rápida).

A economia portuguesa apresenta a recessão mais prolongada de sempre: dez trimestres consecutivos de quebra no PIB (em cadeia e/ou nove em termos homólogos). É o valor mais baixo do PIB, em termos reais, desde 2000. Em dois anos, esta recessão já retirou da economia 9,3 mil milhões de euros.

Segundo o INE, A redução mais acentuada do PIB em termos homólogos foi determinada pelo comportamento da procura interna, que passou de um contributo de -4,6 p.p. no 4º trimestre de 2012 para -6,4 p.p.. O contributo positivo da procura externa líquida aumentou, situando-se em 2,3 p.p. (0,8 p.p. no 4º trimestre de 2012), em resultado da diminuição mais intensa das Importações de Bens e Serviços.”

 

A procura interna caiu 6,3%, em termos homólogos, traduzindo-se numa redução mais acentuada que a verificada no trimestre anterior (-4,5%). Esta evolução deveu-se ao contributo mais negativo do Investimento, com uma variação homóloga de -16,8% (-2,1% no 4º trimestre de 2012).

O consumo diminuiu 4,2% face ao mesmo período de 2012, com o consumo privado a baixar 4,3% e o público 4,0%.

As Exportações cresceram de 0,1%, em termos homólogos. Este resultado foi determinado pelas exportações de serviços que aumentaram 1,2%. Em sentido oposto, as exportações de bens diminuíram 0,3%.

As importações cairam 6,0%, em termos homólogos, o que compara com a variação de -2,3% no trimestre anterior. Esta evolução refletiu, em larga medida, o comportamento das importações de bens, que apresentaram uma taxa de variação homóloga mais negativa (-6,0% e -2,0%, respetivamente no 1º trimestre de 2013 e no 4º trimestre de 2012), bem como o comportamento das importações de serviços (variações de -5,8% e -4,2%, pela mesma ordem).

dados do INE (5 de Junho de 2013)

2 thoughts on “Evolução da economia portuguesa: temos de parar de viver “acima das nossas possibilidades””

  1. a ver se pelo menos esta boleia querem aproveitar…
    http://www.publico.pt/economia/noticia/fmi-preparase-para-reconhecer-que-cometeu-erros-grosseiros-na-ajuda-a-grecia-1596548
    Mas duvido: parece-me mais que o governo está danado com o fmi por causa destas (pseudo)tomadas de posição que ficam aquém do aquém da troika. Claro que isto é um teatrinho do fmi, mas prejudica o afanado trabalho do gaspar e cª e os discursos ficam desalinhados. Não que a população se tenha dado conta, mas sempre faz comichão a uns poucochinhos.

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