Coisas do Carvalho

«As carpideiras do regime hão-de continuar por aí chorosas a recordar a beleza das suspeitas passadas para torpedear o despacho de arquivamento da averiguação preventiva do caso Spinumviva. Por isso, é bom que se insista no essencial: num Estado de direito, o que determina o que é ou não é crime, o que viola ou não viola a lei são as instâncias da justiça. A menos que apareçam novos indícios ou factos comprovados do envolvimento do primeiro-ministro num negócio suspeito da prática de crime de recebimento ou oferta indevidos de vantagem, o caso Spinumviva está morto e enterrado naquilo que importa: a sua dimensão judicial.»

Dezembro de 2025

«A omissão negligente do Banco de Portugal presidido por Constâncio pode não ser um crime; mas, numa altura em que o país tenta a todo o custo afastar os fantasmas desse passado venal que ainda hoje pagamos, Vítor Constâncio não se pode eximir das suas responsabilidades. Ele não fez o que deveria ter feito e não pode dizer que não podia fazer nada. Podia, e devia, ter feito mais. Se nada fez por incompetência, negligência ou dolo, não sabemos. Só não podemos aceitar que, depois da investigação do PÚBLICO, ele possa continuar a dizer que não teve nada a ver com esses dias de vergonha, em que uma elite espúria tentou tomar de assalto o sistema financeiro.»

Junho de 2019

Manuel Carvalho manda dispersar à volta do Montenegro. Acabou, está arrumado, ide à vossa vida. Ele sabe o que é o essencial: o Estado de direito. Num Estado de direito só as “carpideiras do regime” (what?) é que insistem nas suspeitas por manifesta falha de carácter. O Carvalho não lhes perdoa, porque o Carvalho, em Dezembro de 2025, com temperaturas que pedem lareira acesa, é um paladino do Estado de direito e dos factos comprovados.

Nem sempre este senhor foi assim. Há seis anos, talvez por ser Junho e o sangue estar mais fervente, o que lhe importava era outra coisa: a beleza das suspeitas para torpedear a honra, o bom nome e os direitos de personalidade de um magote de gente com uma cena em comum: serem todos corruptos via Sócrates. As palavras citadas não deixam a menor dúvida, o homem tem factos quase comprovados para dar e vender: “passado venal que ainda hoje pagamos”, “ou dolo, não sabemos”, “elite espúria tentou tomar de assalto o sistema financeiro”. Tanto e tão bem que comprometeu o nome do jornal ao fazer a acusação num editorial, sendo ele ao tempo o director do pasquim. Tenho a certeza de que o accionista adorou o completo apagamento dos princípios e deveres do Estado de direito nesse lençol de calúnias — que termina a tratar Vítor Constâncio como cobarde.

Não há surpresas com os pulhas. A única surpresa seria deixarem de o ser.

9 thoughts on “Coisas do Carvalho”

  1. “Houve uma tentativa de defenestrar o carácter do primeiro-ministro de Portugal”
    Alexandre Poço – sem fundo e lata infinita- na cenene.

    Já a golpada ao toni da ue foi outra coisa.

    A corja nossa no seu melhor, e o zé a idolatrar e a dar de mamar a quem o come á canzana e lhe chama otário.
    A proposito do pacote laboral sem gel que querem meter, ouvi dizer— votaram neles, temos pena —
    Eu não tenho, se são palermas, só levam o que merecem.

  2. O que está a dar é o exílio dourado em Abu Dhabi, aquilo do Lula da Silva e dos chopinhos e churrasquinhos é para a plebe brasileira… logo eu, José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa do ramo dos Linhaças licenciado e tudo! Se Manuel Ferreira Gomes morreu exilado em Bougie, na então Argélia francesa, eu viverei eternamente na vossa memória de portugueses do futuro… Viva o futuro!

  3. Os Portugueses tiveram a prova que a Comissão Parlamentar de Inquérito foi lançada pelo Partido Socialista porque o governo e os partidos não esperavam que os crimes, irregularidades, e incompatibilidades, do Sr.º Primeiro-Ministro, Luís Esteves, viessem a público, com isso criou-se um pretexto na altura para permitir-lhe demitir-se do cargo.

    Posteriormente o Partido Socialista e o Partido Chega chumbaram a moção de confiança para ir em socorro do Sr.º Primeiro-Ministro, Luís Esteves, caso houvesse uma CPI isso ia colocar em causa o regime e os restantes partidos na Assembleia da República pois os mesmos também estão envolvidos em situações iguais ou semelhantes.

    É claro o envolvimento na prática de crimes, irregularidades, e demais incompatibilidades por parte do Sr.º Primeiro-Ministro, Luís Esteves, e esta impunidade e padrão duplo promovidos pelo ministério público e a justiça mostram a instrumentalização política de ambos e a mediocridade e degradação dos mesmos.

    O ministério público está feito com o Sr.º Presidente da República, Marcelo Sousa, e o Sr.º Primeiro-Ministro, Luís Esteves, e não é possível aceder ao processoe aqui está a prova:

    – Despacho sobre averiguação preventiva a Montenegro pode ser “bom presente de Natal”, diz PGR
    https://expresso.pt/politica/spinumviva/2025-11-07-despacho-sobre-averiguacao-preventiva-a-montenegro-pode-ser-bom-presente-de-natal-diz-pgr-31b69c56

    – PGR quer criar nova regra para proibir acesso a averiguações preventivas
    https://sicnoticias.pt/pais/2025-11-28-video-pgr-quer-criar-nova-regra-para-proibir-acesso-a-averiguacoes-preventivas-4cd61579#:~:text=Atualmente%2C%20de%20acordo%20com%20as%20regras%20do,revelar%20interesse%20leg%C3%ADtimo%E2%80%9D%20poder%C3%A3o%20consultar%20o%20processo.

    Convém também não esquecer que o Sr.º Presidente da República, Marcelo Sousa, em conjunto com a dr.ª Lucília Gago, provocou uma crise política que está a trazer graves consequências para Portugal e os Portugueses, fez isso para colocar no governo a facção que ele representa, o Sr.º Primeiro-Ministro, Luís Esteves, só governa graças ao Sr.º Presidente da República Marcelo Sousa.

    Se a justiça, o ministério público, e as polícias continuarem a ser instrumentalizados pelo poder político a democracia terá o seu fim.

    «…Se é certo que o Regime está doente – muito doente – a Justiça é, dentro dele, o seu pior exemplo (…) impunidade, pelo menos no que aos mais poderosos concerne…» – Rui Rio, mandatário nacional da candidatura «Gouveia e Melo – Presidente»

  4. E Rui Rio já deve estar arrependido de sr mandatário, depois de se ver a figura triste que Melo fez no torneio de bisca lambida com o ventrulhas, aflito a sacudir o capote – não me comprometa- .

    Deve ser daqueles comandantes para as paradas, na frente é talvez — salve-se quem puder, mulheres e comandantes primeiro.—

    Se ele chegar ao poleiro, iremos ve-lo a cantar de galo.
    SÓ.

  5. Só é suspeito de tráfico de influências a quem oferecem peixe fresco para o jantar. Sim, pode dar prisão por tempo indefinido. Isso de receber continuamente avenças através da família enquanto se é Primeiro-Ministro é perfeitamente banal.

  6. Tamém estou de acordo. Rui Rio deve andar à cata de si mesmo.
    Fui tropa três anos e trinta e cinco dias, cá e lá fora, e não conheci nenhum oficial desta laia. À medida que se vai desenrolando…. a si mesmo… Cuidado com ele! Não votem neste gajo.
    —–
    ANÚNCIO IMPORTANTE!
    Nos próximos três dias irei publicar aqui um
    ————————-
    -Comentário aberto (nas redes sociais) a todos os democratas e patriotas portugueses sobre as próximas presidenciais –
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    (É uma honra que quero conceder ao Aspirina B)

  7. coisas do c são estas :

    “Incumprimentos em pagamentos duplicam por salários em atraso”
    2008 está de volta não tarda. em vez para a frente , com divida , andamos para trás…

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