O inexistente

O que o governo se prepara para fazer com a TSU, mais do que tudo o que já tem feito até agora, do “ir além da Troika” que nos conduziu aos resultados desastrosos que estão à vista, entra já no domínio da engenharia social pura, do experimentalismo sobre uma população vulnerável, do testar de teorias académicas em ratinhos de laboratório, na certeira expressão do João Pinto e Castro. É talvez a medida mais grave que foi tomada até agora, já que propõe uma hipótese teórica e fantasiosa, incompleta, mal pensada, mal preparada e que vai afectar o equilíbrio do país nas próximas décadas como um facto consumado, algo que se apresenta de surpresa numa breve e atabalhoada comunicação. Confrontado com o falhanço da sua governação, governo e troika resolveram fazer um double-down da aposta para ver se desta vez é que é. Os americanos chamam a isto um “Hail-Mary pass”, uma jogada improvável nascida do desespero. Acontece que nesta jogada, nesta aposta muito, muito arriscada, as fichas de casino somos nós.

Desde a comunicação na última sexta-feira que um país completamente apanhado de surpresa entrou num debate (por assim dizer) como já não via há muito tempo, parecendo despertar do torpor do último ano. É uma questão que, por uma vez, uniu todos os sectores da sociedade na discussão furiosa e na rejeição quase unânime. Todas as forças vivas da sociedade, de constitucionalistas a sindicatos, de associações empresariais às pessoas na rua, todos têm alguma coisa a dizer, a criticar, a perguntar, a contribuir, numa dinâmica que tão depressa não se deverá esgotar.

E perante uma situação desta dimensão e gravidade, que faz António José Seguro, líder do principal partido da oposição? Aquilo que faz melhor: desaparece num passe mágico de irrelevância.

Agora, para ser justo, o homem não esteve propriamente calado desde aí. No Sábado, apareceu satisfeito no programa do Herman José a afirmar que “na política as palavras estão completamente gastas”, e no Domingo abordou o assunto num discurso de encerramento da Universidade de verão, proferido a meio da tarde. Repito, a meio da tarde (estava marcada a hora, não era? e alterar seria uma desconsideração). E já na Sexta, um Zorrinho a esforçar-se ao máximo para parecer zangado afirmou que as medidas “ultrapassam todos o limites”. Descontando obviamente o Herman, temos portanto duas intervenções preparadas. Duas. Onde a única coisa que se tira como conclusão certa é que o PS está muito, muito zangado e desapontado, provavelmente o suficiente para votar contra o próximo OE. Lamento, mas não chega. Nem sequer está perto de não chegar. Vamos lá ver: o líder que por ocasião de umas bocas do Marcelo Rebelo de Sousa marcou imediatamente uma entrevista televisiva para rebater tão vis “atentados à honra” não acha que um tema tão grave merece, no mínimo, o mesmo tratamento? Uma (ou duas, ou três) entrevista num telejornal em directo em prime-time? Uma palavra às “pessoas” que “estão primeiro”?
Temos pois a insólita situação do principal partido da oposição em que o líder não aproveita a visibilidade natural da posição para pelo menos tentar liderar o debate numa questão desta gravidade. Um líder que não lidera, apenas aparece como os restantes. E como a natureza abomina o vácuo, a oposição e discussões públicas têm sido feitas pelas forças vivas do PS, desde deputados a antigos líderes a pressupostos futuros candidatos a líder. Figuras que, com todo o respeito que me merecem, deveriam estar a secundar e a complementar as palavras do líder, não a fazer o debate por ele.
Como se isto não fosse por si suficiente, há também a questão de como tentar impedir esta experiência irresponsável, ou pelo menos tentar minorar os efeitos. E aqui a situação é ainda mais grave, porque vamos ser realistas: ou a pressão da opinião pública é de tal maneira avassaladora que o governo recua, o que me parece improvável dado que, 1. são medidas acordadas com (e provavelmente exigidas por) a Troika e, 2. Passos Coelho é suficientemente louco para ignorar todos os avisos pensando que está a ser “determinado”, ou então as medidas são chumbadas pelo Tribunal Constitucional, seja a pedido do presidente (certo…) ou a pedido dos deputados. Um previsível “chumbo” do PS ao orçamento de 2013 dá para muita discussão politica mas tem um efeito prático de, tudo somado, zero.
Ora, sendo que estas medidas foram apresentadas como uma consequência directa de um pedido de fiscalização ao TC a que Seguro se opôs frontalmente, temos pois duas conclusões a tirar. Primeiro, é agora claro que na principal medida de oposição no ano passado, a única que teve influência directa nos destinos do país, António José Seguro foi irrelevante, para não dizer pior. Segundo, e em seguimento disso, na única acção que poderá travar a implementação da “experiência”, António José Seguro colocou-se na posição de irrelevante, como se prova pela ausência deste argumento nas declarações “oficiais” produzidas até agora. É pois um líder coxo, dependente de outros a quem se opôs para exigirem ao PR o pedido de fiscalização ou, em caso negativo, avançarem eles mesmos. Ou então perde a face e a pouca autoridade moral que lhe resta. “Patético” é uma expressão suave para isto.
Isto, claro, para além da inexistente defesa do governo anterior, o que permitiu solidificar, na opinião pública, a ideia da culpa absoluta do PS na bancarrota e respectivo MoU. Estão zangados com o governo agora, sim, mas a ideia de que são uns incompetentes que não conseguem corrigir o desastre do governo anterior é fraco consolo. E muito perigoso para um PS vulnerável, por pura inépcia política,  a argumentos tipo “querem voltar a quem nos faliu?”
Quando Seguro concorreu a Secretário-geral, escrevi aqui que sob sua orientação o PS iria passar por uma cura de sono. Não me enganei, infelizmente. Mas com o governo a revelar um extremismo nunca visto, a Europa finalmente a mexer e a avançar para outro patamar da UE,  e o risco, a meu ver real, da coligação ruir e precipitar eleições, está na altura de acordar. O que não faltam felizmente no partido são pessoas capazes de o liderar como merece, como os cidadãos merecem. Está talvez na altura de aparecerem.

24 thoughts on “O inexistente”

  1. Obviamente. Este homem é um erro de “casting”. Se não “empina” mais ou menos bem o que alguém entendeu que deve dizer em determinadas alturas (e muito poucas), não é capaz de, por si mesmo, produzir um único improviso. É isto um líder?

  2. Vega,

    és do melhor que o aspirina tem. Obrigada pela lucidez e pela força das ideias.
    (como se sabe, muita gente refugia-se na ideologia quando as ideias são lassas)

  3. Deixem-se de merdas. O PS está condenado, com este xoninhas, inseguro, ao fracasso eleitoral. A direita já o percebeu ( o que não era dificil). Eleger um idiota denominado Tó Zé para futuro 1º Ministro so poderia ser anedota, ainda por cima de um carcamano que andou todo o tempo a denegrir o Secretário Geral do seu partido (recordam-se as suas presenças na missa do Crespo? Puta ke o pariu!
    Ontem vi um palerma de nome Laranjeiro, Miguel (?), e o homenzinho metia dó. O Zorrinho é uma nódoa. O PS não é NADA.
    O Costa não tem igualmente perfill nem para presidente de Junta quanto mais de Camara…

    Ou Sócrates volta e o partido se une em volta de alguem que mesmo tendo defeitos tem ideias e estratégia – E PROVOU-O AO LONGO DA SUA GOVERNAÇÃO – ou preparem-se para confrontos mas nada se vai poder fazer sem rolarem cabeças. Esta canalha só sai à força.
    Em alternativa vaselinem o rabinho, rezem e vão fazendo postes bonitinho, arrumadinhos, bem escritinhos e MAIS NADINHA…. Habituem-se!

  4. Vega,
    nada de que não estivesse à espera por parte do Seguro.
    Sendo uma figura naturalmente apagada, diria quase um clone do PPC, é pachorrento e lerdo em demasia para aproveitar seja o que for.
    Não sei o que é que levou a que os delegados do PS, em estranho unanimismo, elegessem este personagem para os dirigir (!), mas se calhar a falta de alternativas levou-os para esse caminho. Foi o que se arranjou na altura.
    O teu reparo é oportuno e certeiro, mas também não estou ainda a ver ninguém a saltar para o palco e voluntariar-se para pegar na bandeira.
    Estarão à espera que este caia de maduro?

  5. Teófilo,

    Os delegados do PS tinham em Francisco Assis uma alternativa infinitamente superior.
    è evidente que Assis tem uma figura mais fraquinha e, por vezes, perde-se numas filosofias… mas tem mais ideais, reflexão e capacidade de intervenção no dedo mindinho do que Seguro em todo o seu pachorrento corpo.

    A verdade é que o PS está todo lixado e sem PS a oposição a este bando de salteadores que nos governa fica em lado nenhum. Ou…pior ainda, fica no BE que é uma ideia terrifica para quem ainda não desistiu de viver por cá.

    miguel

  6. Sobre o texto do Vega… é na mouche como habitual.

    Apenas discordo que Seguro seja “O inexistente”. Ele é mais “O empata”.
    Nem faz nada, nem deixa fazer… o que é muito pior do que inexistir.

    miguel

  7. Carlos Magno, o ranhoso do favor a Relvas na ERC, conhece bem os meandros e funcionamento dos partidos. Por altura da campanha para SG disse, na Antena 1, que o PS que tinha votado massivamente em Sócrates meses antes (Março de 2011 com 93,3%), iria agora escolher Seguro, um conhecido critico do anterior SG. Chamava a essa viragem , esquizofrenia politica. Teve razão, tanto no resultado como na esquizofrenia. Confesso que até aí nem tinha dado pela sua existência e da sua ambição em liderar o partido. Para lá dos amuos (durante seis anos não foi a ministro ) não se lhe conhecem criticas concretas ás politicas do anterior governo. Mas foi fazendo o seu programado caminho, chegou lá e agora queria esperar por 2015 para ir mais além. Por isso, foi sendo um opositor ainda mais enfadonho do que naturalmente é. De tudo isto não vinha mal ao mundo se , para cumprir a sua agenda, não tivesse optado por aceitar todas as acusações feitas pela direita, principalmente a mortífera “deixou o país na bancarrota”. Até hoje não se lhe ouviu um desmentido ou uma palavra que fosse para defender o que de bom foi feito pelo ex-PM. Um episódio mostra bem de que fibra é feito: logo que eleito SG publicou na pagina facebook do PS uma fotografia em que, muito sorridente, apertava a mão do Crespo das camisinhas, um dos que mais prejudicou Sócrates na suja campanha de difamação. Foto que foi retirada depois de muitos protestos em que se chegaram a chamar os bois pelos nomes…
    O que ele não previu foi a absoluta incompetência dos seus parceiros de caminho, os que estão no governo. Agora tem de se mexer mas ainda assim opta pelos serviços mínimos.Tem toda a razão Vega

  8. Miguel, até posso concordar que o Assis poderia ser superior ao “empata”, mas não nos esqueçamos do que foi aqui no Porto a corrida à CMP em 2005, o seu papel como vereador e até como presidente da distrital do PS.
    O Porto não lhe perdoou, assim como Roma não paga a traidores o Porto também não.
    Por isso este amarantino foi a correr para a Guarda em 2009.
    É apenas mais um, com um projeto de poder que não me leva na cantiga. Se fosse como o pai ainda se aproveitaria alguma coisa, mas infelizmente não é.
    Há quem no PS possa fazer alguma coisa, mas depois do silenciamento imposto pelo Seguro e ausência na ribalta cada vez se torna mais difícil.

  9. é favor não esquecer que o seguro chegou lá amparado pelo mário soares e já eram horas de perguntar a este senhor o que pensa da liderança do afilhado.

  10. Teófilo,

    Não sei o suficiente sobre Assis ou sobre o que se passou no Porto, para concordar ou discordar…

    Mas sei que Seguro é uma nulidade absoluta. É agora e sempre foi, por isso não podia haver qualquer ilusão sobre a sua “performance” como lider.
    Na verdade, ele é igualzinho ao Passos Coelho, com a agravante de não saber cantar e ser mais feio (dizem as senhoras).

    Pior que uma nulidade… Activamente emparceirou com os canalhas para derrubar o governo anterior do seu próprio partido. Portanto é um canalha e Seguro é o exemplo que o PS paga a traidoresl.

    Portanto, caro Teófilo pode ser que tenha razão e o Assis seja fraquinho ou tenha um projecto obscuro de conquista de poder ou, até, que cheire mal das cuecas.

    Mas eu não pretendo santos, livres de qualquer pecado e higiénicamente asseados.
    Já ficava satisfeito com alguem que tivesse 2 dedos de testa e 2 ideias válidas.

    miguel

    P.S. Acrescento que o Costa, no último ano, tambem se revelou uma boa porcaria…mas não vou dizer que é igual ao Seguro, porque não tenho por hábito ofender ninguem em público.

  11. O Seguro foi um mal necessário. Era preciso que o PS descolasse de José Sócrates (muita gente dentro do PS tem vergonha desse periodo e uma raiva a Sócrates…), principalmente o António Costa. Assim, atempadamente mandou-se o homem para a CML e este pôde-se resguardar da porcaria que entretanto foi chuvendo e que culminou com a perda das legislativas. António Costa também conseguiu estabelecer uma ponte com o eleitorado independente de Lisboa, isolando Bloco e PCP, que entretando rejeitaram uma coligação de esquerda alargada.

    Assis predispôs-se a perder em nome de uma futura liderança de AC. Seguro estava tão cego com sede de poder que nem viu onde estava a entrar. No fundo ele é um líder a prazo, que serve para resguardar a imagem de AC, para que este chegue às próximas eleições como o salvador da Pátria.

    Entretanto AC vai fazendo uns comentários para que a imagem de D. Sebastião do PS e do País cresça.

  12. Meus amigos, o Seguro nao vale um caralho, é assim mesmo que tem que ser dito, esse gajo nao vale nada, nem como secretário geral, nem como homem, nem como ser humano, devia ser expulso do PS, pois esse caralho nem socialista é.

    O PS e Portugal só têm uma alternativa, é o Eng. José Sócrates voltar a liderar o PS e o país, pois foi de longe o melhor primeiro ministro que este país viu até hoje, e o único que me fez orgulhar de ser Português.

    Quero também dizer que o único responsável pela situacao que estamos a viver, é o Otelo, pois devia ter cumprido com o que disse, e ter posto estes filhos da puta todos que estao no poder, no campo pequeno, e fodê-los a todos, assim outros tinham ainda um exemplo fresco na memória, e nao ousavam destruír o país como estao a fazer, comecando naquele criminoso que está em belém, que é o estratega desta merda toda, e acabando no último filho da puta que defenda estes gajos.

    O problema de Portugal é que o 25 de Abril nao teve sangue, devia ter tido, muito filho da puta devia ter sído morto, para limpar a sociedade, como isto nao foi feito, aí estao eles a salarizar o país com quanta forca têm, ponham isto nas vossas cabecas, isto só lá vai a tiro, se a criatura cavacal nao demitir o governo, e convocar novas eleicoes, JÁ.

    A seguir é demitir todo e qualquer escroque, pulha ou filho da puta, que tenha sido nomeado por este governo, e responsabilizá-los civil e criminalmente pela destruícao do país, tal como eles queriam.

    Portugueses, o nosso hino diz claramente, “Às armas, às armas” , pois está no tempo do povo se levantar, pegar em armas, e correr com estes filhos da puta todos, de uma vez.

    Outra coisa, se nao for possível o Eng. José Sócrates voltar a liderar o PS, só vejo duas alternativas credíveis, Pedro Silva Pereira ou Joao Galamba, e nem, me falem no Assis ou no Costa, sao outros caga tacos e tracoeiros, nunca os vi a defenderem José Sócrates
    naqueles programs em que participam, das infâmias ditas por filhos da puta da direita.

    Tenho dito, caralho, estou mais aliviado.

    P.S. – Nao tenho cedilha ou til, por isso nao me fodam a cabeca por causa disso, se fazem favor, e sim, as asneiras foram necessárias, para me aliviar, e nao, normalmente nao sou assim, mas saltou-me a tampa.

  13. Há seis anos, que critico a postura de José Seguro.Para ser secretario geral de um partido,não chega ser o unico deputado no parlamento que votou contra a lei do financiamento dos partidos politicos, e tambem não o abona, o silencio cumplice, perante tanto ataque ao seu proprio partido, por parte da direita e da extrema esquerda. o seu desempenho tem sido decepcionante.Tudo tem feito para o considerarmos um lider a prazo. Por esse motivo não subscrevo o coro daqueles que começam já abater possiveis candidatos a sec,geral do ps. o tempo, vai-nos mostrando quem é que está mais preparado para esse lugar. aguardemos que na devida altura se cheguem à frente.Nota: é bom lembrar que em todos os blogues, navegam simpatizantes e militantes de todos os partidos.uns para atingirem os seus objectivos tentam passar por aquilo que não são.felizmente não são muitos.

  14. Porra! Desta vez passei-me, carago!
    Quem terá sido o iluminado que colocou aquele santinho a mandar uns “bitaites”, em nome do PS, para comentar a conferência de imprensa do minstro das finanças?
    Não havia mais ninguém por lá para fazer o lugar?
    Assim o PS não vai lá, não vai não!

  15. Ó “Farto destas merdas do seguro”, mesmo sem cedilhas e sem til aparece mais vezes, pá! O teu texto é um excelente escape de tantas coisas que fervem cá por dentro e somos incapazes de verbalizar!

  16. Rife-se o Tozé, mas com urgência máxima. Mandem-no para o Paquistão ou Nagorno-Karabach, antes que o atrasado mental encomende outra “abstenção violenta”.

  17. ok, já sabemos todos que o seguro é um nabo político e um oportunista mau carácter carreirista. Mas as baterias, neste momento, têm de estar apontadas ao ponto central: e o ponto central, qual é? É esse mesmo.

  18. Plenamente de acordo, só não sei exprimir-me da mesma forma. É perfeitamente desesperante ter este tipo à frente do PS. Seria em qualquer altura, mas logo agora…!

  19. Cícero, muito obrigado, foi a primeira vez que comentei, mas venho cá todos os dias, desde há anos, esta situacao pôe-me as tripas às voltas, ser apanho um cabrao destes à minha frente, dou-lhe até me cansar.

    Ponham aqui os olhos, isto que o Galamba disse e a maneira como o fez, confirma o que disse ontem, Pedro Silva Pereira ou Joao Galamba, mas, estou a inclinar.me muito para este último, muito mais incisivo numka altura como esta, em que têm que se chamar os bois pelos nomes, isto é que é um Secretário Geral do PS, nao o merdas do seguro, oucam, por favor, até me arrepio só de ouvir, que vontade tinha eu de estar no lugar dele a dizer isto àquele criminoso do gaspar.

    http://www.rtp.pt/noticias/index.php?article=586537&tm=9&layout=122&visual=61

  20. Porra, soube-me bem a catarse do “Farto deste merdas do seguro” e assino por baixo do Cícero.

    Também penso o mesmo quanto às alternativas ao Totó Seguro. Não milito em qualquer partido e por isso não conheço os meandros dos corredores socialistas, mas julgo que o Galamba está no PS há relativamente pouco tempo, pelo que duvido que tenha hipóteses face ao “aparelho”, ao qual o Totó andou a bater pívias durante anos. E é pena que assim seja, se acaso tenho razão. Resta o Pedro Silva Pereira, a quem me parece não faltarem consistência e sensibilidade política, lucidez, frieza q.b. perante provocações, não deixando que o façam perder o fio à meada, e boa capacidade de exposição e contra-argumentação.

  21. Teófilo, tenho poucas dúvidas de que «aquele santinho a mandar uns “bitaites”, em nome do PS», a juntar a outros santinhos e totós que têm surgido daqueles lados desde que o Totó Seguro se agarrou ao penacho, foi escolhido por ser isso mesmo que dizes: um santinho, um cinzentóide nabiço, uma anedota plastificada. O Totó secretário-geral, nos momentos de lucidez que, malgré lui, lhe dão de vez em quando umas pauladas nas meninges, nos intervalos do seu passatempo favorito de afagar o umbigo, sabe bem que tem o carisma de um bidé, pelo que só consente, a dar a cara pelo partido, anedotas que, por contraste, o façam “brilhar”, transformando-o quase em tribuno. É claro que isto prova que a lucidez dele vale tanto como o bidé a partir do qual foi clonado, mas não há nada a fazer enquanto não o correrem de lá.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *