Não me é possível acompanhar o caudal da matéria publicada, por escrito e oralmente, acerca do arranque e sucessivos desenvolvimentos do julgamento de Sócrates. Mesmo que me pagassem, e nada mais tivesse para fazer, não haveria tempo para essa cobertura. Pelo que me resigno a tratar dos favoritos.
Devo ser o único bípede implume neste planeta a considerar Pacheco Pereira como o maior dos caluniadores profissionais no activo em Portugal. Para quem tenha interesse em acompanhar este tipo de carreira, João Miguel Tavares aparecerá como um muito mais provável candidato ao título. Não só por os seus produtos serem obscena e fetidamente sórdidos, não só por exibir obsessão na perseguição a Sócrates e ao PS, mas também por ter sido consagrado como o caluniador do regime por um primeiro-ministro e por um Presidente da República. Costa envolveu os filhos menores do caluniador numa acção de marketing político ocorrida nas instalações do Governo e em horário de expediente, Marcelo juntou o nome do caluniador a uma lista de portugueses ilustres que só lá entraram depois de terem deixado obra memorável para usufruto da comunidade. Ambos esfregaram na cara do País que se estavam a cagar para as instituições, para a decência republicana, para a mera racionalidade dos poderes que lhes foram confiados em nome do Soberano.
Atribuo o título ao Pacheco porque ele é capaz de assumir valores fundamentais do Estado de direito, como neste exemplo: “Tudo aquilo que são direitos da defesa, são relevantes. Não é para o Sócrates, é para nós!” Esta exclamação saiu-lhe de improviso no “Princípio da Incerteza” a 7 de Julho. Condensa o que há de mais valioso no Estado de direito, essa noção divinal (porque inconcebível para o animal em nós) de que o direito do outro é tão crucialmente importante como o meu — porque são o mesmo: o dele é o meu, o meu é o dele. Seja quem for o outro. Pode ser o mais miserável, pode ser o imigrante, pode ser aquele que é suspeito, ou acusado, ou condenado, no crime mais hediondo. Defender os seus direitos, mesmo que as pessoas nos causem repulsa ou tão-só absoluta indiferença, é sempre um acto de defesa dos meus direitos e dos direitos daqueles que amo, daqueles a quem quero bem. Toda a escolaridade obrigatória poderia ter este ensinamento como prova final; o qual exige um intelecto robusto, versátil e maturo para ser apreendido visceralmente.
O caluniador pago pelo Público, pela SIC e pelo Observador (pelo menos), não perde tempo com o Estado de direito. Descobriu o ouro da pulhice em 2009, vive a partir daí com muita segurança financeira, muito conforto para si e família, a despachar difamações e calúnias enquanto se vende como moralizador da Grei. O seu maior entusiasmo na vida divide-se, em partes iguais, no exercício de ajudar procuradores e juízes a conseguirem voltar a meter Sócrates numa prisão e na ânsia de levar o Ricardo Araújo Pereira a jantar em sua casa. Ora, perante esta indigência deontológica e arrivismo sôfrego, acaba por ter mais desculpa do que o Pacheco. Porque este até consegue ser decente, e defender a decência, e, mesmo assim, não consegue deixar de ser indecente. Fica, portanto, com a taça.
Voltarei ao Pacheco.
O título está bem entregue. Por tudo e mais alguma coisa.
Ele é o exemplo da pessoa culta, quiçá muito inteligente, experiente, capaz de se alinhavar com a pior bestunta de uma sociedade. O porquê não vem agora ao caso.
Na sua última crónica no Público (“A Cloaca”), escreve isto:
“Sempre tive relações cordiais com André Ventura, porque sempre distingui as ideias políticas, com que não concordo, das relações pessoais”
(Tenho a certeza que era capaz de se relacionar bem com Hitler, se o nomeasse para um cargo jeitoso)
Ou seja: vou fazer umas criticazinhas ao gajo, mas alto lá!, sempre me dei bem com o rapaz, o moderno nazi português. Afinal somos todos camaradas…
(Isto de divergências políticas até é uma coisa porreira…)
Mas esse Sócrates…, esse Sócrates desfez a minha carreira política. Não passo dum fala-barato e ajuntador de papéis bolorentos.
Um procurador (Rómulo Mateus) perguntou a um réu (Sócrates), qual era o seu grau de amizade com determinada pessoa, revela o nível do perguntador e a farsa que é este julgamento. Podia perguntar, para que toda a gente perceba…, assim: de 1 a 10, classifique o nível dessa amizade.
Tanto barulho por um crime prescrito: fraude fiscal qualificada.
O resto são inexistências na cabeça de procuradores megalomaníacos.
Voila!
toma lá, penélope
https://www.nytimes.com/2025/07/15/opinion/israel-gaza-holocaust-genocide-palestinians.html?smid=url-share
Sem dúvida, este Pacheco oriundo da nobreza medieval ainda mantém vincados tiques vindos do tempo desses julgamentos divinos que só podiam ser redimidos pelo fogo e rezas.
Ele, que bajulou todo o mundo corrupto do cavaquismo criador dum banco especial para efeitos de atos de corrupção, o BPN, e, sem parar, na sua ânsia de obter um cadeirão dourado e notoriedade continuou sua bajulação junto dos discípulos cavaquistas como a Manuela e até o altamente corrupto Durão Barroso.
Acerca do mundo de ministros e subsecretários de Estado do cavaquistão que se tornaram milionários e até banqueiros subitamente, ele, o PP, o intelectual, o historiador, o colunista, o cronista e comentador assíduo das TVs, digo, ele o PP nunca viu nada nunca deu por nada. Contudo, ele viu a milhares de Kms as armas de destruição maciça no Iraque tendo em vista o cadeirão prometido da Unesco em Paris.
Acerca desta visão apocaliptica no Iraque até se imcompatibilizou com Mário Soares quando este se manifestou na Av. Da liberdade contra guerra. O mesmo se deu acerca de Sócrates, pois, enquanto Soares falava de ‘infâmia’ acerca da acusação do MP a Sócrates, PP, falava da ‘mancha’ que traziam consigo todos aqueles que de perto ou de longe tinham apoiado ou apoiavam Sócrates. Era tal o seu acinte acerca da ‘mancha’ que os socratistas traziam gravadas em si para toda a vida que pretendia denotar a ideia nazi de marcar os judeus com a estrela de David.
Embora feito um bajulador do cavaquismo e sua escola de corruptos derivados nunca foi bem-viso nem bem-querido no interior do cavaquistão. Era presidente da distrital do PSD de Lisboa e foi corrido em eleições pelo Carreiras quando este fora, recentemente, apanhado com uma mala cheia de notas de banco de ‘apoios’ ao partido.
É, como tenho dito, o maior falhado político do Portugal democrático. E, como embora tenha desistido de sua ambição política, nunca deixou nem deixará de ser caluniador dos políticos de quem não gosta, fica-lhe a matar a taça do Valupi.
E cá temos a habitual acuidade visual para os chulos, pulhas e trafulhas do clube adversário, neste caso o chuleco Pacheco, e a total cegueira para os chulos, pulhas e trafulhas do nosso clube.
O volupi chama “caluniadores” a todos os que dizem alto algumas leves verdades sobre os corruptos do PS; mas claro que quando os xuxas acusam os corruptos do PSD já não são calúnias. Como na carneirada da bola, na área do adversário é sempre penálti; na do clube / gangue deles nunca o é.
O jose neves, possivelmente a mais desvairada viúva do 44, consegue até dizer isto:
“Acerca do mundo de ministros e subsecretários de Estado do cavaquistão que se tornaram milionários e até banqueiros subitamente, ele, [o chuleco Pacheco], o intelectual, o historiador, o colunista, o cronista e comentador assíduo das TVs, ele nunca viu nada nunca deu por nada.” – pois é, josé!
Mas já quanto ao 44, o mais evidente e mais ruinoso corrupto do país, e toda a máfia xuxa da sucata e das PPP que também enriqueceu súbita e inexplicavelmente, aí o bom do josé nada estranha; aí tudo normal; aí tudo porreiro pá. O mesmo para todos que ignoraram ou pactuaram com esta máfia.
Esta parcialidade, esta partidarite, este facciosismo cheira tão mal como as desculpas esfarrapadas do 44. Raio de carneiros, otários e piaçabas. É esfregar-lhes o focinho na trampa até ganirem.